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Em Rowans Ruin #1, o escritor Mike Carey pega no clássico cenário de casa assombrada e dá-lhe uns enfeites modernos, enquanto o artista Mike Perkings dá peso a ambas essas coisas e à horripilante história principal.

Sabendo que o trope de uma mansão remota e misteriosa já se tornou num cliché por ter sido explorado em tantas histórias de terror no passado, Carey prefere prestar mais atenção à personagem principal, estabelecendo Katie como alguém que é mais do que uma jovem ingénua que só toma más decisões sobre pressão. Por seu lado, Perkins estabelece uma atmosfera que vai mais além do que apenas corredores e quartos escuros, apresentando um cenário sereno que contrasta muito bem com o arrepiante flash-forward que lidera a história.

Carey faz questão de que o leitor não fique com uma ideia errada do que é esta banda-desenhada logo de início – sim, esta é uma história que tem uma casa que se não estiver assombrada pelo menos algo de muito errado se passa com ela, pois o fascículo começa com a personagem principal a correr pela sua vida, intercalando a cena com um diálogo por telefone entre ela e o operador de emergências; assim, estas 3 páginas iniciais dão de imediato uma ideia do que esperar, e é o suficiente para prender a atenção antes de Carey trazer a história para trás vários meses.

E realmente Carey foca-se bastante em Katie, perdendo bastante tempo a estabelecer o seu caráter e personalidade. E não é tarefa fácil, pois tirando umas aparições iniciais dos seus pais, Katie passa a maior parte do tempo sozinha, interagindo com outras pessoas através do uso de tecnologia moderna e social media – e este toque moderno dá ao livro uma sensação original e também serve para avançar a história, com os seus diários em vídeo a explorarem o campo Inglês com algumas pistas de algo não está certo com o seu novo ambiente.

A arte de Perkins – tal como os tons pastel de Andy Troy – fornecem uma atmosfera calma e confortável que realmente parece serena apesar das dicas inquietantes. E o facto de Perkins e Troy conseguirem transmitir uma atmosfera idílica – tal como a escolha de Carey de manter a história focada na personagem principal – faz o leitor esquecer-se que há um mistério de terror a germinar, e quando a equipa criativa passa o tom para os escuros cantos da casa, com sombras refletidas em janelas e espelhos tal como as que vêm apenas da mente de Katie, todos esses elementos de horror parecem ainda mais assustadores.

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Rowans Ruin #1 é então uma banda-desenhada de terror muito boa, e com espaço para ser melhor, e é absolutamente recomendável para os fãs do género que procuram sustos eficazes e um mistério sólido para os manter acordados à noite.

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