Página 1 – O Jogo
Página 2 – Análise
Análise
Quem jogou ao primeiro Tales of Xillia deve já saber o que contar nesta entrega. Nada foi modificado no que toca às anteriores personagens, mas quando controlamos Ludger, acreditem graças a poder-mos trocar de arma, sim porque Ludger pode trocar de armas a qualquer momento, possui Dual Blades, Hammer e Dual pistols. Muitas vezes dei por mim a parecer que estava num jogo de stylish action como Devil May Cry ou Bayonetta.
Fora das batalhas Tales of Xillia 2 apresenta o tradicional ambiente característico de um Tales of series, e JRPG no geral, grandes cidades cheias de habitantes (com loadings quase imediatos) onde podemos comprar Itens para a nossa party. Também se quisermos algum dinheiro extra para pagar a nossa choruda dívida temos quests em cada cidade, que se dividem em três categorias: Eliminar monstros em grande quantidade, eliminar Giganto monsters e finalmente entregar Items, alguns destes são exclusivos através do Kitty Dispatch, onde enviamos Rollo e os seus amigos à procura de Items por todo o planeta, por vezes encontrando até mais gatos, este sistema substitui os Aifread Treasures presentes no primeiro jogo. Mas a grande novidade aqui são as escolhas que Ludger faz e consoante as que optarmos por seguir, mudam um pouco a história do jogo, eventos, e consequentemente bastante o seu final. Falando em eventos Tales of Xillia 2 conta com um sistema de afinidade, conforme é a nossa relação com as outras personagens podemos participar em episódios e descobrir mais acerca da história destas, se completamos o episódio dessa personagem e fazemos as escolhas certas, antes de avançar na história principal temos direito a cenas exclusivas, realmente algo simples e que achei bem empregue. Graficamente está igual ao primeiro Xillia, continua a ser o Tales com as melhores expressões faciais, se bem que alguns ambientes e dungeons continuam incrivelmente despidos e copiados, porém detalhados. Tales of Vesperia continua a ser o Tales graficamente mais avançado.
Mas nem tudo são aspectos positivos, como é o caso do sistema de dívida, que não só impediu o fluxo do jogo como por vezes tornou-se extremamente irritante como passarei a explicar. Ludger tem 20 milhões de Gald para pagar ao banco, os pagamentos são feitos em pequenas tranches (oh não!) e por vezes para avançarmos na história ou abrir novos episódios com as outras personagens temos de pagar ao banco ficando perto da banca rota (duplo oh não), também se por exemplo temos 5000 Gald e a divida são 3000 Gald, Noa (miss Troika) não para de chatear-nos a cabeça até pagarmos os 2000 Gald extra. Este facto é terrivelmente irritante quando estamos numa dungeon e procuramos um save point. Ao que parece Tales of Xillia 2 inspirou-se na dívida Portuguesa. Devido a este sistema o fluxo do jogo até ao capítulo doze é: Main story > Grind Money/Character Episodes > Paga ao Banco > Recebe Chamada (Vera tem uma pontaria que nem vos falo) > De novo Main Story, tornando-se um pouco monótono, também visitar os mesmos sítios que já visitamos no primeiro jogo e combater as mesmas criaturas não ajudou, só piorou.
Referente a áudio aqui temos um passo à frente, não só no jogo em si como na indústria no geral, uma que cada vez sinto mais preguiçosa. Tivemos novos actores para substituir outras actuações não muito positivas, como foi o exemplo da Milla no primeiro jogo. A Actriz que deu voz a Elize notei que tentou e conseguiu parecer mais adulta, e todos outros personagens voltaram a gravar as suas vozes, todos muito melhores, ponto evidente nas falas repetidas do primeiro jogo. A Namco Bandai não se limitou ao que muitas produtoras fazem, usar o mesmo áudio jogo após jogo. Sem dúvida um ponto a favor e prova que não precisamos unicamente de áudio Japonês quando é feito bem consegue ser tão bom ou melhor. Ainda em matéria de áudio adorei como através do som retrataram os ambientes no jogo, contraste evidente nos dois mundos. O mundo precário de Elympios é ambientado através de músicas calmas como Jazz ou slows, enquanto o mundo rico de Rieze Maxia com melodias mais alegres e habituais nos Jrpgs, porém ficaram as mesmas do que no primeiro jogo, acho que uns remixes neste ponto aqui seriam uma boa escolha.
Tales of Xillia 2 já não adopta aquele sistema parecido a Sphere Grid de Final Fantasy X, para desenvolvimento de personagens. Nesta segunda parte equipamos Energy Ores, e cada um tem elementos como a Terra, o Ar, a Água, o Fogo, a Luz e finalmente a Escuridão, Quando chegamos a um certo limite desse elemento uma Skill é desbloqueada. Também de volta está o level cap de 200. Tales of Xillia 2 também recupera o sistema de títulos, mas aqui é expandido, temos os Battle Challenges, que porão tudo o que aprenderam ao longo destes 20 anos em Tales of series, e que ao conquista-los tornam-nos melhores jogadores. Sendo um Tales of series game o humor não foi deixado de parte voltamos a ter situações bem animadas e divertidas, se bem que em menor número do que nas anteriores entregas, o humor aqui condensa-se muito como os habitantes de Rieze Maxia se ambientam a Elympios, é difícil agora imaginar Gaius como antagonista. De novo o estúdio Ufotable (célebre por obras como Fate/Zero/Stay Night) esteve a cargo das cenas animadas, nada a apontar, aqui manteve a mesma qualidade.
Tales of Xillia 2 tem um contraste muito interessante explora tudo do mais negativo e positivo na natureza humana, mostrando situações e acontecimentos que nunca pensei ver num Tales of. Num lado temos capitalismo, vinganças, luxúria, mortes e precariedade, no outro fraternidade, amizade, confiança, esperança e amor de família, este último é muito muito forte e só por si só rendeu-me a este jogo, a maneira como interliga todos estes conceitos é realmente impressionante.