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Tanto cá ou no estrangeiro, Dragon Ball foi um enorme sucesso e é um grande marco da infância de muitos portugueses. Um anime passar no horário nobre na SIC parece impensável nos dias de hoje, mas foi o que aconteceu, o país parava para ver as aventuras de Son Goku e da sua família e amigos na luta contra o mal. Eu ainda me lembro dos tempos da minha primária em que o pessoal trocava desenhos e cromos desta série e andava a brincar nos recreios a fingir que era um lutador da série. A série popularizou também, fora do Japão, a revista de onde foi adaptada, Shounen Jump, de onde surgiram também Naruto e a nova estrela My Hero Academia.

É quase cómico que apesar de se terem passado tantos anos e a malta já ser crescida, esses tempos voltaram (de certa forma). O lançamento de um certo filme infame saído das maquinas frias de Hollywood incentivou o autor de manga de comédia e criador da lenda do dragão, Akira Toriyama, a pôr as mãos na massa e voltar a ter um papel activo na sua criação. E agora cá em Portugal, vários adultos acordam bem cedo ao fim de semana para ver Dragon Ball Super, a continuação directa da Saga de Buu Buu. Sem a pausa das aulas, a malta graúda para viver neste universo agora tem os videojogos de Dragon Ball Xenoverse.

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Nesta série de videojogos de luta o jogador tem o papel de um lutador que trabalha num grupo de patrulha cabeceado por uma Deusa Suprema, cuja função é proteger a história de Dragon Ball de ser alterada por forças malignas, nomeadamente pela malvada Towa, a irmã mais nova do demónio Dabula. A personagem usada no modo de história é escolhida entre dois sexos de varias espécies, os famosos Guerreiros do Espaço que faziam do planeta Vegeta a sua casa, os Terráqueos ou os descendentes de Buu Buu. Em alternativa temos também a escolha das espécies assexuadas dos humanóides verdes de Namek e da raça do vilão Freezer.

Cada espécie tem as suas características próprias e no início, elementos como altura, cabelo, olhos, etc, podem ser escolhidos ao teu gosto. Em outros modos (por exemplo, versus) pode-se usar qualquer outra personagem do videojogo, desde que esta esteja já desbloqueada. Os elementos principais são as batalhas de estilo arena na terceira dimensão (com 2 ou mais jogadores), onde as personagens podem ir para todas as direcções nos três eixos direccionais (graças à habilidade de voo). As personagens podem usar combate básico com combos e se tiverem energia suficiente, as suas técnicas especiais de assinatura. Os típicos comandos defensivos do género como guarda, esquivar e contra-ataque também estão presentes.

Existem também elementos de roleplay. Depois de cada batalha ganha-se experiência para a personagem subir de nível e dinheiro para gastar em variados itens, habilidades e novas roupas que contêm bónus de atributos. E a partir de certo ponto no videojogo, a base de operações é povoada por outros jogadores humanos que em conjunto podem cooperar em quests ou até mesmo entrar em competição entre si. Em resumo, é um jogo que pode ser jogado sozinho ou com outros, graças a elementos retirados do género de MMO.

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A segunda entrada fez melhorias nestas características que são muito bem vindas. Elementos aleatórios como probabilidades de fazer um objecto aparecer foram balançados, tornado-os menos frustrantes. O combate e as raças foram outros pontos que levaram trabalho em cima. Os Super Guerreiros, mesmo com a nova possibilidade de entrar no 3º nível (o Mega Guerreiro), já não são o exagero que eram no primeiro jogo, com as outras raças com um melhor pé de igualdade, cada uma agora com a sua própria transformação única. E para quem gosta de vestir o que quer e preocupa-se com o aspecto do seu avatar, há agora um item que anula os stats da roupa substituindo por outros valores alternativos.

No entanto, muito do que foi publicitado pela Bandai Namco antes do lançamento do videojogo não passa de espelhos e fumo. A quantidade de conteúdo reciclado do primeiro Xenoverse é enorme, que chega ao ponto de um bom número de missões e até mesmo cutsceens serem exactamente iguais. As novas linhas de quests como infiltrar a armada de Freezer e tomar o seu controlo? Exactamente iguais às missões opcionais Pararel Quests que já existiam e não têm qualquer impacto palpável no mundo do videojogo. O mesmo se aplica na importação do save da primeira entrada, o avatar anterior aparece aqui e acolá, mas não luta ao teu lado e quando está presente nem usa as habilidades que lhe foram equipadas.

A nova plotline dos vilões criados exclusivamente para a antiga versão animada de Toei invadirem o mundo original de Toriyama, parecia ao inicio realmente interessante, mas personagens como Cooler pouco fazem e o jogo foca principalmente num Anti-Goku Guerreiro do Espaço e num clone de segunda de Satã (a versão sénior) que me fez encolher os ombros de indiferença. E esse é um dos grandes problemas do Xenoverse 2, anda a raspar o fundo do barril do Z, quando ainda têm disponível um grande universo para explorar. Sim, é verdade que também introduz personagens como Zarbon e o meu favorito, o C-16. Do Super temos também o assassino Hit, e para quem fez reserva do jogo, o misterioso Black cuja presença no novo anime está a fazer um grande sucesso internacionalmente. Mas quando o videojogo mais parece uma expansão do que uma sequela e é lançado a um preço elevado, deixa um gosto amargo na boca.

Não vou mentir, como fã de Dragon Ball diverti-me imenso e se adorares a série este sapato cheio de remendos não deve assentar nada mal no teu pé. Mas olhando para o pacote completo com olho crítico, este é realmente um videojogo e uma sequela um pouco despontante. Dragon Ball Xenoverse 2 está agora disponível para PC, PS4 e Xbox One.

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