Uncharted 4: O Fim de um Ladrão
Uncharted 4: A Thief's End
Acção, Aventura
M/16
10 Maio 2016
EUA | 2016
Playstation 4
Naughty Dog
Sony Interactive Entertainment
Passaram-se três anos sobre os acontecimentos de Uncharted 3: Drake’s Deception. Nathan Drake parece ter abandonado o mundo dos caçadores de tesouros. Porém, o destino não tarda em bater à sua porta quando o irmão de Drake, Sam, reaparece, procurando a sua ajuda para salvar a própria vida e propondo uma aventura a que Drake não consegue resistir.
No encalço do tesouro perdido do Capitão Henry Avery, Sam e Drake partem em busca de Libertália, a utopia pirata oculta nas profundezas das florestas de Madagáscar. Uncharted 4: O Fim de um Ladrão leva os jogadores numa viagem à volta do mundo, através de ilhas selvagens, cidades longínquas e picos nevados em busca da fortuna de Avery.
Bruce Straley, Neil Druckmann
Neil Druckmann, Josh Scherr
O fim de um ladrão (mas qual?) chegou, e está na hora de descobrires como Nathan Drake encerrou a sua vida de aventureiro!
Após várias reviravoltas na equipa de Uncharted (com a saída de vários membros da mesma), eis que nos chega o último título da Naughty Dog, Uncharted 4: O Fim de um Ladrão. Um jogo, que certamente vai deixar o seu marco na história da Playstation.
Uncharted 4: O Fim de um Ladrão, conta a história do nosso amado caçador de tesouros, Nathan Drake, e da caça do antigo tesouro do famoso pirata Henry Avery – no entanto esta caça não parte do nosso caro Nate (como tem vindo a ser habito), mas sim do seu irmão, Samuel Drake, que decidiu voltar das “portas da morte”.
Logo ao começar os primeiros capítulos do jogo deparei-me com um estilo de escrita diferente, a assinatura de Amy Henning, antiga escritora e directora criativa da série, tinha sido substituída pela de Neil Druckmann e Josh Scherr, argumentistas do tão aclamado The Last of Us. A história tem um desenvolvimento mais negro e dá a sensação de “arrastamento” tal como no outro título dos escritores. Similarmente ao que conhecemos com Uncharted 3: A Decepção de Drake, voltamos a reviver o passado do nosso herói com o pequeno Drake e um Drake mais novo (dois cenários diferentes), de modo a conhecermos um pouco melhor o passado do nosso aventureiro e irmão – esta parte inicial foi bem utilizada de modo a introduzir o tutorial do jogo, para que o jogador seja “mergulhado” suavemente dentro da trama principal.
O “quarto” capítulo da série (isso se não contarmos o Golden Abyss), leva-nos a 15 anos depois da aventura do terceiro episódio (espera aí… o Sully ainda está vivo? E continua a poder saltar e correr normalmente??!), tendo como principal local a região de Madagáscar (é claro que, como habitual, vamos poder visitar outros locais anteriores) onde, aparentemente, fica o enorme tesouro dos piratas – e não, desta vez não há nenhuma maldição ou zombie assassino, o argumento ficou-se pelo “normal”, dando um tom mais realista e maduro ao jogo, algo que acabou por funcionar bastante bem.
Aye Aye Capitão!
A equipa tentou inovar, isso é certo. Nunca um jogo me pareceu tão real no ecrã: a forma como os cenários foram desenhados, a iluminação, os detalhes dos personagens assim como cada uma das suas expressões faciais… Sejamos sinceros, graficamente, este jogo é soberbo, é dá-nos a sensação de estarmos a ver um filme de Hollywood. No entanto… tal feito tem o seu preço, e este pode tornar-se desagradável de vez em quando. Uncharted 4: O Fim de um Ladrão pode ser considerado o jogo mais belo da Playstation 4, no entanto, em alguns momentos, a consola da Sony não conseguiu acompanhar o desempenho do título. Notei algumas baixas de fps de vez em quando, e o jogo acabou por crashar em determinados momentos – estes mesmos erros acabaram por custar a vida de Drake em algumas situações, algo que considerei um pouco doloroso e desnecessário, tendo em conta o número de vezes que o jogo foi adiado.
A nível sonoro podemos dar os parabéns à equipa! A banda sonora do jogo e os efeitos sonoros conseguem acompanhar na perfeição o que está a acontecer no decorrer na acção. Mais uma vez, nota-se uma assinatura diferente na composição da mesma, visto que o compositor deste título é Henry Jackman, em vez do habitual Greg Edmonson. A banda sonora está mais adulta e dá menos a sensação de estarmos numa aventura de Indiana Jones e, em alguns momentos, até me lembrou as novas aventuras de Lara Croft, em que o estilo musical se assemelha muito ao de Jason Graves (compositor musical do Tomb Raider de 2013).
A jogabilidade sofreu algumas alterações: desta vez podemos contar com um “apoio” na apontaria, o que nos pode safar de algumas situações mais perigosas – porém, isso vai fazer com que consigamos efectuar menos headshots. O ambiente do jogo foi bem estudado, de modo a que possamos aproveitar cada objecto para nos safarmos das situações mais perigosas (como por exemplo, utilizar a nossa corda para saltar rapidamente de uma plataforma para outra), principalmente para nos escondermos.
Por falar em esconder, a Naughty Dog decidiu introduzir um género de “modo furtivo” semelhante ao de Metal Gear Solid, em que podemos marcar os inimigos de modo a fazer o seguimento dos seus passos, assim como termos dois níveis de detecção até os soldados terem a certeza da nossa presença. Sinceramente, podiam ter esquecido este modo. Embora seja bom em algumas situações, é um modo que não foi muito trabalhado e que acaba por funcionar um pouco mal, por exemplo: se quisermos fazer de sniper e ir matando os inimigos num ponto estratégico, é algo a esquecer! Mesmo que o Drake esteja completamente escondido e a metros dos soldados (que até podem estar noutra divisão), no momento em que premirmos o gatilho toda gente fica a saber onde estamos e vem ter connosco, o que acaba por tirar algum do realismo ao modo que eles quiseram instituir.
A inteligência artificial do jogo também sofreu algumas alterações – os nossos parceiros vão ser mais prestáveis a detectar e aniquilar inimigos, e vão fazer mais sentido em algumas partes do jogo. Porém, senti que algumas vezes o Sam passava mais tempo a atrapalhar do que a ajudar-me.
Tesouro à vista!
Que coisa brilhante é aquela…?
Tal como nos episódios anteriores, o jogador poderá contar com vários segredos por descobrir! Para além dos vários tesouros espalhados pelos mapas, poderemos também descobrir antigas notas deixadas pelos piratas, assim como conversas opcionais (parecido com o que já tínhamos encontrado em The Last of Us).
Tal como nos Uncharted anteriores, apanhar coleccionáveis vai fazer com que possamos desbloquear certas modificações para o jogo, assim como truques para facilitar a nossa próxima viagem! Cada tesouro vai valer x pontos, que poderemos trocar contra uma nova skin para o Drake, ou um novo filtro para os cenários – e acreditem, desta vez a equipa de desenvolvimento foi bem criativa nos filtros!
Desta vez a caça vai ser renhida, porque os tesouros estão melhor escondidos do que anteriormente (só consegui apanhar metade…) e parte das conversas opcionais estão apenas disponíveis após completarmos uma determinada acção. Isso vai fazer com que repitamos várias vezes uma cena de modo a podermos ter a certeza de que não falhamos nenhum detalhe e que consigamos tirar partido de todos os segredos do jogo!
Outro “tesouro” deste jogo é a possibilidade de conduzirmos um jipe! Sim, leste bem! Neste episódio poderás controlar um veículo, e podes até utilizá-lo para matar inimigos (sádico, mas não deixa de dar jeito). Os mapas nos quais o veículo está disponível foram bem desenhados e programados, de modo a que o jogador não se perca facilmente na imensidade dos cenários do jogo. Ao pegarmos no volante sentimos que foi colocado aqui com razão, e não por acaso – as viagens acabam por ser agradáveis, graças às conversas dos nossos heróis que, caso sejam interrompidas por sairmos do veículo, retomam de uma forma bastante inteligente um vez de volta!
Vemo-nos em linha!
O modo multijogador está de volta, nunca foi tão agradável de se jogar, e promete dar ao jogador horas de uma fantástica experiência em linha.
Semelhante ao que encontrámos anteriormente, temos vários modos de jogo disponíveis, assim como vários mapas, personagens, melhorias, armas e “ajudas” – que podemos ir desbloqueando à medida que vamos adquirindo pontos para tal. Desta vez não temos um nível de reputação, no entanto o jogo vai conseguir distinguir as pessoas mais “seniores” das outras.
Algo inovador que a equipa decidiu propor neste novo jogo em linha, foi o tutorial inicial, de modo a dar as boas vindas aos “novos” jogadores deste modo. O tutorial apresenta várias fases, que contemplam os vários mecanismos do modo: desde uma apresentação generalista, modo furtivo, como comprar upgrades, entre outros. Certamente que, com este investimento, a Naughty Dog quer mostrar que este jogo online veio para ficar – algo que se pode verificar com o mapa de DLCs programado para lançamento até ao Verão 2017, que podes consultar aqui.
Caso nos encontremos por lá, sê simpático comigo…
O fim de um ladrão
Uncharted 4: O Fim de um Ladrão encerrou uma saga de uma forma perfeita. O jogo tem tudo o que um jogador pode esperar: gráficos e cenários fantásticos, uma banda sonora deliciosa, uma história que faz sentido e que nos permite viver tudo o que foi criado, personagens com um enorme carisma e que não foram colocados no jogo à toa… e até temos alguns easter eggs que nos vão fazer voltar uns 20 anos atrás (vou deixar-te descobrir por ti mesmo).
A espera foi longa, mas justificou-se. O último capítulo de Uncharted promete ser dos melhores jogos da PS4 a terem sido criados até hoje, e entrega ao jogador uma experiência que, certamente, vai ficar para a história. Espero que não seja a última vez que se oiça falar em Nathan Drake e a sua “banda” – confesso que senti falta da Chloe… Falta-nos aguardar para ver o que futuro espera os nossos amigos.
O que achaste da última aventura de Drake?
Perfeitamente desenhado
História mais madura
Jogabilidade inédita na saga
Personagens que nos deixam apaixonados
Inteligência artificial com algumas falhas
Sistema furtivo fraco
História que se arrasta um pouco