No seguimento de outros artigos sobre Séries e Filmes da Marvel, e sobre Filmes da DC, agora é a vez das Séries da DC.
Actualmente podemos ver o Green Arrow na série Arrow, o Flash na série The Flash, as origens de personagens como o Captain Gordon, o Penguin e a Cat-Woman em Gotham, e até uma detective-zombie, baseada numa print da Vertigo, na série iZombie.
Mas a verdade é que há séries baseadas em personagens da DC desde há muitos anos!
Adventures of Superman (1952-1959)
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Entre 1952 e 1958 a RKO produziu uma série do Superman, patrocinada pelos cereais de pequeno almoço Kellogs, que teve 6 temporadas e 104 episódios filmados a preto-e-branco e, a partir da terceira temporada, a cores.
George Reeves fazia de Clark Kent/Superman, Phyllis Coates e depois Noel Neill fariam de Lois Lane, e Jack Larson era Jimmy Olsen, e os três lutam contra bandidos e gangsters na cidade de Metropolis.
Apesar de os efeitos especiais da série poderem parecer simples actualmente, na realidade na altura foram considerados inovadores.
Apesar de nas cenas mais distantes ser óbvio que se tratava do actor George Reeves deitado sobre uma mesa atrás de um green-screen, com a barriga e pernas achatados, a maior parte das cenas eram feitas usando cabos para fazer elevar o actor.
No entanto, durante as filmagens do episódio 23 os cabos partiram-se e George Reeves caiu ao chão do estúdio, quase tendo uma concussão. A partir desse momento arranjaram uma prancha com molas que o actor usava para saltar para fora do plano, por vezes até por cima da câmara. A prancha tinha força suficiente para que, com alguns efeitos da câmara, desse mesmo a impressão que o actor estava a levantar voo.
A série é cancelada em 1959 depois de George Reeves morrer inesperadamente em 16 de Junho do mesmo ano.
George é encontrado morto, todo nu, na sua cama, com um tiro de pistola na cabeça e uma arma ao seu lado, pela sua noiva e alguns amigos que estavam a ter uma festa no andar de baixo quando ouviram um tiro. Apesar de o relatório oficial da polícia de Los Angeles dizer que o actor estava “…deprimido porque não conseguia obter o tipo de papéis que queria” e ter determinado suicídio como causa oficial da mrote, os seus amigos mais chegados sempre insistiram que Reeve não era o tipo de pessoa que cometesse suicídio.
O facto de não ter sido encontrada pólvora na pele do actor sugere que a arma não teria sido disparada por ele a curta distância, levantou suspeitas sobre a possibilidade de homicídio. Toda esta controvérsia foi alvo do excelente filme Hollywoodland (2006), com Ben Affleck no papel de George Reeves e Adrien Brodey a fazer do detective fictício Louis Simo que tenta resolver o mistério da sua morte.
Apesar de ainda ter sido proposta uma série spin-off intitulada “Superman’s Pal, Jimmy Olsen”, o actor Jack Larson achou a ideia de mau-gosto e recusou.
Batman (1966-1968)
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Durante os anos 60 a ABC lança a série baseada no superherói da DC. A fazer de Batman estava o mítico Adam West, acompanhado por Burt Ward a fazer de Robin, enquanto lutavam contra o crime na Cidade de Gotham. A série teve três temporadas entre 1988 e 1968 e teve 120 episódios.
A série atingiu um estatuto de culto devido à sua teatralidade propositadamente exagerada, música alegre e lições morais relavitamente simplistas dirigidas às crianças, como a importância dos cintos-de-segurança, fazer os trabalhos de casa e comer a sopa toda.
A série foi um fenómeno de popularidade nos anos 60, e introduziu um estilo de escrita formulaico e reconhecível, com a maioria dos episódios bissemanais a terem um cliff-hanger de um episódio para o outro.
O cast de vilões ficou igualmente famoso, tendo sido a primeira encarnação no ecran de muitas dessas personagens, que viriam a estabelecer a visão popular das mesmas.
Para os actores Adam West e Burt Ward, no entanto, a série viria a ser um detrimento, dado que para o resto das suas vidas tiveram dificuldade em desligar-se dos papéis de Batman e Robin. Adam West, sobretudo, teria imensa dificuldade em encontrar papéis que não fossem exageradamente teatrais.
Uma das piadas recorrentes mais engraçadas na série era o facto de que sempre que encontravam alguma coisa surpreendente, Robin exclamava “Holy …, Batman!”. A palavra “Holy” é dita 305 vezes durante toda a série, desde “Holy Agility!” a “Holy Zorro!”.
Há demasiados momentos bons para enumerar, portanto deixo-vos uma pequena compilação dos melhores.
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Shazam (1974-1978)
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Shazam! foi produzido pela Filmation, e tinha como actor principal Michael Gray, a fazer de Billy Watson, um rapaz adolescente capaz de se transformar no super-herói Captain Marvel, originalmente interpretado por Jackson Bostwick e mais tarde por John Davey, ao dizer a palavra mágica “Shazam!”. Com o seu guardião e “Mentor” (Les Tremayne), Billy viaja através do país numa Winnebago, à procura de injustiças para resolver.
O programa foi exibido entre 1974 e 1978 aos sábados de manhã na CBS. Entre 1975 e 1977 o programa era exibido juntamente com outro programa chamado The Secrets of Isis, acerca de uma super-heroína do antigo Egipto no corpo de uma professora de escola. Os dois heróis apareceram várias vezes no programa um do outro.
Contrariamente ao material original da banda desenhada, o feiticeiro Shazam não aparece como mentor, e em vez disso Billy fala directamente com os Deuses que lhe dão poderes (Solomon, Hercules, Atlas, Zeus, Achilles e Mercury). Ao passo que na BD original o Billy ficava sempre na mesma cidade, na série anda a resolver problemas de cidade em cidade.
Outro pormenor interessante é o facto de, antes da era dos telemóveis, a série já mostrava o Mentor a fazer telefonemas a partir de um telefone móvel e a pedir a um “operador móvel” para marcar números.
Cada episódio acabava com uma lição de moral.
Wonder Woman (1975-1979)
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Entre 1975 e 1979 a ABC (1ª temporada) e depois a CBS (2ª e 3ª temporada) exibiram a série Wonder Woman, com Lynda Carter a fazer de Wonder Woman/Diana Prince e Lyle Waggoner como Steve Trevor.
A história passa-se durante a Segunda Guerra Mundial, quando o piloto americano, o Major Steve Trevor, ejecta-se do seu avião durante uma batalha no Triângulo das Bermudas e vai parar à Paradise Island. A ilha é a casa das Amazonas: mulheres com grande força, inteligência e agilidade que não envelhecem. A princeza Amazona Diana salva Trevor e cuida dele. A sua mãe, a Raínha Amazona decreta uma espécie de Jogos Olímpicos para decidir quem vai regressar com Trevor para a América, e que Diana acaba por ganhar.
Wonder Woman regressa aos EUA num jacto invisível, e as suas aventuras eram frequentemente a lutar contra agentes-duplos nazis infiltrados na sociedade americana.
Diana, para além da sua força, agilidade e inteligência possui também duas braceletes à prova de bala e um Laço Dourado inquebrável que obriga as pessoas que estão amarradas com ele a obedecerem e a dizerem a verdade. O criador da personagem da Wonder Woman, William Marston, era famoso por gostar de bondage, e os temas de homens e mulheres amarrados estão presentes em muitas das suas obras. Pensem o que quiserem.
A actriz Lynda Carter tinha sido a Miss World USA de 1972, mas tinha só 25$ na sua conta quando conseguiu o papel para fazer de Wonder Woman.
Apesar de ter sucesso a ABC não quis fazer a 2ª temporada da série dado que, sendo passada nos anos 40, as roupas e cenários de época eram caros de produzir. A CBS decidiu comprar a licença e fazer a 2ª temporada na condição de a acção da série se passar nos anos 70, sendo assim mais barata de produzir.
Lynda Carter entraria em conflito com Lyle Waggoner, que fazia de Trevor, e a tensão entre os dois aumentaria ao ponto de terem cada vez menos cenas juntos, e culinou com a personagem de Trevor a ser escrita fora da série.
Durante a segunda temporada é introduzido um pequeno robot chamado Rover que servia para cenas cómicas, e que frequentemente fazia um som “beep-beep” para as pessoas se afastarem do seu caminho. Este mesmo efeito sonoro é o que viria a ser usado para o som que o Road-Runner fazia nos Looney Tunes da Warner Brothers.
Ao fim de três temporadas de sucesso, a CBS no fim decide pôr a série The Incredible Hulk no slot de horário da Wonder Woman, e não são produzidos mais episódios. Lynda Carter, para além de investir na sua carreira musical, e de aparecer em alguns filmes para televisão, tornar-se-ia uma directora da marca de cosméticos Maybelline.
Superboy (1988-1992)
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Entre 1988 e 1992 foi produzida a série Superboy, exibida em vários canais, tendo tido quatro temporadas, e recebendo o nome The Adventures of Superboy no início da tercerida temporada. Foi produzida por Ilya e Alexander Salkind, produtores dos três primeiros filmes do Superman e do filme Supergirl. Tal como com os filmes anteriores, os criadores da personagem Joe Shuster e Jerry Siegel não receberam nenhum dinheiro.
Ao fim da primeira temporada, o actor que fazia de Superboy, James Newton, exigiu um aumento de 20% no seu salário. Isto, aliado ao facto de ter sido preso por conduzir bêbedo, fez com que fosse despedido da série, sendo substituído por Gerard Christopher.
As duas primeiras temporadas passam-se na Universidade Shuster, onde havia um edifício chamado o Centro Siegel, que são referências aos criadores das personagens.
Na terceira temporada a série sofre ainda mais mudanças. A série mouda o seu título oficial para The Adventures of Superboy e muda da Universidade Shuster para o The Bureau for Extra-Normal Matters na Capitol City, na Florida, onde o Clark e a Lana são estagiários. O Bureau é uma agência governamental que investiga actividades paranormais e alienígenas, incluindo o próprio Superboy, muito à semelhança dos X-Files que só surgiria mais tarde.
O tom da série muda dramaticamente com histórias mais pesadas, e o estilo da série adopta várias características do noir, provavelmente por causa da popularidade dos filmes do Batman realizados pelo Tim Burton.
A série seria abruptamente cancelada no fim da quarta temporada quando a Warner Brothers quer começar outra série do Superman, e exige aos Salkind que termine a série Superboy.
Swamp Thing: The Series (1990-1993)
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Swamp Thing: The Series estreou na USA Network em 1990, durou três temporadas até 1993, sendo produzida por Joseph Stefano (produtor de Psycho e a série The Outer Limits)
O actor/duplo Dick Durock já tinha interpretado a personagem Dr. Alec Holland/Swamp Thing nos dois filmes anteriores, retomou o papel para a série de TV. Os primeiros 13 episódios foram filmados em pântanos verdadeiros na Flórida, mas devido a grandes dificuldades em fazer a iluminação das cenas, acabaram por construir um pântano dentro do estúpido.
A série teria vários actores recorrentes, tais como Roscoe Lee Brown a fazer de Duchamp, um feiticeiro voodoo, ou Tim Curry como estrela de rock.
Apesar de críticas mistas e uma grande desorganização na escrita que levou a vários enredos sem resolução, a série viria a ser a série com mais audiência da USA Network e conseguiu reunir um seguimento de fâs, sobretudo na Europa.
The Flash (1991)
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Em 1991 estreia a série The Flash na CBS, escrita por Danny Bilson e Paul De Meo, com John Wesley Shipp a fazer de Barry Allen.
A série foi muito cara para a altura, sobretudo devido aos efeitos especiais, sendo que o piloto de 2 horas custou 6 milhões de dólares a produzir, e cada episódio subsequente uma média de 1,6 milhões de dólares.
Depois do filme do Batman, não se podia simplesmente pôr o Flash num fato justinho de látex. O fato foi desenhado e construído pelo Estúdios Stan Winston. Os quatro fatos feitos custaram cerca de cem mil dólares, e eram feitos de látex tratado para não parecer de borracha, e dar a impressão de ser uma peça única, com um sistema de arrefecimento de água por baixo.
Um dos actores mais famosos a entrar na série como vilão foi Mark Hamill, a fazer de The Trickster, um psicopata assassino.
Em 1991 foi feito um jogo de Game Boy inspirado na série, e em 1993 um jogo para a Sega Master System.
Na série actual do Flash de 2014, tanto John Wesley Shipp como Mark Hamill fazem cameos retomando as mesmas personagens da série de 1991.
A partir dos anos 90 tivemos as mais recentes séries Lois & Clark: The New Adventures of Superman, Smallville e Birds of Prey.
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