Crítica | Maze Runner: Provas de Fogo

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    Nunca li os livros. Vi o primeiro filme e gostei bastante da sua temática. Era diferente, interessante e bastante cativante. Por isso mesmo é que esperava com ansiedade esta segunda parte, que acabou por desiludir.

    Maze Runner: Provas de Fogo começa exactamente onde o primeiro acabou. Thomas e os seus companheiros foram salvos da CRUEL e estão protegidos numas instalações de alta segurança. No entanto descobrem que os seus salvadores são a própria CRUEL e fogem pela Terra Queimada para se juntarem à resistência, Braço Direito.

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    O filme não deixa respirar. Começa logo em tensão e tenta manter-se assim durante as restantes duas horas. Tenta mas não consegue. O primeiro acto do filme é bom. Nada é explicado e por isso mesmo identificamos-nos com as personagens porque elas também não fazem a mínima ideia do que está a acontecer. Todo esse processo de descoberta arrasta-se até ao fim do filme e mantém a história cativante, qb. A introdução de um lado mais de terror com as criaturas Cranks dá um toque inesperado e é uma lufada de ar fresco. No entanto o filme perde-se um pouco no segundo acto. O ritmo cai e só volta a subir no explosivo acto final.

    Essa inconstância no filme deve-se à falta de história. No primeiro filme estávamos confinados a um labirinto. A história era simples e o filme funcionou porque era um filme simples também. Neste segundo filme a história tenta expandir-se mas cai em banalidades e perde a originalidade. Mundo pós apocalíptico, zombies, perda da civilização. Onde é que eu já vi isto? Em dezenas de outros filmes. E a história não consegue dar profundidade e escopo às personagens e às suas motivações. Não digo que a história é má. Não é. É banal e sem originalidade mas não é má. O problema é mesmo não haver nada para contar neste segundo filme. É o eterno síndrome de filme do meio. Só serve para ir do ponto A ao ponto B. Não há história, nada acontece.

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    A realização está muito competente. O filme é apelativo e vê-se muito bem. Nota-se que os standards de qualidade estavam no topo durante a sua produção. Efeitos especiais muito bons que ajudam a prender o espectador. O filme é bem feito.

    As interpretações são ok. Toda gente convence no filme e mesmo nos momentos de mais tensão, ou mais drama, nota-se que os actores são competentes. Sabem o que estão a fazer. Óbvio que não podem dar muito mais porque as personagens também são completamente planas. Thomas é o líder mas não sabe o que quer. Quer fugir, não sabe para onde. Depois quer lutar porque sim. O resto do grupo é completamente deixado de lado. Estão lá para preencher o fundo. São completamente esquecíveis, tão esquecíveis que num certo ponto do filme já nem me lembrava que eles existiam. A introdução de novos personagens não tem qualquer peso no filme porque mais uma vez as motivações são nulas. A única personagem que tem algum peso, Teresa, acaba por não ser bem desenvolvida. O que é uma pena porque é a única personagem com dualidades e conflitos internos.

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    Maze Runner: Provas de Fogo é um filme competente. São duas horas bem passadas. Mas no fim ficamos com um sabor de “faltou alguma coisa”. Faltou uma história com sumo e conteúdo. A história é vazia e as personagens fracas não conseguem esconder isso.

    • TEMAS
    • Aidan Gillen
    • Dylan O'Brien
    • Giancarlo Esposito
    • James Dashner
    • Kaya Scodelario
    • Ki Hong Lee
    • Maze Runner
    • Patricia Clarkson
    • Rosa Salazar
    • T.S. Nowlin
    • Thomas Brodie-Sangster
    • Wes Ball

    7 COMENTÁRIOS

    1. Tive agora a ver e Maze Runner 2 consegue manter o nível do primeiro e apesar da história ser má (como será o livro !?) é fácil de ver do principio ao fim. Os cenários e as cenas de acção estão muito bons.

    2. Gostei muito do filme.
      Não concordo que o filme não tenha história: quando muito não está tão desenvolvida quanto gostaríamos que estivesse, e deixa algumas pontas soltas por explicar, mas isso não quer dizer que não esteja lá.
      Aliás, até acho que a narrativa evolui numa lógica quase inevitável, que nunca parece forçada.
      As sequências de acção estão extremamente bem coreografadas, e não senti que o segundo acto fosse mal sustentado.
      Gostei da introdução das personagens na segunda metade do filme, a Brenda e o Jorge têm motivações fortes e alteram o curso do filme. A sequência da festa do Marcus é muito interessante.
      Acho que é um 7 sólido!

    3. Não concordo. Vi ontem o filme e honestamente adorei. Verdade seja dita não li o livro por isso não sei como se compara – mas gostei que fosse um filme cheio de ação, e que fosse principalmente para rapazes e disposto a dizer asneiras e ir mais longe na violência e darkness do que o Hunger Games e Divergent. Um sólido 8.

      • Não concordo. Ok que o segundo Hunger Games tem pouca história mas é muito mais cativante que este filme e tudo se deve às personagens que são muito bem construídas e têm profundidade.

        • Talvez sejam melhores atores mas as personagens são mais irritantes que não se decidem e só se queixam. Sim estes têm menos personalidade mas a pouca que têm não irrita lol. E como disse, é refrescante ver um filme destes young adult para rapazes. E a cena com a Teresa foi bastante original, se bem que previsível. Espero que não seja brainwash. A história é pouca mas é como o HG2, e a ação é awesome o suficiente e eu cá odeio whiny characters por isso curti estas. Mexem-se. Tomam decisões. Sabem o que querem. Ao contrário de Katniss que deixa os outros decidirem sempre por ela.

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