Crítica | Absolutely Anything – Uma Comédia Intergaláctica

Imaginem…

Um filme de comédia/ficção-científica com o Simon Pegg, realizado pelo Terry Jones, sobre alienígenas, com vozes do elenco dos Monty Python e a última interpretação do Robin Williams!

Que filme fantástico!

Só que não…

E é uma pena, porque o filme podia ter sido tão bom!

Eu estava a imaginar um filme cheio de energia, com um humor pythonesco, um conceito de Sci-Fi rebuscado mas divertido… Não sei se era por eu ter as expectativas demasiado altas, mas a verdade é que saí muito desiludido do cinema.

Não é que o filme seja mau, propriamente. Mas também não é bom.

É a história de um homem frustrado (Simon Pegg) que é escolhido por um Conselho de Anciãos Intergaláctico (os Monty Python) para receber omnipotência e ser testado com os seus poderes de maneira a julgar a espécie humana toda.

Isto leva a algumas situações engraçadas nos quais a personagem central não é específica o suficiente com os seus desejos e daí resultam coisas inesperadas ou que ele não queria, mas é sempre a mesma piada o filme todo.

Faz lembrar a versão britânica e Sci-Fi do Bruce Almighty (2003) com o Jim Carrey.

As interpretações dos actores e o voice-acting são excelentes. O Simon Pegg é excelente e gostável no seu papel de everyday-man, é sempre um prazer ouvir os Monty Python a exagerarem, e há um prazer triste em voltar a ouvir a voz do Robin Williams a ser tão bom como sempre. Mas por muito boas que sejam as interpretações, o texto simplesmente não lhes dá com que trabalharem, cai tudo por terra.

A narrativa evolui exactamente como se espera. Homem ganha poderes, homem usa poderes para se beneficiar, homem usa poderes para conquistar rapariga, rapariga não gosta de ser manipulada, homem aprende uma lição moral valiosa.

Não chega a ser épico, nunca é verdadeiramente imaginativo, não tem energia, falta-lhe ritmo, e a resolução do conflito é absolutamente previsível e, para ser honesto, aborrecida.

Em todos os outros aspectos o filme é só medíocre.

A realização não impressiona, a fotografia é meramente competente, a música está lá para preencher os silêncios, a direcção de arte não é chamativa.

O filme não é mau, mas para mim foi uma desilusão.