“The Red Woman”
Finalmente acabou a nossa espera! Nove meses que passámos com várias perguntas na cabeça – o Jon Snow morreu realmente? A Sansa e o Theon conseguirão fugir? Daenerys conseguirá escapar às garras dos seus captores Dothraki? Este episódio parece ter sido feito de propósito para responder às nossas perguntas, tirando-nos alguma da nossa curiosidade, mas sem avançar realmente a maior parte das histórias, para além da da Sansa e do pólo em Dorne.
Jon Snow está morto. É encontrado pelas poucas pessoas que ainda se mantêm leais ao seu comando: Ser Davos Seaworth, que tinha sido enviado de volta à Muralha por Stannis, antes do sacrifício da Princesa Shireen com o pretexto de que trouxesse de volta mantimentos, e Edd Tollett. Com eles estão uma mão cheia de outros irmãos e o Fantasma, contra o arsenal inteiro de Castelo Negro. As coisas não parecem boas para o grupo dos lealistas, e Edd pretende morrer a lutar antes de renegar o seu Comandante. Ser Davos enviou-o a buscar os únicos reforços possíveis: “aqueles que também devem a vida a Jon Snow”, ou seja, o Povo Livre, os Selvagens. Espero que o próximo episódio nos traga uma boa cena de luta selvagem e sangrenta e que o Tormund, o Terror dos Gigantes, esmague o Alliser Thorne! Seria o único fim apropriado para uma personagem tão odiosa.
Vimos também a surpresa da Melisandre quando viu o corpo de Jon Snow. Diz que não é possível que ele esteja morto – ela viu-o nas chamas, a lutar em Winterfell. Penso que acredita há algum tempo que Jon é o Escolhido, e não Stannis. Muitos de nós esperávamos que Jon fosse ressuscitado já neste primeiro episódio pela magia de R’hllor (tal como Thoros de Myr ressuscita várias vezes Beric Dondarrion utilizando a mesma magia na terceira temporada). Porém, Melisandre tem estado a perder a fé desde o fiasco com o Stannis, e é possível que ainda nem lhe tenha ocorrido tentar. Eu, pessoalmente, ainda tenho fé de que ela o possa reviver nos próximos episódios!
Será que Jon Snow voltará à vida?
Em Porto Real, Jaime Lannister regressa para junto de Cersei e ela recebe as horríveis notícias da morte da filha com muito menos agressividade do que eu estava à espera. A Cersei de há duas temporadas atrás teria batido em Jaime, e nas paredes, e amaldiçoado os sete deuses! Mas parece que o cativeiro e a humilhação conseguiram amansá-la. A tragédia acaba por uni-la ainda mais com Jaime, e ambos acabam abraçados e chorar a morte da filha. A Rainha Margaery continua presa pelo Alto Pardal, que cada vez parece menos um humilde homem do povo e mais um tirano. Esta cena parece apenas ter sido incluída para que não nos esquecêssemos da pobre Margaery depois de tanto tempo presa!
Dorne foi o local onde houve maior desenvolvimento da trama, apesar de não ter sido muito surpreendente. Depois de assassinar Myrcella Baratheon, Ellaria Sand espera que o príncipe reinante, Doran Martell, receba a notícia do seu crime. Assim que ele lê a notícia, ela e as filhas de Oberyn, as Serpentes da Areia, assassinam toda a família reinante. Os guardas de Doran não o ajudam, pois em Dorne, terra de sangue quente e agressividade, a sua sabedoria e paciência são vistas como cobardia. Uma lição valiosa a aprender com os líderes mortos de Dorne: em Westeros, nunca vires as costas a um potencial inimigo!
A cena de Sansa Stark foi, para mim, a mais inesperada e emocionante do episódio. Ela e Theon fogem, mas não conseguem ser mais rápidos do que os cães raivosos de Ramsay Snow, que ele criou a carne humana. No instante em que são descobertos, porém, entra a cavalaria: Brienne de Tarth e o seu intrépido se bem que desajeitado escudeiro, Podrick Payne! Com alguma dificuldade, conseguem subjugar o inimigo, e Brienne faz finalmente aquilo que tem andado anos a tentar fazer: oferece o seu serviço a uma das filhas da sua adorada Lady Catelyn. Sansa aceita o juramento com as palavras tradicionais, que não sabe de cor porque nunca teve tempo de as aprender. É um momento no qual somos recordados de que ela, na realidade, e apesar de tudo o que já viveu, ainda é uma criança.
Arya aparece também apenas por um momento, talvez para recordarmos o seu estado. Está cega, tendo sido castigada pelo Deus das Muitas Faces por ter assassinado sem comando. Aparece-nos agora como uma mendiga, sendo depois atacada pela outra rapariga que vivia com ela na Casa do Preto e Branco, a servidora do Deus. Apesar de parecer um ataque brutal, parece óbvio que o intuito da outra rapariga é treinar Arya para usar os seus outros sentidos e ser capaz de lutar sem a sua visão.
Fica-nos Daenerys. A sua tentativa de ser encontrada ao atirar um anel para o chão, reminiscente da cena do Senhor dos Anéis em que Pippin atira o fecho da sua capa ao chão para que Aragorn o encontre, é bem-sucedida, e Jorah e Daario (os seus dois apaixonados) estão a caminho. Entretanto, ela é levada à presença do Khal pelo qual foi capturada. Revela o seu conhecimento da língua Dothraki e a sua verdadeira identidade, dizendo que é a viúva de Khal Drogo. Isto impede-a de ser violada, mas podemos dizer que lhe sai o tiro pela culatra: em vez de a levarem de volta a Meereen, os Dothraki levá-la-ão a Vaes Dothrak, a cidade sagrada do seu povo (que podemos recordar das cenas na primeira temporada em que Daenerys come um coração de cavalo e Drogo deita ouro derretido na cabeça do seu irmão), para que definhe e morra com as outras viúvas reais. É claro para mim que Jorah e Daario a vão encontrar e salvar, mas a que preço? Parece-me impossível que seja salva sem o sacrifício de algum dos seus salvadores. A menos, claro, que Drogon, o dragão negro, volte novamente como um grande deus ex machina! Em Meereen, Tyron e Varys vêm toda a sua frota misteriosamente pegar fogo. Que mais pode correr mal em Essos?!
A última cena do episódio mostra-nos a verdadeira forma de Melisandre de Asshai. Quando ela tira o rubi palpitante que tem sempre à garganta, o feitiço que a protege desfaz-se e vemos a sua verdadeira idade. Parece mais velha que o Maester Aemon! Será esta cena um símbolo do seu enfraquecimento?
Este episódio foi um fantástico começo para aquilo que não pode deixar de ser uma temporada tão incrível como as anteriores. Revisitamos a maior parte das personagens pelas quais nos andamos a angustiar estes meses todos, e o episódio teve o poder de nos voltar a introduzir neste mundo de Westeros e Essos sem nos empurrar demasiado depressa, dando-nos tempo para nos localizar quanto aos acontecimentos da última temporada. Mal posso esperar pelo próximo episódio!
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