A Visita
The Visit
Comédia, Terror
M/14
10 de Setembro de 2015
2015 | EUA
94 min
Dois irmãos vão visitar os avós numa remota quinta, na Pensilvânia. Quando descobrem que o casal de idosos está envolvido em algo profundamente perturbador, vêem as suas hipóteses de regressar a casa a diminuírem de dia para dia.
Olivia DeJonge, Ed Oxenbould, Deanna Dunagan, Peter McRobbie, Kathryn Hahn
M. Night Shyamalan voltou!!
M. Night Shyamalan deixou a sua marca no fim dos anos 90 e principio dos anos 2000. Os seus filmes era muito populares devido à famosa reviravolta mirabolante que tinham no final. Claro que essa fórmula se esgotou ao longo do tempo. Durante mais de 10 anos o realizador tentou voltar à ribalta mas nunca o conseguiu, até agora.
Temos que admitir que o nome M. Night Shyamalan continua a ter força. Todos os filmes do realizador são de visionamento obrigatório, mesmo que a desilusão no final seja sempre esperada. Foi com esta conformidade que fui ver A Visita. Não sabia nada sobre o filme. Não tinha visto nenhum trailer. A única coisa que tornou este filme uma obrigatoriedade de se ver no cinema foi o “realizado por M. Night Shyamalan” no poster.
No filme dois irmãos vão visitar os avós numa remota quinta, na Pensilvânia. A irmã, mais velha, resolve fazer um documentário sobre a semana em que estão com os avós. Mas quando descobrem que o casal de idosos está envolvido em algo profundamente perturbador, vêem as suas hipóteses de regressar a casa a diminuírem de dia para dia.
A sinopse é simples mas o argumento está muito bem trabalhado e acrescenta várias camadas à história. O filme é de terror, sim, mas também é uma comédia. E não é uma comédia de mandar um sorriso de vez em quando. É uma comédia de rir bem alto. No entanto não deixa de ser um terror bem pesado, daqueles de nos encolhermos e subirem os pêlos dos braços. Ao mesmo tempo da comédia e do terror também há momentos bem dramáticos, de se deitar um lágrima pelo rosto. Eu sei que parece uma grande salada mas o filme tem um equilíbrio perfeito entre todos estes géneros.
Vamos por partes. A utilização da filmagem em primeira pessoa aumenta automaticamente a tensão. Estamos sempre em alerta, constantemente. A realização é primorosa na utilização deste estilo de filmagem. Os planos são muito bem conseguidos e há uma atenção especial no enquadramento. M. Night Shyamalan não se limitou a usar uma câmara e filmar sem nexo (que é o que fazem praticamente todos os filmes que usam câmara na primeira pessoa) mas tirou vantagem desse estilo e aumentou o seu escopo. O filme não serve para dar sustos, mas sim para meter medo. E mete medo!
Ao mesmo tempo temos excelentes momentos de comédia que servem para nos livrarmos, nem que seja por um minuto, de toda a tensão e desconfiança. E esses momentos de descontracção não soam a forçado nem fora de contexto. Até parecem bastante naturais. Ao fim de contas estamos a acompanhar dois jovens. É normal que acham momentos de palhaçada. Mais para o fim do filme temos bons momentos de drama. São leves mas estão lá e os mais sentimentais não vão resistir à lágrima.
O argumento é muito equilibrado. Foi uma grande mestria de M. Night Shyamalan deitar para fora uma história com elementos tão diferentes e fazer tudo resultar. O filme não é uma comédia de terror. O filme é de terror bem pesado mas consegue inserir naturalmente uma comédia bem fluída. Só esperava que o terror tivesse ido um pouco mais longe (apesar de o meu coração muito provavelmente não aguentasse) e fosse assumidamente macabro.
Os actores são bem competentes. Não podemos estar à espera de grandes interpretações mas são todos convincentes nos seus papéis. E a famosa reviravolta, perguntam vocês? Está lá! O coração pára de bater quando realmente descobrimos o que se está a passar e ficamos colados ao ecrã para vermos como tudo vai acabar.
A Visita é um bom filme. Diferente do que temos visto ultimamente e um filme que recomendo. Se estão à procura de um bom filme de terror, não procurem mais. E se vivem numa casa isolada então preparem-se para não conseguir dormir durante dias. No fim do filme senti-me bem satisfeito. E fiquei muito contente por ver o M. Night Shyamalan voltar das sombras para a luz da ribalta. Só espero que se mantenha no topo. O cinema precisa de mais filmes fruto da sua fértil mente e nós também.
A volta de M. Night Shyamalan. O balanço perfeito entre a comédia e o terror.
A história tinha espaço para ser um pouco mais macabra. Faltou só um bocadinho.
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Pedro Santos
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Pedro Miguel Antunes
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Johanna Breskinha
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