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“Battle of the Bastards”

Este episódio deu-nos a batalha épica da qual temos estado à espera. Com centenas de figurantes e um orçamento de milhões de dólares, a Batalha dos Bastardos foi um dos mais importantes acontecimentos da série até agora, e com certeza o maior e o mais realista. Foi um episódio desesperante, que não nos deixou afastar do ecrã por um segundo. Mas Snow vs Snow não foi a única batalha deste episódio! Temos que dar o devido crédito à Mãe dos Dragões.

Daenerys tornou-se numa verdadeira Targaryen. Não sofre de um único momento de dúvida enquanto a sua cidade é atacada violentamente pela frota dos Mestres Esclavagistas (das cidades de Yunkai e Astapor). Ela consegue finalmente controlar o seu dragão, e compreende todo o poder que os dragões lhe outorgam. Em vez de reprimir este poder, liberta-o. Não esqueçamos que Aegon o Conquistador conquistou seis reinos tendo apenas três dragões – Dany tem também um exército, e, agora, uma frota. Os escravos dos Mestres fogem muito rapidamente ao pesarem na sua consciência a opressão dos Mestres e a clemência de Dany. Foi o clássico momento Targaryen que teria eventualmente que chegar, a grande vitória de Daenerys, cujo próximo passo apenas pode ser Westeros.

Os irmãos Greyjoy parecem ter chegado a Meereen pouco depois da batalha. Adorei a conversa entre Yara e Dany. São duas mulheres poderosas que se compreendem claramente uma à outra. Yara não tem papas na língua, e Dany aprecia que falem com ela directamente, sem artifícios. O relato de chauvinismo e traição que os Greyjoy fizeram do seu tio Euron surtiu o efeito desejado. É dito que Yara traz cem navios, o que quer dizer que os seus apoiantes entre os Homens de Ferro, aqueles que fugiram com ela a seguir ao Kingsmoot, não são poucos. Dany prefere, claramente, ter uma frota mais pequena e apoiar uma causa justa, o que vai de acordo ao seu discurso sobre não seguir os passos dos seus pais terríveis (Aerys II Targaryen, Balon Greyjoy e Tywin Lannister), e fazer do mundo um lugar melhor. Assim, Dany tem finalmente um aliado claro entre as grandes Casas de Westeros, e Yara, uma das poucas pessoas que merece verdadeiramente a liderança e que tem estofo para ela, poderá ter a sua coroa. O grande choque deste encontro: Dany convence Yara a desistir do modo de vida das Ilhas de Ferro, que consiste em roubar, pilhar, incendiar, e violar. Pode parecer um passo em direcção ao progresso, mas irão os súbditos de Yara aceitar esta mudança drástica?

O Bastardbowl foi tudo aquilo que poderíamos ter desejado, apesar de nos ter quebrado o coração. Sansa continua com aquilo que parece ser o tema geral deste episódio, que é o do poder feminino. Insiste com Jon para esperar, porque ainda não têm homens suficientes, mas não lhe revela a carta que enviou a Petyr, querendo guardar os seus trunfos até ao último momento. É ela que traz as tropas da libertação, e é também ela que decide o destino final daquele que é na minha opinião o grande vilão desta série, Ramsay. Resumidamente, esta é uma victória de Sansa mais do que de Jon. Um momento que está a ser tomado como um grande sinal daquilo que poderá vir a acontecer é o da discussão de Sansa com o meio-irmão, o momento no qual diz que Rickon já não pode ser salvo. Ela conhece Ramsay, e sabe que isto é verdade. Jon, ignorante da verdadeira natureza do inimigo, comete o erro fatal de apressar a batalha, quase sendo aniquilado. Assim, Sansa dá provas da sua capacidade de liderança.

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E, no final, Sansa tinha razão. Rickon chegou tão perto! Num momento agoniante e angustiante para todos nós, Rickon Stark estava a segundos de se reunir com o seu meio-irmão Jon quando a seta certeira de Ramsay o encontrou. Foi uma morte à Guerra dos Tronos, uma ferroada para quem, como eu, se queixava de que estava tudo a correr “demasiado bem” para os protagonistas! Jon, claramente, não sabe conter as suas emoções, e não é um comandante com a cabeça fria e o coração de ferro – como Sansa seria. As cenas nas quais Jon e Thormund, entre muitos outros, se encontram presos entre as lanças do inimigo e a muralha de corpos mortos, não se recomenda a quem tenha problemas de ansiedade! Parecia que íamos todos sufocar com o Jon, morrer com ele tão perto de Winterfell. Diga-se de passagem que Petyr Baelish é um herói improvável, mas herói de qualquer maneira, pois salvou novamente os Stark. O que terá ele pedido a Sansa em troca? A sua mão em casamento assim que se tornasse viúva?

Para além da excruciante morte de Rickon, o primeiro Stark a morrer desde Robb e Catelyn, vimos também a morte de Wun Wun o gigante. Pode parecer aleatório ficar-se entristecido pela morte de um gigante no meio de tanta morte humana, mas não podemos deixar este dia passar sem sentir-nos mal pela raça dos Gigantes, outrora dominante na terra, e agora perdida. Recordemos então a canção dos Selvagens, “O Último dos Gigantes”:

“Oohh, I am the last of the giants,

so learn well the words of my song.

For when I am gone the singing will fade,

and the silence shall last long and long”

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A morte de Ramsay, se bem que poderia ter sido um pouco mais lenta, foi agoniante o suficiente para apaziguar o nosso ódio colectivo. Ninguém pode trazer de volta a inocência de Sansa, o pobre Rickon, ou qualquer uma das centenas de vítimas de Ramsay – mas, pelo menos desta vez, tivemos a nossa vingança.

Os estandartes Stark adornam de novo Winterfell, e parece que o mundo está a começar a entrar nos eixos. Que poderemos esperar do próximo episódio, o último deste fantástica sexta temporada? Penso que veremos o julgamento de Cersei; Jaime chegará no último momento para a salvar, ou para a impedir de semear a destruição com a cache de fogo vivo escondida que Qyburn desenterrou para ela? Veremos o Cão de Caça a juntar-se à Irmandade Sem Bandeiras? E Arya, poderá chegar a Westeros?

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