O fim de um ladrão (mas qual?) chegou, e está na hora de descobrires como Nathan Drake encerrou a sua vida de aventureiro!
Após várias reviravoltas na equipa de Uncharted (com a saída de vários membros da mesma), eis que nos chega o último título da Naughty Dog, Uncharted 4: O Fim de um Ladrão. Um jogo, que certamente vai deixar o seu marco na história da Playstation.
Uncharted 4: O Fim de um Ladrão, conta a história do nosso amado caçador de tesouros, Nathan Drake, e da caça do antigo tesouro do famoso pirata Henry Avery – no entanto esta caça não parte do nosso caro Nate (como tem vindo a ser habito), mas sim do seu irmão, Samuel Drake, que decidiu voltar das “portas da morte”.
Logo ao começar os primeiros capítulos do jogo deparei-me com um estilo de escrita diferente, a assinatura de Amy Henning, antiga escritora e directora criativa da série, tinha sido substituída pela de Neil Druckmann e Josh Scherr, argumentistas do tão aclamado The Last of Us. A história tem um desenvolvimento mais negro e dá a sensação de “arrastamento” tal como no outro título dos escritores. Similarmente ao que conhecemos com Uncharted 3: A Decepção de Drake, voltamos a reviver o passado do nosso herói com o pequeno Drake e um Drake mais novo (dois cenários diferentes), de modo a conhecermos um pouco melhor o passado do nosso aventureiro e irmão – esta parte inicial foi bem utilizada de modo a introduzir o tutorial do jogo, para que o jogador seja “mergulhado” suavemente dentro da trama principal.
O “quarto” capítulo da série (isso se não contarmos o Golden Abyss), leva-nos a 15 anos depois da aventura do terceiro episódio (espera aí… o Sully ainda está vivo? E continua a poder saltar e correr normalmente??!), tendo como principal local a região de Madagáscar (é claro que, como habitual, vamos poder visitar outros locais anteriores) onde, aparentemente, fica o enorme tesouro dos piratas – e não, desta vez não há nenhuma maldição ou zombie assassino, o argumento ficou-se pelo “normal”, dando um tom mais realista e maduro ao jogo, algo que acabou por funcionar bastante bem.
Aye Aye Capitão!
A equipa tentou inovar, isso é certo. Nunca um jogo me pareceu tão real no ecrã: a forma como os cenários foram desenhados, a iluminação, os detalhes dos personagens assim como cada uma das suas expressões faciais… Sejamos sinceros, graficamente, este jogo é soberbo, é dá-nos a sensação de estarmos a ver um filme de Hollywood. No entanto… tal feito tem o seu preço, e este pode tornar-se desagradável de vez em quando. Uncharted 4: O Fim de um Ladrão pode ser considerado o jogo mais belo da Playstation 4, no entanto, em alguns momentos, a consola da Sony não conseguiu acompanhar o desempenho do título. Notei algumas baixas de fps de vez em quando, e o jogo acabou por crashar em determinados momentos – estes mesmos erros acabaram por custar a vida de Drake em algumas situações, algo que considerei um pouco doloroso e desnecessário, tendo em conta o número de vezes que o jogo foi adiado.
A nível sonoro podemos dar os parabéns à equipa! A banda sonora do jogo e os efeitos sonoros conseguem acompanhar na perfeição o que está a acontecer no decorrer na acção. Mais uma vez, nota-se uma assinatura diferente na composição da mesma, visto que o compositor deste título é Henry Jackman, em vez do habitual Greg Edmonson. A banda sonora está mais adulta e dá menos a sensação de estarmos numa aventura de Indiana Jones e, em alguns momentos, até me lembrou as novas aventuras de Lara Croft, em que o estilo musical se assemelha muito ao de Jason Graves (compositor musical do Tomb Raider de 2013).
A jogabilidade sofreu algumas alterações: desta vez podemos contar com um “apoio” na apontaria, o que nos pode safar de algumas situações mais perigosas – porém, isso vai fazer com que consigamos efectuar menos headshots. O ambiente do jogo foi bem estudado, de modo a que possamos aproveitar cada objecto para nos safarmos das situações mais perigosas (como por exemplo, utilizar a nossa corda para saltar rapidamente de uma plataforma para outra), principalmente para nos escondermos.
Por falar em esconder, a Naughty Dog decidiu introduzir um género de “modo furtivo” semelhante ao de Metal Gear Solid, em que podemos marcar os inimigos de modo a fazer o seguimento dos seus passos, assim como termos dois níveis de detecção até os soldados terem a certeza da nossa presença. Sinceramente, podiam ter esquecido este modo. Embora seja bom em algumas situações, é um modo que não foi muito trabalhado e que acaba por funcionar um pouco mal, por exemplo: se quisermos fazer de sniper e ir matando os inimigos num ponto estratégico, é algo a esquecer! Mesmo que o Drake esteja completamente escondido e a metros dos soldados (que até podem estar noutra divisão), no momento em que premirmos o gatilho toda gente fica a saber onde estamos e vem ter connosco, o que acaba por tirar algum do realismo ao modo que eles quiseram instituir.
A inteligência artificial do jogo também sofreu algumas alterações – os nossos parceiros vão ser mais prestáveis a detectar e aniquilar inimigos, e vão fazer mais sentido em algumas partes do jogo. Porém, senti que algumas vezes o Sam passava mais tempo a atrapalhar do que a ajudar-me.
Tesouro à vista!
Que coisa brilhante é aquela…?
Tal como nos episódios anteriores, o jogador poderá contar com vários segredos por descobrir! Para além dos vários tesouros espalhados pelos mapas, poderemos também descobrir antigas notas deixadas pelos piratas, assim como conversas opcionais (parecido com o que já tínhamos encontrado em The Last of Us).
Tal como nos Uncharted anteriores, apanhar coleccionáveis vai fazer com que possamos desbloquear certas modificações para o jogo, assim como truques para facilitar a nossa próxima viagem! Cada tesouro vai valer x pontos, que poderemos trocar contra uma nova skin para o Drake, ou um novo filtro para os cenários – e acreditem, desta vez a equipa de desenvolvimento foi bem criativa nos filtros!
Desta vez a caça vai ser renhida, porque os tesouros estão melhor escondidos do que anteriormente (só consegui apanhar metade…) e parte das conversas opcionais estão apenas disponíveis após completarmos uma determinada acção. Isso vai fazer com que repitamos várias vezes uma cena de modo a podermos ter a certeza de que não falhamos nenhum detalhe e que consigamos tirar partido de todos os segredos do jogo!
Outro “tesouro” deste jogo é a possibilidade de conduzirmos um jipe! Sim, leste bem! Neste episódio poderás controlar um veículo, e podes até utilizá-lo para matar inimigos (sádico, mas não deixa de dar jeito). Os mapas nos quais o veículo está disponível foram bem desenhados e programados, de modo a que o jogador não se perca facilmente na imensidade dos cenários do jogo. Ao pegarmos no volante sentimos que foi colocado aqui com razão, e não por acaso – as viagens acabam por ser agradáveis, graças às conversas dos nossos heróis que, caso sejam interrompidas por sairmos do veículo, retomam de uma forma bastante inteligente um vez de volta!
Vemo-nos em linha!
O modo multijogador está de volta, nunca foi tão agradável de se jogar, e promete dar ao jogador horas de uma fantástica experiência em linha.
Semelhante ao que encontrámos anteriormente, temos vários modos de jogo disponíveis, assim como vários mapas, personagens, melhorias, armas e “ajudas” – que podemos ir desbloqueando à medida que vamos adquirindo pontos para tal. Desta vez não temos um nível de reputação, no entanto o jogo vai conseguir distinguir as pessoas mais “seniores” das outras.
Algo inovador que a equipa decidiu propor neste novo jogo em linha, foi o tutorial inicial, de modo a dar as boas vindas aos “novos” jogadores deste modo. O tutorial apresenta várias fases, que contemplam os vários mecanismos do modo: desde uma apresentação generalista, modo furtivo, como comprar upgrades, entre outros. Certamente que, com este investimento, a Naughty Dog quer mostrar que este jogo online veio para ficar – algo que se pode verificar com o mapa de DLCs programado para lançamento até ao Verão 2017, que podes consultar aqui.
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Caso nos encontremos por lá, sê simpático comigo…
O fim de um ladrão
Uncharted 4: O Fim de um Ladrão encerrou uma saga de uma forma perfeita. O jogo tem tudo o que um jogador pode esperar: gráficos e cenários fantásticos, uma banda sonora deliciosa, uma história que faz sentido e que nos permite viver tudo o que foi criado, personagens com um enorme carisma e que não foram colocados no jogo à toa… e até temos alguns easter eggs que nos vão fazer voltar uns 20 anos atrás (vou deixar-te descobrir por ti mesmo).
A espera foi longa, mas justificou-se. O último capítulo de Uncharted promete ser dos melhores jogos da PS4 a terem sido criados até hoje, e entrega ao jogador uma experiência que, certamente, vai ficar para a história. Espero que não seja a última vez que se oiça falar em Nathan Drake e a sua “banda” – confesso que senti falta da Chloe… Falta-nos aguardar para ver o que futuro espera os nossos amigos.