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O primeiro filme d’O Panda do Kung Fu já nos fazia questionar quem seriam os verdadeiros pais de Po, pois ao contrário dele, nunca acreditámos que fosse filho de um ganso. O segundo filme levantou ligeiramente a cortina e revelou alguns segredos, deixando em aberto a possibilidade de uma terceira sequela quando, no final, somos enviados para uma aldeia de pandas e um deles se pronuncia: «O meu filho está vivo». Efectivamente, O Panda do Kung Fu 2 foi desenhado a pensar no seu sucessor.

Sem grandes surpresas, chegou ao grande ecrã O Panda do Kung Fu 3. A continuação das jornadas de Po e da sua «altamentidez» levam-no agora a enfrentar um desafio maior do que aqueles com que se tinha confrontado até ao momento. O reencontro com o pai biológico e a ameaça de um inimigo vindo do mundo dos espíritos fa-lo-á viajar até à sua cidade natal, onde deverá aprender a dominar o poder do Chi.

Aliado a uma animação soberba, este filme pode chegar a cortar a respiração em aLGUNS MOMENTOS.

Como já se tinha verificado nas produções anteriores, o estilo gráfico utilizado para os flashbacks e sonhos de Po é deveras interessante. A maneira como se forma uma ponte entre o que é real e o que é apenas memória ou imaginação através do grafismo é fascinante. A coerência é bastante forte e encaixa na perfeição. Nesta longa-metragem todo o estilo gráfico e cromatismo é deslumbrante, quer seja realidade quer seja imaginação. Há uma cena particularmente bela a nível visual, quando Po enfrenta o seu inimigo no mundo dos espíritos e reencontra o mestre ancião Oogway. Aliado a uma animação soberba, este filme pode chegar a cortar a respiração em alguns momentos. Mas não admira… A arte conceptual d’O Panda do Kung Fu 3 é extraordinária.

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A boa-disposição é obrigatória nos filmes O Panda do Kung Fu, portanto, um dos momentos que se acreditava ser mais emotivo e dramático – o reencontro de Po com o seu pai biológico – foi simples e genuinamente engraçado. Sem dramas, lágrimas ou grandes mistérios. Para complementar, rapidamente se cria um conflito (unilateral) entre o pai adotivo e o pai biológico de Po, ou não fosse o dono da loja de massas um ganso extremamente protetor. Esta guerrilha estende-se durante todo o filme, mas o facto de mais nenhuma personagem lhe dar a devida atenção não abre espaço para nos saturar ou aborrecer.

Outros pequenos detalhes também imprimem brilho à história: uma pequena panda fica deslumbrada por Tigresa, passando a segui-la para todo o lado com uma boa dose de abraços para oferecer; o estilo de vida da aldeia dos pandas; as habilidades de cada panda; entre outros.

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Porém, há algo estranhamente familiar nas sequelas dos filmes de animação da DreamWorks. Aliás, sejamos honestos: existe um livro de receitas comum à maior parte dos estúdios, que discrimina as fases em que os filmes devem dividir-se e os imbui de previsibilidade. Por esse motivo, não é estranho ter poderes de adivinhação antes ou durante a visualização de um filme.

O Panda do Kung Fu 3 assemelha-se a outras produções do estúdio, tais como Como Treinares o teu Dragão Madagáscar 2. Porquê? Neste terceiro filme, Po reencontra o seu pai biológico e descobre, por fim, a sua origem. Para mim este é um conceito assustadoramente familiar. As sequelas de filmes de animação costumam centrar-se em dois temas: o reencontro com um familiar perdido ou a descoberta do verdadeiro amor. Em acréscimo, neste tipo de enredos surge constantemente a questão «Quem sou eu?» e a típica frase «Tenho de saber quem sou». Nem sempre é assim, mas as variações são poucas e os casos excepcionais raros. Até na saga Shrek conseguiram colocar o pobre Shrek a questionar a sua própria natureza e levá-lo para Bué Bué Longe só para introduzir os pais de Fiona na história (e na esperança que as receitas desse filme fossem tão generosas como as do primeiro…).

O Panda do Kung Fu 3 é divertido como os seus antecessores e entretém da melhor forma possível durante uma hora e meia. O Po será sempre o Po e isso é delicioso. Não posso dizer que o filme foi «Bem Bom», mas eu gostei!

Está-Quase-Lá

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