Em 99 Casas deparamo-nos com uma situação bastante comum nos Estados Unidos da América. Situação essa que se trata da perda de uma casa para uma seguradora imobiliária.
É o que acontece a Dennis Nash (trazido para o grande ecrã por Andrew Garfield) e à sua família (interpretada por Noah Lomax e Laura Dern) quando são despejados da sua casa. Este acontecimento acaba por ter grande foco na história, pois grande parte do enredo é passada à volta da recuperação da casa.
Mas passando pouco tempo da perca da casa, Nash recebe uma proposta irrecusável da parte de Rick Carver (brilhantemente interpretado por Michael Shannon), o homem que lhe tinha retirado a casa. É aqui que começa um dos pontos principais da longa metragem – o conflito da moral de Dennis. “Será que vale a pena depois de me ter acontecido? Será que vale a pena dar uma boa vida ao meu filho fazendo mal a outras pessoas?” São só algumas das questões que Nash coloca a si mesmo durante o filme.
Também devo referir que não conhecia o realizador Ramin Bahrani, o que acabava por me fazer ficar um pouco reticente quanto ao filme. No entanto, adorei a sua ideia de realização e de escrita (já que se trata também de um dos argumentistas) tendo como objectivo ir atrás dos conflitos internos das pessoas.
Porém, a interpretação de Andrew Garfield fica muito aquém da expetativas. Mas depois de ver a sua representação de Peter Parker em dois dos piores filmes de Super-Heróis que existem (nomeadamente, O Fantástico Homem-Aranha e a sua sequela). É evidente que ele consegue melhorar muito a sua representação, no entanto falta ali qualquer coisa, não é com aquele homem que as pessoas se vão identificar.
Por outro lado, Michael Shannon é que traz a este filme algo que realmente era necessário, um vilão carismático e que acaba por chamar todas as atenções para si, sendo cruel e ao mesmo tempo uma das pessoas mais adoradas do mundo. Michael Shannon faz aqui uma atuação de alto gabarito. Devo também fazer uma pequena nota à interpretação de Laura Dern, que por muito pouco que apareça no filme, traz uma grande emoção à cena.
Resta concluir que o filme foi melhor do que esperava, pois entrei nele com uma moral um pouco baixo mas que acabou por ir subindo a cada passo, até ao final do mesmo. Porém, não deixa de ser um filme médio com uma interpretação “rasca” da parte de Garfield, espelhada por uma interpretação brilhante da parte de Shannon.