“Remedial Battle Magic”
O episódio intitula-se “Remedial Battle Magic”, e é isso que os miúdos “físicos” (Quentin, Alice, Margo, Eliot e Penny) estão, à pressa, a tentar aprender antes de viajar para Fillory. O plano é obter uma faca que, segundo a lenda, pode ser poderosa o suficiente para matar um deus, e usá-la para matar a Fera – embora eles tenham que descobrir como sobreviver o tempo suficiente nas Neitherlands para o conseguir.
A série posicionou a Fera como o grande vilão da temporada, desde o primeiro episódio, mas só recentemente é que foi demonstrado porque é que ele está preocupado em matar os estudantes de Brakebills. O Penny resume-o quase no final deste episódio: a Fera descobriu Fillory e quer controlar todas as maneiras de entrar e sair de lá, de forma a ter o poder total. Se qualquer outra pessoa puder entrar em Fillory, como por exemplo os mágicos viajantes, isso representa uma ameaça ao domínio da Fera.
Há dois episódios atrás, vimos a terrível situação que criou a Fera, embora o homem por trás do ser permanece incerto – Quentin e companhia ainda acreditam que é Christopher Plover, embora tenha havido alguma evidência na semana passada que pode, na verdade, ser Martin Chatwin. De qualquer maneira, Fillory serviu como um escape para a Fera, e agora ele quer mantê-lo só para si. O seu próximo golpe brutal é procurar todos os viajantes, como Joe (o amante que os pais de Alice compartilham e que conhecemos no episódio passado), o Stanley (o mentor de Penny), e o próprio Penny também, claro. Esses mágicos especiais podem andar entre os mundos à vontade, e por isso a Fera quer acabar com eles por serem a sua principal ameaça.
O Penny já tinha sido avisado várias vezes sobre os riscos de possuir poderes para viajar no tempo, mas este comprovou a veracidade dessas advertências de uma forma que meras palavras nunca poderiam. O Joe e o Stanley ambos suicidam-se para tirar a voz da Fera da sua cabeça (e impedi-lo de usá-los para os seus planos nefastos). No caso do Stanley, assistimos ao suicídio ao vivo. Se tinhas ficado irritado com o Penny com a forma como tem tratado o Quentin, neste episódio percebeste o fardo que é ser viajante, a pressão em que ele vive, quando a professora Sunderland lhe diz que viajar é um dom e uma maldição. Com o tom que a série tem vindo a assumir, pensei que o Penny também se ia suicidar algures por ali, tal era o desespero.
Depois de se recuperar no hospital, o Penny concorda em aprender magia de batalha e ir para Fillory, mas com a contrapartida do grupo prometer resgatar a rapariga que a Fera aprisionou, que ele conheceu numa das suas primeiras “viagens”, e cuja voz continua a ouvir constantemente a suplicar-lhe ajuda.
Entretanto, o grupo visita a Kady no apartamento da Julia para lhe pedir que lhes ensine tudo o que sabe sobre magia de batalha. O truque que a Kady lhes ensina envolve, literalmente, engarrafar todas as suas próprias emoções (numa garrafinha), para que consigam estar “limpos” e concentrar toda a sua energia na magia de batalha. O truque funciona, e eles aprendem a disparar mísseis mágicos, criar escudos protectores à sua volta e pegar fogo a objectos. Mas quando mantêm as suas emoções reprimidas por muito tempo, podem ter consequências desastrosas.
O Penny e a Alice não ficam fãs do método, e treinam insistentemente truques de magia de batalha sem recurso à garrafinha. Os outros três – Quentin, Eliot e Margo – continuam a treinar, por períodos de três horas (o máximo que podem estar sem emoções). Rebuscando o tema geral do episódio passado, eis se não quando a Margo, o Quentin e o Eliot, depois de, mais uma vez, voltarem a beber as suas emoções, acordam os três entrelaçados e nus numa cama. O Quentin tem flashes de memória que os mostram a ter um ménage à trois. E o plano da cena abre, e vemos a Alice com cara de má sentada ao fundo da cama onde os três estão, na manhã seguinte. Mais uma vez, a capacidade da série justificar esta cena como razoável dentro do enredo, falhou. O episódio acabou aqui.
Entretanto, noutra ponta do enredo que não parece ter qualquer relação com a história da série, o grupo de amigos online da Julia – que se auto-intitulam Free Trader Beowulf – também está a trabalhar para o seu caminho em direcção a um poderoso ser mágico, embora estejam a tentar invocar um deus, em vez de matar alguém. O Richard sugere que eles procurem criaturas mágicas que vivam disfarçado em Nova Iorque, uma vez que teriam idade suficiente para se lembrarem de quando os deuses e seres humanos interagiam uns com os outros. Esta parte da história consegue ser ainda mais confusa que tudo o resto.
O próximo episódio parece igualmente sombrio: intitulado “Thirty-nine graves”, a Alice e o Quentin parece que terminaram de vez, e a Julia pode visitar Fillory.