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A
Idade do Gelo, uma longa-metragem de animação produzida pela Blue Sky Studios no ano 2002, já há muito fugiu ao conteúdo do próprio título. A primeira história passava-se, exatamente, na era glacial, quando a temperatura da Terra sofreu uma queda abrupta e os seres vivos que conseguiram sobreviver a este período tinham grandes quantidades de pêlo, como os mamutes. Essa era a época onde toda a narrativa se desenrolava e a essência a partir do qual foi criada.

O segundo filme, A Idade do Gelo 2: O Degelo fazia sentido no seguimento da primeira animação. Em A Idade do Gelo 3: Despertar dos Dinossauros descobrimos que, afinal, estes animais gigantescos não tinham sido extintos. Tendo em conta que os mamutes e os tigres-dentes-de-sabre surgiram tempos depois dos dinossauros, foi uma justificação razoável para a sua atual existência no planeta. A Idade do Gelo 4: Deriva Continental recuperava os períodos em que a Pangeia se fragmentou, primeiramente dando origem a dois continentes, Laurásia e Gondwana, e posteriormente aos continentes e oceanos que hoje conhecemos. Agora, em A Idade do Gelo 5: O Big Bang, para surpresa de todos nós, o sistema solar ainda não se tinha formado, nem a lua orbitava a Terra, nem Marte era um planeta inóspito. Mas tudo isto irá mudar graças a um esquilo faminto pela sua adorada bolota.

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É estranho e confuso mas é um filme de animação e não tem de se exigir semelhanças aguerridas com a realidade, nem mesmo lógica. Afinal, se todos os filmes fossem fiéis à realidade, perdiam a sua graça e A Idade do Gelo, à sua maneira peculiar, tem graça.

Em semelhança com os anteriores, A Idade do Gelo 5: O Big Bang apresenta um problema que os nossos (quase) heróis terão de resolver. Graças ao seu amor incondicional pela bolota, Scrat viaja acidentalmente em direção ao espaço, onde causa uma série de alterações. Na sua ânsia incessante por não se separar da amada, acaba por colocar um meteoro em rota de colisão com a Terra. O mamute Manny, o tigre Diego, a preguiça Sid e a restante família e amigos terão de confiar em Buck, que afirma saber a solução para evitar o fim do mundo, e partir numa nova jornada.

Scrat viaja acidentalmente em direção ao espaço, acabando por colocar um meteoro em rota de colisão com a Terra.

A primeira parte é engraçada, apresentando os problemas que cada personagem terá de enfrentar. O humor habitual, com algumas piadas que só os mais atentos poderão desvendar, com outras que nos fazem franzir o sobrolho e outras ainda sem qualquer nexo. Mas A Idade do Gelo é assim… disparatada, no bom sentido. Tem uma personalidade própria. As próprias personagens têm uma personalidade característica e distinta, a qual estava bem patente sobretudo no primeiro filme. Nesta aventura, Manny, o conservador, terá de se debater com um novo desafio: o futuro genro. Diego, o mauzão, apesar de um pouco apagado nesta história, começa a pensar em aumentar a família. Sid, o sonhador, aguarda pelo grande amor. Scrat, o eterno apaixonado, continua eternamente apaixonado pela sua bolota. A lista poderia continuar, porque o leque de personagens é demasiado vasto. Exageradamente vasto.

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A segunda parte do filme é extraordinariamente ridícula. A história é composta por piadas a cada minuto, mas o que é demais acaba por aborrecer. E se no início esse padrão até nos anima, a determinada altura começa a enrijecer-nos o rosto. Agradecemos pela personagem da avózinha ou os novos personagens estariam ainda mais condenados. Um lama zen, uma preguiça elegante que se apaixona perdidamente por Sid, um coelho garanhão… São personagens forçadas, criadas para ajudar ao desfecho mas que não trazem qualquer sumo à história.

Em adição, as traduções para português de títulos estrangeiros continuam a incomodar bastante. A tradução fiel ao título original, Collision Course, seria Rota de Colisão. Nem tudo tem de ser traduzido à letra, mas existe uma grande diferença entre o motivo que trata o filme e o Big Bang. Esta teoria explica a origem do universo, mas não é disso que se fala nesta 5ª longa-metragem. Se assim fosse, os nossos amigos Manny, Diego e Sid não existiriam. Talvez só a avózinha…

É uma história divertida, como são as de todos os filmes A Idade do Gelo, mas falta-lhe consistência. Falta-lhe algo. Ou tem falta que lhe falte algo, tal é a quantidade exacerbada de personagens secundárias, histórias secundárias…

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