“Mad City: Better to Reign in Hell… “
Quem estava à espera de grandes novidades ou diferenças na nova temporada de Gotham pode desenganar-se redondamente, porque está tudo praticamente na mesma com o primeiro episódio a não trazer grandes novidades.
James Gordon (Ben Mackenzie) tenta regressar aos braços da sua amada (Morena Baccarin), mas encontra-a nos braços de outro homem. Provavelmente a actriz teve outras solicitações e por isso não pôde participar nesta temporada. Assim, o ex-polícia favorito de todos transforma-se num caçador de prémios em busca de todas as criaturas que escaparam de Indian Hill no final da última temporada, distribuindo cacetada e porradaria amiúde por entre todos os vilões. Como de costume Gordon está amuado com a polícia e discute com o antigo chefe (Michael Chicklis) e mantêm uma forte amizade com o seu antigo colega Harvey Bullock (Donal Logue). Sim, o Gordon não faz parte da polícia, mas mantêm todas as dinâmicas de quando era agente da lei. Associada a Gordon surge a primeira nova personagem da temporada, a jornalista Valerie Vale (Jamie Chung), aparentemente familiar da mais conhecida Vicki Vale.
NOVA TEMPORADA DE GOTHAM E OS MESMOS TRUQUES DE SEMPRE.
Por seu lado, o Pinguim, brilhantemente interpretado por Robin Lord Taylor, embora eu não seja um grande apreciador desta versão do criminoso milionário de Gotham, prossegue o seu caminho como principal mafioso de Gotham mantendo negócios com a psicopata pansexual Barbara Kean (Erin Richards) e com Tabitha Galavan (Jessica Lucas) e continua o seu bromance com o Edward Nygma (Cory Michael Smith). Mas nem só a aspiração a mais poder move Pinguim, também o seu desejo de matar a ressuscitada Fish Mooney (Jada Pinkett Smith) o motiva, oferecendo um milhão de dólares a quem lhe trouxer a sua antiga patroa viva, morta ou em pedaços, oportunidade que Jim Gordon, já envolvido na perseguição nas criaturas de Indian Hill, não deixa escapar.
Fish Mooney, que parece ter mais vidas que o gato de Highlander, foi transformada numa criatura controladora de mentes pelo dr. Hugo Strange (B. D. Wong) e passou a liderar um gang de criaturas foragidas de Indian Hill cheios de poderes e uma capacidade infinita de rugir, grasnar, grunhir e emitir outros sons tais, além de um certo fetiche por roupas de cabedal. E como não poderia deixar de ser tem um plano para dominar Gotham e ultrapassar todas as dificuldades causadas pela sua transformação. Entre os subordinados de Fish Mooney conta-se Selina Kyle (Camren Bicondova) que tem sempre uma agenda própria e continua lindíssima (Calma! Só na próxima temporada ela será maior de idade!).
Por fim, temos o sempre aborrecido Bruce Wayne (David Mazouz) e o seu bélico assistente Alfred (Sean Pertwee), cujas vidas estão sempre ameaçadas por não controlar a companhia da qual é supostamente dono, vencendo, sem dúvidas, o prémio de pior autoridade patronal do mundo. Mas como um Bruce Wayne aborrecido não fosse suficiente, agora existe uma cópia com um ar de emo ainda pior criado em Indian Hill sabe-se lá com que propósito, mas com certeza não será para uma interpretação super realista d’O Príncipe e o Pobre.
O primeiro episódio da terceira temporada de Gotham não desilude, mas também não impressiona. A produção parece apostar nas mesmas formas narrativas e artifícios utilizados nas temporadas anteriores e que deram sucesso à serie. De facto, em equipa que ganha não se mexe, como diz o provérbio popular. No entanto, o grande número de episódios (22 por temporada) e já irmos na terceira temporada, obrigarão a alguma inovação sob perigo de tornarem-se previsíveis e bastante aborrecidos. Recordemos as temporadas anteriores nas quais existe um grande número de episódios onde nada acontece. Aguardemos pelos vilões que Gotham ainda esconde e cujo aparecimento são sempre os momentos que me causam maior antecipação.