Mesmo depois da loucura da pré-venda de bilhetes, que quebrou recordes, e fez vários sites de vendas online irem abaixo com demasiado movimento, os fãs ainda não fazem ideia do que esperar da história do filme Star Wars: O Despertar da Força. Sabem-se alguns detalhes, e os trailers ajudam a ter um pouco mais de compreensão das várias relações entre as personagens na muito esperada sequela de J. J. Abrams – ainda assim, a Disney e a Lucasfilm têm conseguido manter a maior parte do filme em segredo completo, apesar da antecipação em torno dele.
Sim, de vez em quando um plot point é spoiled – como aconteceu com a publicidade da Duracell e um jogo de cartas que sugerem que Rey é uma Jedi e enquanto Finn não – mas considerando que apenas faltam 38 dias para a estreia de Episódio 7 nos cinemas, o departamento de marketing da Lucasfilm tem-se portado de forma admirável – principalmente porque a excitação pelo filme não parecer ter diminuído pela falta de pormenores. Aliás, o controlo no marketing está a pôr os fãs num fervor e, durante os primeiros dias, eles terão que ir de facto ao cinema para saberem o que acontece.
Mas a dedicação ao sigilo não fica apenas pelos trailers e anúncios de TV, pois sabe-se agora que a impressão de um livro tie-in de O Despertar da Força foi adiada – para impedir que spoilers cheguem à Internet antes do filme estrear.
A reportagem vem do Wall Street Journal, que diz que a Disney fez um acordo com a Penguin Publishing para atrasar as cópias físicas do livro – em vez de serem publicadas um pouco antes de Episódio 7, os livros tie-in serão lançados três semanas mais tarde, a 5 de Janeiro. Mas é preciso notar que a edição digital será posta à venda juntamente com o filme – já que o conteúdo digital é muito mais fácil de controlar pela editora.
De acordo com a reportagem, a Lucasfilm estava preocupada que o lançamento do livro juntamente com o filme poderia comprometer elementos da história cuidadosamente guardados. Faz sentido, uma vez que com o tempo que demora a imprimir e enviar os livros, haveria uma enorme janela temporal entre o envio e o lançamento, na qual uma cópia do manuscrito poderia ser leaked – e espalhar-se como fogo selvagem na Internet. Por outro lado, o lançamento digital pode ser contido e cuidado com mais facilidade – com pouco risco de cópias chegarem ao mercado antes do filme.
Afinal, quem está dentro da indústria sabe perfeitamente que leaks vindos de lojas são muitas vezes as fontes de informações e spoilers antes de estreias ou lançamentos. Não há questão nenhuma que os jornalistas, se lhes fosse dada a oportunidade, iriam publicar páginas do livro em que houvesse pistas sobre o que acontece em O Despertar da Força.
É refrescante ver um estúdio a impedir a venda de produtos para preservar a qualidade da experiência nos cinemas para os fãs – especialmente numa indústria que por vezes parece só se importar com dinheiro, e que, em anos recentes, ficou dominada por trailers cheios de spoilers. Depois de Além da Escuridão: Star Trek ter brincado com o rumor e a especulação de que Benedict Cumberbatch era Kahn, é bom ver que Abrams está a seguir uma melhor abordagem à forma como cria hype para Star Wars 7, através de nostalgia e imagens genuinamente excitantes – em vez de brincar com mistérios e possíveis reviravoltas.
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