Kabaneri of the Iron Fortress é uma obra original produzida pelo estúdio de animação Wit, e promete dar que falar tanto nesta temporada, como nas seguintes.
Kabaneri of the Iron Fortress transporta-nos para uma revolução industrial alternativa. Mas, ao invés de uma era de prosperidade, o mundo vive aterrorizado com os Kabane, uma espécie de zombies que só podem ser derrotados se o seu coração for trespassado. Com um pormenor, os corações dos zombies estão protegidos por várias camadas de ferro.
Para a humanidade se proteger, criou várias estações, que consistem em cidades protegidas com muralhas, ligadas através de caminhos de ferro, nas quais a única forma de locomoção, quer de passageiros, quer de mercadorias, são os comboios. O problema é que a viagem, muitas vezes, traz Kabane clandestinos que infectam humanos, e estes além de passarem por um severo controlo entre estações, se forem mordidos por uma destas criaturas têm de comprometer-se a acabar com a sua vida pela sobrevivência da humanidade.
Ikoma é um rapaz que vive na estação de Aragane, e que já há largos anos está a desenvolver uma arma e meios para a humanidade contra-atacar os Kabane. Certo dia, quando a sua estação é invadida, Ikoma é confrontado com um Kabane e, finalmente, chega o momento de pôr em prática o que tem estado a preparar. Será que estamos a caminhar para o final da humanidade, ou o princípio de uma era de liberdade?
Sem surpresa para quem assistiu ou simplesmente leu este texto, Kabaneri of the Iron Fortress parece ser o próximo Attack on Titan, já que todos os elementos dessa obra estão aqui presentes. No entanto, esta série aposta numa abordagem bem diferente.
Para começar, Kabaneri of the Iron Fortress é uma obra do bloco Noitamina. Este espaço tem a reputação de criar Seinens de grande qualidade, logo temos uma demografia bem diferente e menos imediata. Também os seus temas aparentam ser mais adultos. Adorei ver retratada a realidade que uma pessoa tem de se comprometer a acabar com a sua vida para o bem da população humana. Este elemento, por si só, contribuiu para criar mais tensão numa abordagem bem diferente e mais vulgar. Também Ikoma não parece ser aquele protagonista forte e destemido tão comum em Shounens, tanto que este recorre a engenhos e técnicas para sobreviver, em contraste com alguma força bruta e poderes.
Muito, mas mesmo muito boa, está a arte e animação. Os traços carregados de Attack on Titan deram lugar a um ambiente um pouco enevoado, uma animação e arte clássica, absolutamente sublime e detalhada, parecendo oriunda dos anos 80, e bastante mais evidente nos rostos femininos e algumas expressões faciais.
Embora não seja propriamente uma crítica negativa, notei nos vários key-frames de animação muitas semelhanças com Attack on Titan. É certo que a mesma equipa está aqui presente, desde o realizador à animação e, possivelmente, queriam poupar uns bons trocados, mas existem formas de camuflar e não parecer tão evidente, a meu ver.
Para já, como único defeito, e que espero ver rectificado, foi vermos a origem dos Kabane. Quem são? De onde vêm? Foram criados? Esta é uma resposta que espero ver respondida nesta próximas semanas, enquanto eu e muita gente acompanhamos religiosamente Kabaneri of the Iron Fortress.