“Home”
SIM!!! Aconteceu! Durante todo este tempo, muitos de nós temos estado a tentar convencer-nos de que era possível, de que iria acontecer. Parecia demasiado óbvio, demasiado bom, para vir de um autor que nos tirou tanto, que matou sempre os nossos heróis – mas sim, é verdade, o Jon Snow foi ressuscitado!!! Mesmo duvidando de si mesma, Melisandre repetiu as palavras do ritual que aprendera, e conseguiu, quer tenha sido pelos seus poderes, ou pelo destino que o Jon ainda tem para cumprir. Ou pelas duas coisas?
Mas depois de fazermos a festa e de lançarmos os foguetes, pensemos um pouco. Ele voltou, mas a que custo? Recordemos o Beric Dondarrion, de quem falei na última discussão, que foi ressuscitado várias vezes pela magia de R’hllor. Ele disse à Arya que sempre que era trazido de volta, deixava para trás um pedaço de si. Consideremos ainda que ele sempre foi ressuscitado quase imediatamente após ter sido morto. Poderá isto ter algum efeito? Poderá o Jon que voltou não ser o Jon que nós conhecíamos? Esperemos que não.
E qual será a reacção dos outros membros da Patrulha? Fiquei com alguma pena de, quando o Povo Livre tomou Castelo Negro, não terem aberto o crânio ao Alliser Thorne, mas suspeito de que o seu final deve estar para breve. Mas, não se tinham amotinado praticamente todos os homens da Patrulha? Isso quer dizer que agora a Patrulha da Noite é composta por Selvagens? Como é que isso vai funcionar?!
Apesar da cena da ressurreição do Jon ter sido a mais fantástica e a mais aguardada, houve muitas outras cenas intensas e importantes neste episódio, a começar logo pelo início!
Voltámos a ver o Bran! O Isaac Hempstead-Wright (actor que interpreta a personagem) cresceu tanto, que parece mais velho do que a Meera, ainda que a actriz na vida real tenha mais nove anos do que ele! Durante todo este tempo, o Bran tem estado a aprender a arte da Visão com o Corvo de Três Olhos, um senhor idoso cujo corpo está entrelaçado e trespassado por uma enorme árvore numa caverna dos Filhos da Floresta.
Adorei ver a cena inicial, em que Bran observa o seu pai a treinar com os irmãos e a arreliar a irmã em Winterfell quando eram pequenos. Com os seus novos poderes, o Bran irá poder observar qualquer momento que quiser, imagino, mas é bom ver que ainda não perdeu a sua identidade. Nos livros, aqueles que usam a “Visão Verde” só podem ver através dos olhos dos represeiros (as árvores brancas com as caras esculpidas), mas assim a cena torna-se muito mais interessante, funciona muito melhor.
Uma pequena discrepância, ou talvez não, foi aquela mulher de aspecto estranho, que suponho que seja uma Filha da Floresta. Mas na última vez em que vimos o Bran, quando o Jojen Reed morreu, também vimos um membro deste povo, que tinha o aspecto de uma criança humana normal. Qual será o motivo desta mudança?
Também foi extremamente satisfatório ver a conversa da Brienne com a Sansa sobre a Arya. É a primeira vez que um Stark tem notícias de outro desde nem sei há quanto tempo, e logo notícias da Arya, que é presumida morta desde o final da primeira temporada! Podemos ver a satisfação da Sansa e o seu sorriso de reconhecimento quando a Brienne lhe diz que a Arya “não estava vestida como uma senhora”. Pois, ser uma senhora nunca foi o forte da Arya! E digo desde já que, em Essos, me parece que a provação da Arya foi um tanto curta de mais. “Voltarei todos os dias”, diz a serva do Deus das Muitas Caras, e volta só mais um dia, porque pronto, já está. Suponho que continuarão o treino no Templo.
O Tyrion provou-se novamente um pequeno homem com uma enorme coragem. Que cena de suster a respiração! Claro que não pensei que os dragões o fossem matar, mas também não pensei que fosse sair dali sem uma bainha a chamuscar, nem que os dragões não fossem tentar fugir assim que se vissem livres das amarras. O próximo passo deve ser tentar soltá-los para que possam voar, imagino, e rezar para que voltem. A menos que alguém descubra a arte antiga de domar dragões, como se poderá tudo isto desenvolver sem destruição? A história enternecedora que o Tyrion contou abriu-nos mais uma janela à sua infância de criança demasiado inteligente, sonhadora e ambiciosa para o seu meio. Apesar de a vida o ter corrompido terrivelmente, não podemos esquecer que o Tyrion é, possivelmente, o maior nerd nesta série, em parceria com o Sam!
E, claro, o Ramsay Snow/Bolton. Talvez não tenha sido inesperada a atitude que tomou ao assassinar a família, mas a maneira brusca como foi feito deu-me arrepios. Pensei que teríamos que sofrer a visão dele a atirar o bebé da Walda Frey para dentro de uma das jaulas dos cães. Em comparação, simplesmente saber que tinham sido feitos em pedaços e não ter que ver nada foi quase um alívio. O Ramsay é, verdadeiramente, um psicopata, sem qualquer limite. Agora já sabemos que nada o poderá deter, que nada tem significado para ele.
O Roose Bolton era frio e calculista, sim, mas tinha um plano, fazia horrores para atingir os seus objectivos, e parava aí. Para além disso, a sua família tinha um significado para ele, nem que fosse apenas o da honra e o de propagar o seu nome. O Ramsay é diferente. Para ele, a crueldade é um divertimento. Poderia ter degolado Walda e o bebé rapidamente, mas isso não teria piada nenhuma.
Não sei o que esperar para o próximo episódio, mas sei que, para além do massacre da família Bolton (cujo patriarca tinha feito bastante para o merecer – a vingança para Robb Stark veio pelas mãos mais inesperadas para o Roose), este foi um episódio demasiado bom. Houve demasiadas coisas das quais estávamos à espera, demasiados momentos icónicos. Algo de terrível deve estar para acontecer para que nos queiram dar esta falsa sensação de segurança! Nada aconteceu em Porto Real, para além da tensão subjacente de uma guerra entre o clero e a nobreza prestes a rebentar. Poderá ser por aí que tudo vai começar a ruir?
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