Era dia 30 de Agosto. Estava naquele tédio de, “Bolas não sei o que jogar!“. É nesta altura que surge a notícia, “estão a ser distribuídas as keys de Battlefield 1“. Pulei de alegria, mas a minha caixa de entrada não, nada de early Beta para mim. Passado uns dias um amigo meu pergunta-me se já joguei Battlefield 1. Começa a ser tortura, eu que nem consumo muito FPS’s, logo o que me agrada, todos jogam menos eu.
Não sei se já alguma vez viste a abertura de uma loja Primark? Eu já. Trabalhei lá uns tempos e fiz a abertura da de Almada (Margem Sul). Peço que imagines esse cenário… Estás a ver aquela senhora que tem uma vida tão desinteressante que foi lá para a frente com dias de antecedência, e que quando as portas abrem faz 100m em menos tempo que o Bolt? Esse sou eu, quando a Beta “abriu”…
Corri, joguei, e rejubilei de alegria.
Neste mundo não há nada tão satisfatório como um jogo que corresponde ou supera às expectativas, e Battlefield 1 é tudo o que esperei e até mais. O cenário do jogo remonta à 1ª Guerra Mundial. Aqui surgem os primeiros veículos motorizados blindados e aviões de combate. Para quem não sabe as batalhas realizaram-se em trincheiras. A conquista de pontos estratégicos e a abertura de novas trincheiras foi o método utilizado no campo de batalha. Não havia AK-47, nem MP5, nada de C4 ou RPG’s. A guerra armada de hoje nada tem haver com a da primeira Guerra Mundial. Foi numa altura de transição, muitas vezes as armas levavam tempo a carregar e era mais seguro optar pela baioneta.
Battlefield 1 simula a realidade vivida na perfeição (pelo menos aquilo que está escrito na história). O Deserto de Sinai é um local muito bem desenhado. Várias trincheiras abertas, buracos em vários pontos estratégicos revelam um Level Design muito bem pensado e inteligente. Os gráficos apanham-nos de surpresa e fazem a visão mergulhar no universo de Battlefield 1, as texturas da areia em adição com o vento quase que nos fazem sentir os grãos de areia no rosto e no paladar. Uma nota negativa apenas para o exagero de Lens Flare (parece que há sempre um soldado a atirar Flash Bangs, mas é apenas o sol). A audição é estimulada duma forma precisa e detalhada, conseguimos perceber de onde vem cada um dos sons, e mergulhamos numa experiência de FPS hiper-realista.
As armas remontam todas à época e a sua reprodução está fidelíssima. Mas Battlefield 1 inseriu o combate em duas vertentes, ar e terra. Sendo que, no ar podemos dirigir um avião (no trailer vemos até um dirigível) com 3 pontos de ação, direção e os restantes de ataque. No chão podemos deslocar-nos em veículos de assalto blindados, muito rudimentares de modo que os controlos simulam bem as limitações destes veículos. Mas penso que a beleza se encontra em cavalgar de espingarda na mão. Os solavancos de andar a cavalo e a agilidade de percorrer o mapa de uma forma mais rápida, mais eficaz e sem as limitações dos veículo, já para não falar da bazófia que é andar a cavalo. O sistema de cavalgar está de fácil compreensão e assimilação.
Battlefield 1 parece que se vai afirmar como uma experiência que vai causar despesa aos seus produtores em termos price-fun. Visto que vamos ter tanto divertimento e vamos pagar os mesmos 70€. Se queremos um jogo para oferecer a alguém será Battlefield 1. Se há um must have para PS4, Battlefield 1 está inserido. É altura de fazer download da Beta e experimentar. Agora vou voltar para a minha trincheira.