“Career Days”
A mini-crise de meia idade de Randall tem que ser, de longe, a mais adorável de todas. A minha família favorita teve que, neste episódio, sofregamente assistir ao seu pai a cantar no piano porque ele achava que era mais fácil explicar a uma plateia de miúdos e pais o que fazia no emprego se adicionasse aquele seu lado artístico que, infelizmente, não tem. Agora que descobriu quem é William e todos os seus talentos, questiona-se como poderia ter sido diferente se realmente tivesse todo o leque artístico do seu pai biológico no ADN. E tornou-se claro neste episódio que esses atributos, provavelmente, saltaram uma geração.
O Jack e a Rebecca continuam a ser pais perfeitamente imperfeitos, cometem falhas ao longo do caminho que acabam por moldar aquilo em que os filhos se tornam ao crescer. Mas esta semana achei que, finalmente, tivemos uma perspectiva mais profunda de como eles lidam com os obstáculos. Randall é de longe, dos três, a criança que mais sucesso académico tem. Mas quando a escola não o parece desafiar e quando o medo de se destacar dos seus dois irmãos instala-se, este limita-se a fazer apenas o suficiente. Quando se deparam com a possibilidade de enviar Randall para uma escola privada para crianças dotadas, Jack teme que isso poderá distanciar Randall ainda mais dos seus irmãos. Mas, como é óbvio, Jack acaba por aperceber-se que os seus medos têm que ser superados: os Big Three são diferentes e, ao contrário do que pensava, devem destacar-se como indivíduos.
You’re adopted, and we don’t talk about that enough. Because to me, you are every part my son. And maybe I don’t want you to feel like you stand out. But I need you to know something. I want you to stand out. I want all of you to be as different as you can possibly be, in all the best ways. I love you as much as a human heart can, kiddo. You are an exceptional young man. So don’t let your old man’s poor choices make you feel afraid to be different, OK? OK.
– Jack
De Kate volto a ter muito pouco a dizer. Esta semana não vi o Toby, uma personagem que, como todos sabemos, eu adoro. Mas descobrimos que Kate não tem a melhor das relações com a sua mãe. Falam muito pouco uma com a outra e isso é algo que Kate admite arrepender-se. Faltará conhecer os porquês desta relação embora tenha superficialmente mencionado como a lidação de ambas com o seu peso. Não duvido que nos próximos capítulos se desvendem as razões para isto.
E Kevin? Kevin tem vindo a tornar-se a cada momento uma personagem bastante mais complexa. Gostei de ver como a perda do pai o tornou uma pessoa mais reservada até no modo como actua. Não consegue transmitir o tipo de emoções profundas que, também, não se permite transmitir pessoalmente. Ele não é um mau actor mas a sua insegurança e, agora, a maneira como guarda tudo dentro de si tornam-o mais superficial do que parece ser. Há algo mais dentro dele, apenas não se deixa mostrar. O modo como se refere à perda do pai, como quando ele faleceu ficou zangado levanta algumas perguntas sobre como terá sido o relacionamento de ambos nos últimos anos. Suponho que, tal como com Kate e a mãe, faltará pouco para descobrirmos. Estou ansiosa por perceber que ainda há tanto por explorar no passado desta família e, como vemos na promo do próximo episódio, no presente também.
Tenho que dizer que todo o elenco desta série está de parabéns pelos papéis que têm interpretado. Desde a incrível voz de ouro de Ron Cephas Jones que interpreta William até à comovente interpretação de Justin Hartley que, ao contrário da sua personagem Kevin, sabe exactamente como transmitir emoção na sua actuação e quase levar o público ao choro – não perdoo por isto, foi a segunda semana de seguida que verti uma lágrima. E Milo Ventimiglia não fica atrás, semana após semana a convencer-me que não pode possivelmente existir um pai mais dedicado como Jack.
