Tokyo Magnitude 8.0
東京マグニチュード8.0
Drama
M/13
Japão | 2009
11 episódios
A série baseia-se na hipótese de que há 70% de probabilidade de ocorrer um terramoto de magnitude 7.0 em Tóquio nos próximos 30 anos. O anime descreve o que iria acontecer ser ocorresse um terramoto de 8.0. A história centra-se em Mirai, uma estudante no primeiro ano do liceu que no início das férias de Verão vai à ilha artificial Odaiba em Tóquio, assistir a uma exibição de robôs com o irmão Yuuki. Acontece um grande tremor vindo do mar e a famosa Torre de Tóquio e a Ponte Arco-íris são destruídas, mudando a aparência de Tóquio num instante. Com a ajuda de uma distribuidora motard chamada Mari que conhecem em Odaiba, Mirai e Yuuki tentam chegar a sua casa em Setagaya, na parte ocidental de Tóquio.
Estúdios:
Bones, Dentsu, Fuji TV, Toho Company, Kinema Citrus, Maiden JapanL, Asmik Ace Entertainment, Sony Music Entertainment, Sakura Create
Realização:
Masaki Tashibana
Masaki Tashibana, Kazuya Nomura, Daisuke Tokudo
Tokyo Magnitude 8.0 é um daqueles casos raros que, em apenas 11 episódios, conseguem desenvolver uma história completa com princípio, meio e fim, e capturar por completo o espectador. Não digo por isto que a série não tem as suas falhas, e o tema por si só já faz grande parte do trabalho de envolver o espectador, mas tudo o resto deve-se ao facto de este anime ser mesmo bom.
A história prende-se à realidade de haver uma grande probabilidade de que Tóquio sofra um sismo de magnitude 7 pela escala de Richter nos próximos anos, sendo que o anime retrata a possibilidade do que aconteceria se Tóquio sofresse um sismo de escala 8. Foram efectuadas várias simulações de danos com base na estrutura dos edifícios, tanto os danos provocados pelo sismo como pelas suas sequelas, bastante fortes.
Durante o anime seguimos três personagens, os irmãos Mirai e Yuuki, e Mari, uma mãe solteira que os ajuda após o sismo. Juntos tentam voltar para casa no meio do caos, juntamente com quase toda a população presente nas áreas afectadas. O anime não só retrata com enorme detalhe os danos estruturais aos edifícios, mas também a reacção das pessoas, tanto dos civis como das forças policiais e restantes entidades do Estado, num esforço de salvar vidas e fornecer o essencial à sobrevivência e sanidade mental às pessoas, como mantimentos e sanitas portáteis.
Enquanto Mari ajuda Mirai e Yuuki a regressar a casa, há várias discussões, típicas de crianças daquela idade, e acabamos por entender as acções das personagens enquanto a história se desenvolve, tudo isto enquanto vemos a desolação nas várias zonas de Tóquio, as pessoas a entrar em pânico ao mínimo sinal de perigo, a sensação de impotência e insegurança quando não têm meios de comunicação, excepto uma rede pela qual conseguem assistir às notícias, sem saberem o que aconteceu às suas casas e famílias. Tudo isto se junta numa história arrebatadora e triste, daquelas que despertam uma grande empatia pelas personagens, especialmente pelo sentimento de perda.
Está também presente alguma crítica à sociedade no anime, naqueles momentos em que, em vez de tentar refugiar-se ou ajudar quem as rodeia, vemos pessoas “preocupadas” em filmar o que está a acontecer com os telemóveis, quando, com os estragos causados pelos sismos, seria de esperar que guardassem a bateria para ver as notícias.
Talvez o grande senão para muitos se prenda à animação e ao som.
Apesar de termos planos de fundo detalhados, frutos do estudo com as simulações, as personagens apresentam um aspecto mais simples, com rostos pouco trabalhados, mas ainda assim reconhecíveis.
Já o som, ao longo da série, não apela muito ao sentimento de realismo, com o sismo e as suas sequelas, e consequentes desabamentos e enorme destruição pouco retratados a nível do som, fazendo-se uso da música de fundo para dar atmosfera.
O Opening, por outro lado, é muito bom, e embora pareça simples, acho que está muito bem feito.
A letra da música relaciona-se muito bem com a história e é acompanhada por imagens a preto e branco das ruínas da cidade.
(“Kmi no Uta” por Abingdon Boys School)
Já o Ending segue a norma de ter uma canção mais suave, acompanhado também por cenários a preto e branco como plano de fundo, e fotografias das personagens a cores à frente.
(“M/elody” por Shion Tsuji)
Tokyo Magnitude 8 continua ainda assim a ser um dos melhores animes que já vi, e um dos poucos com que acho que quase toda a gente se pode relacionar pelo menos um pouco.