“The Writing Room”
Esta série está a ficar cada vez mais intensa e pesada, em alguns momentos pesada demais para o meu gosto! Daqui a pouco é uma série de terror, por isso preparem-se!
O episódio começa com uma sequência de pessoas a tratarem o Quentin por “Q” de forma bastante irritante. Coisas que surgem por moda irritam-me. A Julia, no seu processo de necessidade de absolvição pelas más práticas em que esteve envolvida, escreve uma carta ao Quentin a dizer que está arrependida pela sua quota-parte no fim da amizade entre os dois, e está a “trabalhar em perdoá-lo”. Um Quentin igualmente sentimentalista responde-lhe a dizer que também está arrependido. (Já estão de lágrima no canto do olho? Acho que era isso que os argumentistas pretendiam. A mim meteu-me nojo os “Q” para lá e para cá.)
A Alice incita o Quentin a encontrar o sexto (e desaparecido) livro de Fillory, e através de um feitiço descobrem que era o Penny que o “tinha”. Ou seja, teve o livro, leu-o, e deitou-o fora, mas assim tornou-se na única pessoa que alguma vez o leu, provavelmente, e portanto uma peça-chave para desvendar o mistério da Fera. Depois de algumas discussões, os três concluem que esse livro não foi escrito pelo autor dos outros (Chirstopher Plover), mas sim pela Jane Chatwin! E o livro conta a história de como a Jane conseguiu ir a Fillory para apanhar uma das 7 criaturas que se apanhadas dão direito à concretização de um desejo a quem a apanhou. O desejo da Jane foi ter uma “chave” (neste caso era um botão mágico) que desse o poder ao seu proprietário de ir a Fillory sempre que quisessem.
O plano de Alice, Quentin e Penny, aos quais se juntou também o Eliot por falta de melhor para fazer, foi então encontrar esse botão mágico. E foi nessa missão que tudo e mais uma coisa aconteceu: partiram para Londres para a casa de Christopher Plover que agora era género museu (mas que está assombrada!), e aí houveram revelações chocantes e surpreendentes, quer para as personagens quer para nós telespectadores, e muitas cenas macabras ao melhor nível de Chucky. A história das assombrações foi tão confusa, e fiquei tão mal disposta com tudo aquilo, que não me apetece entrar por aí.
Peripécias à parte, acabam por encontrar o botão mágico. Já têm acesso a Fillory. O Quentin avisa o Penny para não tocar no botão enquanto não tiverem certeza de como é que se usa, mas à boa maneira do Penny, não o ouve, e pega no botão, e desaparece perante o espanto do Quentin, Alice e Eliot. Como se não bastasse, agora o mundo de Quentin desmoronou-se. Não só percebe que o seu ídolo, que o ajudou a atravessar a depressão que viveu na adolescência, é a Fera, como a Fera nem sequer é uma criatura mágica, mas sim um humano como ele!
O episódio acaba aqui, mas não se fez só disto.
Num mundo completamente à parte disto tudo, a Julia continua ligada ao tal psicólogo/padre do centro de reabilitação, e acede em ajudá-lo com uma doente que está em estado vegetativo – a Kira – entrando na mente dela, para “tirar” informação sobre um feitiço no qual ela estava a trabalhar quando o seu corpo deixou de funcionar. Temos mais uns momentos muito lamechas em que partilham uma com a outra as suas memórias favoritas (mais lagriminhas no canto do olho), mas no final da história (eu disse que isto se estava a tornar num filme de terror) a Julia (e o padre) acabam por eutanasiar a Kira para a poupar ao sofrimento de viver naquele estado.
O tema da eutanásia não podia estar mais actual, e até não a mataram com a magia, mas sim com overdose de medicamentos, e depois fugiram – não sabemos para onde, nem o que farão a seguir. A Julia encarou esta última parte da sua missão como uma penitência para a completa absolvição dos seus pecados… veremos se se fica por aqui, ainda que eu por mim cortava esta parte dos episódios, que se está a tornar a coisa mais aborrecida de sempre.
The Magicians lembra o público todas as semanas de que estas personagens estão a brincar com poderes que só agora começaram a entender, e Fillory e a Fera fazem os seus feitiços parecer brincadeiras de crianças. Não sei se este foi um episódio de transição, mas o enredo está cada vez mais ameaçador e sinistro, mais thriller de suspense e mais aventureiro, e menos Harry Potter e Gossip Girl que no início. Onde é que isso já vai!