“We’re Good People Now”
Voltaram a fazê-lo. Após uma longa espera de pouco mais de 6 meses, o génio de Peter Nowalk e a execução de Shonda Rhimes tornaram o inicio de uma nova temporada num choque frio e intenso, que irá demorar a dissipar. Posso afirmar com toda a certeza que tive literalmente um arrepio pela espinha acima à medida que os últimos segundos do episódio iniciavam a contagem decrescente.
E, sendo que com esta série o teu queixo ainda pode ir abaixo até no último segundo, ainda que não seja algo que não se esteja já à espera, mesmo assim nada nos prepara para o que possivelmente vem a seguir. E eu caí que nem um patinho. Comecei a ver os primeiros minutos e a pensar comigo mesmo: “Já sei o que vai acontecer”. Como estava errado.
Como sabemos, Frank (Charlie Weber) escapuliu-se em instantes no final da temporada anterior, com direito a mudança de visual, logo após Annalise (Viola Davis) descobrir que este foi, em parte, responsável pelo acidente de carro que provocou a morte do seu filho ainda por nascer. Ao mesmo tempo, o suposto pai de Wes (Alfred Enoch) foi assassinado à sua frente (pobre rapaz, já não lhe deve chegar tanta tragédia).
Com este novo episódio, decorreu a oportunidade de o grupo recuperar e regressar às suas vidas normais. Com 3 mortes e uma tentativa de homicídio nas suas mãos, não se espera porém que o retorno seja fácil. Podemos ainda assim observar Annalise a dirigir uma nova aula prática, onde os estudantes seleccionados analisam, interpretam e defendem em tribunal casos reais como verdadeiros advogados. A protagonista claramente confia que este é o método correto para seguirem em frente; contudo, uma quantidade enorme de panfletos com o seu rosto impresso são expostos por toda a universidade com uma palavra bastante acusatória: “Assassina”.
ESTA ESTREIA RECOMPENSOU A PACIÊNCIA DOS FÃS MAIS FIÉIS, COM UMA REVELAÇÃO NO MÍNIMO CHOCANTE.
É interessante notar que é clara a intenção dos criadores de implicar um ambiente de tentativa de recuperação, uma falsa sensação de paz e de “está tudo bem”, com bastante trabalho e muitos novos casos. Mas é palpável a camada fina de gelo que separa a tranquilidade do caos completo. Sente-se que o clima é temporário, e vem aí muita nova loucura com que lidar.
Já começa bem (ou mal, dependendo da tua perspectiva). Oliver (Conrad Ricamora) decide que a sua relação com Connor (Jack Falahee) é demasiado para ele, terminando a mesma. Ainda assim, foi contratado por Annalise para trabalhar na sua firma, o que implica rever todos os dias o homem que deixou para trás. É estranho verificar o motivo que o levou a fazer tal coisa bem como esta decisão por parte dos produtores da série. Este casal é adorado pelos fãs desde o início, e com certeza esta nova fase despoletou muito descontentamento. Afinal de contas, Oliver terminou com Connor porque este último não ficou zangado com ele após lhe ter apagado o e-mail de aceitação da universidade de Stanford. Whaaaat??? Mas eu não questiono, eu espero que os criadores desenvolvam a trama como deve ser.
Faltavam 2 minutos e eu já esperava que talvez não existisse nenhum momento de ficar com a boca aberta. Mas não foi o caso. Após uma exposição das ações do grupo durante 4 meses após os acontecimentos da última temporada, que novidade, mais um mistério. A trama viaja connosco dois meses depois, apenas para verificarmos uma Annalise em lágrimas, a sua casa em chamas e alguém presumivelmente morto (a ver pela coberta por cima do rosto) a entrar numa ambulância. E é esse mesmo o mistério que só vai ser revelado quando Nowalk bem entender; quem morreu?
Ao mesmo tempo, ficamos ainda com as questões: Onde está Frank? Qual a sua história com Annalise e Sam (Tom Verica)? E ainda a pergunta que também ficou pendente desde o final da 2ª temporada; quem matou o provável pai de Wes, Wallace Mahoney (Adam Arkin)?
São tantas dúvidas e o meu cérebro já não aguenta. Vejo-me obrigado a hibernar até à próxima semana, altura em que saberei o que vem no próximo capítulo.