“Homecoming”
Não é que a série seja muito normal, e o tom da coisa já vinha a ficar esquisito há muitos episódios atrás, mas… este episódio foi muiiiito duvidoso. A série começou por parecer uma mistura saudável e atractiva de Harry Pottter com Gossip Girl, depois começou a ficar cada vez mais obscura até já parecer uma série de terror, e com este episódio, ficamos completamente à nora com que tipo de série é que os autores se pretendem associar. Se é que pretendem algo. Se calhar também estão à nora…
A série já teve acontecimentos muito interessantes, e já vimos algum desenvolvimento das personagens. Mas ultimamente parece que cada episódio surge sem ligação aos anteriores, acontecem coisas estranhas que às vezes até se contradizem, e torna-se tudo imensamente confuso. Provavelmente, se não tivesse de discutir os episódios aqui, já tinha desistido de os ver.
Já tínhamos descoberto que Fillory era real, já sabíamos a história do irmão da Alice, conhecemos o pai do Quentin às portas da morte, a Kady partiu o coração do Penny, e… nada. Nada disso afectou os episódios seguintes e não fazemos ideia de como vão essas “histórias” que até pareciam ter importância.
No final do episódio anterior, o Penny tinha desaparecido depois de pegar no botão mágico que supostamente o iria enviar para Fillory. Este episódio começa – e desenrola-se essencialmente nesta história – num sítio que ao início pensamos “será Fillory?”, mas não. Nem parece estar sequer relacionado. Chama-se Neitherlands e é um conjunto de jardins e fontes espalhadas num terreno imenso, sem mais nada, e percebemos (ao menos isso) que é um género de corredor entre os vários mundos. Uma das fontes corresponde à Terra. E o Penny não sabe como sair dali. Para o ajudar, a Alice e o Quentin precisam de perguntar a um amigo da mãe da Alice como o fazer. De repente, a Alice e o Quentin estão em Chicago a falar com ele. Mas Brakebills é em Nova Iorque. Sabes como é que lá foram parar? Eu também não.
Mas, muito mas! Antes de chegarem ao amigo, entram na casa dos pais da Alice, que são uns swingers hedonistas e anfitriões de uma mega festa de orgias com pessoas em trajes greco-romanos. O pai da Alice é um estudioso da história da magia. Faz todo o sentido, certo? Certo! Porque afinal, o feitiço que eles iriam aprender para ajudar o Penny, só iria resultar se fizessem sexo e tivessem um orgasmo simultâneo. Não, para aqueles que não seguem a série, eu não estou a gozar com a vossa cara.
Afinal, a solução para os problemas do episódio por acaso parece ser o maior obstáculo no relacionamento de Quentin e Alice: a Alice é demasiado envergonhada para dizer ao namorado o que quer na cama (que acaba por ser o Quentin dar-lhe um beijo na boca e, em seguida, baixar-lhe a mão por baixo das mantas). Sem recurso a magia para o orgasmo simultâneo (afinal é tão fácil!), eles conseguem-no e momentaneamente até ajudam o Penny, que aparece no quarto com eles no momento crucial, depois de ter recebido umas fotocópias de umas páginas de um livro que vai explicar o próximo passo da série. Ninguém pareceu especialmente incomodado com a invasão. A partir daqui podemos esperar tudo desta série porque qualquer coisa será normal.
Entretanto, e completamente sem qualquer ligação com isto, a Margo descobre que um rapaz com quem fez sexo criou um clone dela que lhe está a drenar a “life force”, e pede ajuda ao Eliot para resolver o problema. A Kady (que finalmente reaparece e está a viver a sua vida em Nova Iorque) e a Julia fazem equipa dentro de um grupo de mágicos que se conheceram todos online, e que se reúnem na casa da Julia, mas não acontece nada entre as duas, tirando um feitiço que aparentemente não corre bem e as faz regredir 15 segundos no tempo. Se estás confuso, não te preocupes.
Resumindo, como se poderia esperar – ou não -, após o episódio da semana passada, em que foi explorado o tema do abuso sexual infantil, este foi um episódio, digamos, alegre, e sobrelotado. A tripulação de Brakebills não se junta numa única parcela do enredo, estão todos divididos em busca da sua epifania e de forma demasiado apressada. A Julia ajusta-se ao seu novo grupo de amigos, o Eliot e a Margo estão novamente juntos, mas não significa que voltaram ao normal, o Penny está preso em um espaço estranho de fronteira “interdimensional”, e Quentin e Alice trazem-no de volta com magia… sexual. E eu nem sequer mencionei o sonho molhado do Quentin que envolvia a Julia e a Alice vestidas de Princesa Leia e Daenerys Targaryen, respectivamente…!