Sonic The Hedgehog foi um grande sucesso, portanto Yuji Naka (creditado como YU2) e outros membros da Sonic Team partiram para os Estados Unidos com o objectivo de fazer a sequela na Mega Drive, Sonic The Hedgehog 2. Mas a empresa tinha outro projecto em mente para Naoto Ohshima (creditado como BigIsland) e para aqueles que ficaram no Japão.
Com olhos no sucesso da PC Engine no Japão, a primeira consola que conseguia ler CDs, a Sega decidiu fazer o seu próprio leitor de discos compactos, a Mega CD, que se usava em combinação com a sua consola de 16-bit. Era necessário ter um jogo da mascote neste sistema para incentivar a venda de mais unidades. A ideia inicial era produzir uma versão melhorada da primeira entrada usando as novas capacidades disponíveis, mas depois de algumas trocas de ideias com a equipa que estava no outro lado do mundo, o produto desenvolveu a sua própria identidade. E assim surgiu Sonic CD, por vezes referido também como Sonic The Hedgehog CD.
Sem as limitações de um cartucho ou cassete, o inicio da aventura é introduzida com uma sequência feita em desenho-animado. Sonic corre a alta velocidade livremente pelo mundo fora até que encontra um pequeno planetóide acorrentado a uma montanha. Chamado apropriadamente Little Planet, este pequeno mundo tinha um aspecto negro e estava industrializado de forma irresponsável. Sendo o egomaníaco que é, a cara do responsável tinha sido cravada nessa mesma montanha pelo próprio. Dr. Ivo “Eggman” Robotnik! O nosso herói, com a intenção de parar o seu arqui-inimigo, parte em direcção desde estranho mundo.
Apesar da troca de alguma da terminologia e de outras diferenças, a estrutura do jogo estava praticamente inalterada. Sonic percorria diferentes locais divididos em três níveis, o terceiro com uma batalha contra o cientista louco montado numa das suas máquinas. O jogador mais comum provavelmente percorreria o mundo da mesma forma que as outras entradas bidimensionais da série, correndo pelos montes e loops até ao final rebolando contra os inimigos como se estivesse numa mesa de pinball.
Sonic CD não Está limitado por um cartucho ou cassete.
Algumas das “Zonas” pareciam apenas versões mais detalhadas e complexas das de Sonic 1, Tidal Tempest com Labyrinth por exemplo. Mas agora tinham elementos de design dos níveis um pouco mais arrojados que nem toda a gente pode gostar. Outras diferenças em termos superficiais, era a música agora em qualidade CD. Existem duas versões, a trilha sonora japonesa e a alternativa americana. Felizmente nós por cá recebemos a original e de qualidade superior na Mega CD que está mais em linha com o som típico da serie de jogos clássica. Mas a que foi feita nos Estados Unidos também não está má de todo, um som evocativo dos mundos alternativos de Sonic SatAM e afins. Nos relançamentos mais modernos é possível alternar entre as duas.
Os robôs do doutor, os badniks, eram alimentados de energia gerada por flores no lugar dos animais. E há um pequeno subplot extra em que um antagonista novo, o doppelgänger artificial Metal Sonic rapta uma fã de Sonic, chamada Amy Rose, uma personagem vinda de uma adaptação em manga que está completamente apanhadinha pelo protagonista. Para fazer contraste a outros herói tradicionais do meio, Sonic não têm interesse nenhum em qualquer tipo de romance, ao ponto de ficar aborrecido com a atenção. Ele não quer beijinhos de prémio e só a quer salvar porque é o que está correcto.
Esse mesmo jogador comum, passa o jogo normalmente e o mais provável é achar que Sonic CD é demasiado parecido com a primeira entrada da série e talvez até que seja mesmo pior. No entanto nestas circunstâncias, o final mostra o cientista a conseguir voltar atrás no tempo revertendo qualquer tipo de progresso que Sonic conseguiu fazer.
Porque na verdade existe uma mecânica nova do jogo, cujo o verdadeiro objectivo costuma passar ao lado daqueles que não fazem a exploração dos níveis, a viagem no tempo. Distribuído pelos níveis estão placas a dizer Past (Passado) ou Future (Futuro), se Sonic passar por uma delas começa a brilhar, e se correr a uma certa velocidade, ele entra em viagem para a era correspondente, imitando o DeLorean de Regresso ao Futuro. O nível muda de aspecto com a localização de algumas plataformas ligeiramente diferente, o passado têm um aspecto mais primitivo e com musica electrónica gerada pela Mega Drive mas o futuro é negro e malvado completamente sobre o controlo do Império Eggman com uma nova faixa musical mais pesada.
O jogador têm de descobrir um caminho ou uma maneira por onde se consegue ganhar velocidade suficiente para viajar para o passado e encontrar as maquinas que transformam as flores em robôs, evitando as placas para o futuro que são obstáculo a este objectivo. Isto requer alguma perícia da mecânica dos jogos Sonic antigos que os fãs mais ligados à série vão adorar e alguns destes “puzzles” são geniais e divertidos de resolver. No cumprimento deste objectivo o futuro fica mais alegre com a tecnologia a viver em harmonia com a natureza.
Em alternativa, para os mais puristas, podes apanhar 50 Rings e ir para o bónus no final do nível para adquirir uma Time Stone num mapa a imitar um pouco o primeiro F-Zero da Nintendo. Neste caso tanto faz para que tempo se vai de viagem, já que todas as eras dão novos Rings para apanharmos. No fim, tanto faz salvar o futuro de todos os níveis ou apanhar todas as Stones, um dos dois serve para desbloquear o verdadeiro final do jogo.
O conteúdo ainda não acabou! Para os mais viciados existem hologramas do Metal Sonic espalhados pelo jogo para encontrar. É completamente opcional, sem qualquer consequência de força maior, é mesmo só para aqueles que querem sempre mais alguma coisa para fazer. E mais um modo de contra-relógio que desbloqueia bónus como musica e vídeos.
Sonic CD é um pacote recheado, que não deve dizer muito aos mais casuais, mas é perfeito para aqueles que adoram a série clássica do ouriço azul. Além das versões originais para Mega CD e PC podes adquirir a versão remasterizada em formato digital no Steam, PlayStation 3, Xbox 360 e nas principais marcas de smartphone.