“Twice as Far”
A calma antes da tempestade. The Walking Dead presenciou-nos com um episódio expositivo onde só falhou o distanciamento que tenho da Denise e do Eugene. Pondo de parte esse pormenor, foi um episódio bastante sólido.
A calma regressou depois dos brutais acontecimentos dos dois últimos episódios. A monotonia regressou a Alexandria, e isso é excelente. Num mundo destes a monotonia é o melhor que se pode ter. Eugene e Abraham partem não sabemos bem para onde e descobrimos mais tarde que faz tudo parte do plano de Eugene para fabricar balas. Brilhante!! Num sistema assente no comércio, é essencial produzir algo que seja imprescindível para os compradores. Ora, as balas são escassas e Alexandria tem muito a beneficiar por fabricar exclusivamente balas (é o que vou supor, porque ainda não conhecemos outras comunidades para além de Hilltop). Só acho que é bastante arriscado fabricá-las fora dos muros. Fazia mais sentido levar as máquinas para Alexandria.
Eu sei que este episódio foi sobre o Eugene e a Denise, foi sobre a superação deles perante o medo, o crescimento enquanto personagens, mas não são personagens fortes nem principais. O peso do seu desenvolvimento não é tão grande quanto deveria ser. Toda a parte do Eugene se distanciar de Abraham foi decisivo para amadurecer e demonstrar que a personagem do Eugene cresceu, evoluiu. A intenção está lá, admito, e foi bem feito, mas lá está, é difícil eu me identificar com o Eugene porque eu não me importo com ele. O mesmo acontece com Denise.
Senti pena da Denise. Ela não precisava de ter saído de Alexandria mas para ela própria fazia todo o sentido. Ela tinha de superar o medo, e fê-lo de uma maneira exemplar. E o que ela disse faz todo o sentido. Ela não é forte como Rosita ou Daryl, mas precisa de o ser. Ela quer lutar por aquilo em que acredita, quer lutar por Alexandria e quer lutar por Tara. É admirável. Admito que se continuassem a desenvolver a sua personagem acabaria por me afeiçoar. Mas The Walking Dead é assim, e Denise estava no sitio errado à hora errada. Tive pena de vê-la morrer daquele jeito. Ela tinha tanto para dar.
Tudo descambou sobre os ombros de Daryl ao ver Dwight à sua frente. Será que ele o deveria ter morto? É uma pergunta que fica no ar e é o grande dilema pelo qual está a passar Carol. Na parte que toca a Daryl, o gatilho foi premido e de certeza que irá atrás de Dwight para fazer o que ele acha que deveria ter feito quando se encontrou com Dwight pela primeira vez.
Carol vai embora mas estou convicto que a voltaremos a ver. É muito interessante a mudança radical pela qual está a passar. Ela está cansada da morte mas temo que a morte irá estar sempre presente na sua vida e antevejo que se algum dia morrer será algo bem trágico e violento. Espero estar errado.
The Walking Dead entrou nos três últimos episódios da maneira certa. Até porque todos sabemos que a calma antecede a tempestade e o Negan está a chegar.