Crítica | Gangsta.

Gangsta. foi uma das surpresas da temporada de animes deste Verão.

Com a predominância do estilo moe e séries que servem mais para entreter do que para contar um boa história e deixar uma pessoa a puxar pelos miolos, Gangsta. pertence a um tipo de anime de que temos visto muito pouco nos últimos anos. Nesta série somos brindados com tons escuros, personagens bem pensadas e uma história envolvente e muito bem escrita, que vai pondo os pontinhos nos ‘is’ à medida que avançamos no anime.

As personagens principais são o Worick Arcangelo e o Nicolas Brown.

O Worick é um homem com um certo charme, que dá ar de ser um engatatão e usa uma pala no olho esquerdo. Já o Nicolas dá muito menos nas vistas do que o Worick, pelo menos de aparência. Ele é surdo e os dois companheiros comunicam por língua gestual, sendo que o Nicolas consegue ler os lábios e falar um pouco.

Juntos, eles fazem vários trabalhos, e são chamados de handyman. Com eles vive a Alex Benedetto, uma jovem cujo passado desconhecemos no início do anime; não sabemos porque é que ela vive com eles e há quem a aconselhe a ir embora.

Ao longo do anime também vamos conhecendo várias personagens secundárias, que são mais do que figurantes, cada uma delas contribui de alguma maneira para a história, muitas são mesmo elementos chave.

No início é um pouco difícil pegar no anime, porque os primeiros 2 episódios são muito confusos, são-nos apresentadas muitas personagens e elementos da história, sem suficiente base para os entendermos, mas quando nos são reveladas peças de toda esta trama, as coisas começam aos poucos a fazer sentido. Muitas vezes descobrimos coisas sobre os Twilights, juntamente com a personagem da Alex, que sabe tanto sobre eles como nós. Estes Twilights (pessoas com habilidades sobre-humanas) são a base para toda a história do anime.

Já sobre as personagens principais, só vamos realmente entendê-las à medida que vemos o passado do Wolrick e do Nicolas, que traz umas quantas surpresas. Já o passado da Alex só é revelado um pouco mais à frente.

Não é que Gangsta. tenha uma história que nos faça pensar muito, mas é um anime complexo, com muitos elementos, que nos obriga a tomar atenção para podermos ligar os vários pontos, felizmente a personagem da Alex ajuda-nos nisso.

A nível de animação, as cenas de luta são surreais, grandemente devido às habilidades dos Twilights, que têm uma força e rapidez muito acima da média, uns mais que outros, mas de resto são muito boas. O anime é caracterizado por tons escuros, que combinam bem com os vários temas, nomeadamente as semelhanças com histórias de máfia, drogas e prostituição, temas muito presentes no anime. Há várias cenas sangrentas, mas raramente são mostradas em pormenor coisas muito perturbadoras.

A banda sonora é muito boa. Durante o anime a música transmite a mensagem correta consoante a cena e ajuda a criar o ambiente. A abertura (Renegade de STEREO DIVE FOUNDATION) tem uma música bastante vibrante, com um uso da cor muito interessante. O Ending (Yoru no Kuni de Annabel) já é uma música mais calma, com uma letra um pouco melancólica:

Em Gangsta. tudo ou quase tudo contribui de alguma maneira para o avanço da história ou caracterização das personagens, e é agradável ver como tudo se liga no fim. O episódio 12 acabou com muitos pontos em aberto, e espero que uma sequela não demore muito. O manga é de 2011 e com sorte tem já material suficiente para continuar a adaptação.

É bom encontrar um anime que se foca na história e personagens, está bem escrito, tem uma boa animação para juntar tudo isto, tons bem escuros que combinam com os temas e chamam por uma audiência mais velha e uma boa banda sonora.

No fundo, adorei Gangsta. É uma junção de vários elementos que gosto de ver num anime.

Também achas que Gangsta. merece uma segunda temporada? Diz-nos o que pensas nos comentários.