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Finalmente, depois de anos a provocar os fãs, chegou o primeiro trailer de Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos.
Para aqueles que estão familiarizados com o franchise de videojogos, o trailer está cheio de segredos, pistas e Easter eggs – e se não fazem ideia do que se está a passar, continuem a ler e pode ser que acabem um pouco mais excitados com este novo épico de fantasia.
O trailer abre com um gryphon a voar sobre as montanhas nevadas em direção a uma torre mágica que pode ser um de dois lugares do lore de Warcraft – a torre de Karazhan, a casa do Arquimago Medivh (interpretado por Ben Foster no filme), ou Dalaran, uma cidade humana para mágicos, que mais tarde no trailer se vê uma visão alternativa.
Ouve-se a voz de um homem sobre a cena que diz «Durante anos, o nosso mundo tem estado em paz… mas algo está a chegar.» – esse homem é Anduin Lothar (Travis Fimmel), um guerreiro no exército Humano.
Pode-se ver muito brevemente ele a aterrar a sua gigante besta voadora – juntamente com Khadgar (Ben Schnetzer), o aprendiz de Medivh, mas isso não ajuda muito a perceber se estão a chegar a Dalaran ou Karazhan.
Depois, chega pela primeira vez a cidade de Stormwind, a enorme capital dos Humanos – e os fãs do jogo World of Warcraft de certeza que reconhecerão a Cathedral of Light no centro.
Vê-se então Khadgar a subir umas escadas, que não são de todo seguras para quem tem vertigens, até chegar a um conselho de – presume-se – Magos – e esta cena pode confirmar que a cidade que se vê logo no início do trailer é de fato Dalaran, que é governada por um grupo de Magos e é semiautónoma no mundo de Azeroth.
E depois pode-se ver bem Fimmel como Anduin Lothar – nos jogos, Lothar é conhecido como «The Lion of Azeroth», um dos maiores guerreiros vivos durante a invasão Orc, também chamada de a Primeira Guerra.
Depois pode-se ver Anduin, com um olhar petrificado, encurvado sobre um cadáver que tem uma faca espetada na parte de trás do seu pescoço. É interessante ver que a sua armadura é muito parecida com a armadura real usada pela personagem de Dominic Cooper, o Rei Llane, o líder dos Humanos – podia-se falar mais sobre o assunto mas é melhor não se entrar em spoilers.
O voice-over de Anduin continua – «Há forças Negras a chegarem sobre nós.»
E tem razão – logo se vê um massivo Orc a saltar do nada e a começar a atirar pobres soldados Humanos de um lado para o outro como se fossem bonecas de trapos. Os Orcs neste filme têm um aspeto absolutamente brutal.
Como seria de esperar, o Rei Llane Wrynn I está petrificado por os seus homens terem sido massacrados, ordena uma pessoa que não se vê – talvez Anduin – para caçar as «bestas» por detrás do ataque.
Tem-se direito a uma nova voz, no momento em que o trailer passa do mundo de Azeroth para um completamente alienígena – Draenor, o planeta nativo dos Orcs. E a coisa parece negra, entre os remoinhos de energia verde demoníaca no céu e os acampamentos improvisados dos Orcs.
A voz pertence a Durotan (Toby Kebbel), o chefe do clã Frostwolf, que se pode ver junto ao seu amigo Orgrim Doomhammer (Rob Kazinsky) a caminhar por entre o acampamento Orc.
«O nosso mundo está a morrer… não há nada para que voltar.»
E de repente vê-se uma gigantesca explosão verde!
Em Warcraft esta energia florescente é a marca dos demónios – especificamente, os exércitos demoníacos da Burning Legion, uma massa conquistadora que quer corromper a galáxia inteira e que são, na verdade, os vilões da série. No jogo, os Orcs pensam que estão a invadir Azeroth para eles próprios antes que Draenor morra – mas eles são basicamente enganados pela Burning Legion para se tornarem o seu exército de lacaios.
Talvez esta explosão seja o portal entre os dois mundos que Gul’Dan (interpretado por Daniel Wu e que não entra neste trailer) abre.
Pode ver-se melhor Durotan, juntamente com Orgrim – com o seu Doomhammer, daí o seu nome – e o seu enorme lobo – chamam-se Wrags, e os Orcs montam-nos.
Os Orcs estão depois a olhar uma paisagem que para eles não é familiar – uma vila Humana de agricultura. Durotan continua – e «Se o nosso povo é para sobreviver, temos que fazer casa aqui.»
Um pequeno Easter egg para os fãs dos jogos – podem-se ver os golems mecânicos de colheira a passearem nos campos à distância.
O trailer dá um pequeno salto para trás no tempo, e regressa ao acampamento Orc que se viu antes, e Durotan segura um pequeno bebé Orc verde, o seu filho. Nunca se deve ter visto na história do cinema um Orc mais fofo.
Mas porque é verde em vez de castanho? Bem, antes de virem para Azeroth, Gul’Dan engana os Orcs e fá-los beber sangue de demónio que lhe foi dado pela Burning Legion. Basicamente, quem bebe fica Hulk – fica com super-força, mas a sua pele fica permanentemente verde. A exposição à magia demoníaca eventualmente faz com que fiquem verdes, e foi o que aconteceu ao Orc bebé.
Os fãs de Warcraft sabem que o bebé é bastante importante mais tarde na série – o filho de Durotan cresce para se tornar em Thrall. Ele acaba por ser uma personagem muito importante por isso esperem vê-lo gigante e musculado em futuras sequelas se este primeiro filme se der bem nas bilheteiras.
Aqui pode-se ver a mulher de Durotan, Draka (Anna Galvin) – e as mulheres Orc são visivelmente mais pequenas que os homens, mas não deixem o seu tamanho enganar-vos, pois continuam a ser temíveis guerreiras.
O Rei Llane e a sua esposa, Lady Taria (Ruth Negga) têm um conselho com as raças de Azeroth para combaterem a invasão Orc. Reparem no uso da palavras «raças» – o trailer é só Humanos e Orcs até agora, e o filme será principalmente isso, mas a verdade é que existem várias espécies fantásticas que vivem em Azeroth. Podem nem ter reparado quando viram o trailer – se calhar nem quando repetiram – mas podem ver uns High Elves de cabelo claro à esquerda, e um Anão à direita.
Esta cena pode marcar o nascimento da Aliança.
E aqui está uma mulher Orc presa, que se parece muito menos Orc que as outras que se viram antes no trailer – e isso é assim porque ela literalmente é menos Orc que as outras. Chama-se Garona Halforcen (Paula Patton), e como o seu nome implica, ela é Meia-Orc, Meia… bem, não se sabe. Nos jogos Garona é Meia-Draenei, uma raça que vivia em Draenor antes de os Orcs praticamente os terem morto a todos, mas Patton já disse em várias entrevistas que ela é Meia-Humana no filme – sim, é estranho imaginar ela a ser concebida, e mais estranho ainda pensar qual dos pais era o Humano durante essa operação.
É difícil falar sobre a sua história sem arruinar o filme para quem nunca jogou Warcraft.
Depois Orgrim diz que não há outra vida para os Orcs para além de guerra, mas Durotan responde – «Não, mas com a ajuda dos Humanos pode haver.»
Vê-se Anduin com um grupo de soldados – e Garona – a encontrarem-se com Durotan. Os Humanos não confiam nele, mas o Orc e o seu clã só querem paz. Orcs – nem todos são maus.
Lothar e outros cavaleiros acompanham Durotan, enquanto o Rei Llane pergunta se podem confiar no Orc. Mas um soldado diz que todos os Orcs deviam ser destruídos; é o mesmo soldado que se vê a usar uma espingarda, tecnologia Anã. Humanos – nem todos são bons.
Depois, Lothar e Lady Taria saudam uma multidão no exterior da Stormwind Cathedral – mas reparem que Llane não está com a sua mulher, e Khadgar está a cuidar dos seus filhos. E estão eles em frente de um caixão?
E na multidão, pode ver-se novamente alguns High Elves entre os Humanos. Difícil de apanhar no trailer, basta piscar os olhos para perder.
Aqui está um glorioso plano de um Orc a perguntar a Durotan porque está a lutar contra o seu povo. Tem excelente aspeto – os grandes planos dos Orcs neste trailer são realmente muito bons no que toca em CGI.
Draka mete o seu bebé no rio – Orc Moisés, piada fácil – mas um outro Orc verde apanha-a – estava ele a persegui-la? Será que morre? No jogo é assim que Thrall eventualmente acaba cativo por soldados Humanos, começando o seu caminho para ser líder dos Orcs nos jogos mais tarde.
Mas o que seria um filme chamado Warcraft sem enormes cenas de ação? O trailer mostra várias cenas diferentes em sucessão de gloriosa ação entre Orcs e Humanos, e Orcs contra outros Orcs de outra cor, e Humanos e Orcs juntos contra outros Orcs de outra cor.
E por fim o Money shot do trailer – Lothar a saltar para as costas de um gryphon a meio do ar, e carregar contra uns Orcs.
A verdade é que este é um excelente trailer – se já forem fãs do jogo e tiverem conhecimentos do lore e da história. Mas se não souberem nada de Warcraft, o trailer só vos vai deixar confusos e talvez sem grande vontade de ver o filme.
Warcraft é uma série de jogos bastante original de fantasia, mas a maneira como este trailer está montado, gira tudo à volta da “familiaridade” – sim, os Orcs falam e têm sentimentos e filhos, mas tudo o resto parece cenas de fantasia que já se viram antes. E depois da trilogia de O Senhor dos Anéis e de O Hobbit as audiências podem olhar para Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos e pensar – «Meh, mais do mesmo?»
Esperemos que o próximo trailer consiga demonstrar melhor o que o franchise tem de tão único.
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