Crítica | Banshee, temporada 3

Banshee tornou-se mais em tudo. Mais violenta, mais estilizada, mais absurda, mais complexa, mais profunda, mais absurda (não é nenhum erro). E eu adoro!!!

A Cinemax tem-se destacado nos últimos anos pelas suas séries originais. Tudo começou quando comprou os direitos de Strike Back, uma excelente série britânica, e a esventrou para o mercado norte-americano. O veredicto? A série é boa. Whaaaaat? Sim, é uma ofensa à série original mas é boa.

Não conheço as outras duas séries do canal, Hunted e The Knick. The Knick é realizada por Steven Soderbergh e protagonizada por Clive Owen. Está decididamente na minha watchlist mas o tempo não dá para tudo.

Banshee segue o modelo de Strike Back. É uma série má mas é excelente. As temporadas anteriores vieram num crescendo e a terceira explode com tudo.

A cidade de Banshee encontrou a tranquilidade depois da morte de Rabbit e da vingança pela morte de Emmet. Mas claro que em Banshee as coisas nunca são tranquilas e a pacificidade da cidade não dura para sempre.

A série segue as linhas narrativas das temporadas anteriores e apresenta novas. No entanto sabe gerir de forma eficaz todas as perspectivas e é bastante coerente. É a temporada mais densa ate ao momento. Tudo está a acontecer ao mesmo tempo. Isso é bastante eficaz porque deixa-nos colados ao ecrã durante os episódios e a salivar nas semanas de espera. Os episódios foram bem estruturados, não havendo quebras de ritmo durante a temporada.

As novas histórias são interessantes, as novas personagens são apelativas e o gancho para a quarta temporada foi muito bem metido. A terceira temporada explora muito mais as personagens secundárias, ao mesmo tempo que aprofunda o passado das personagens principais. Começamos a entender melhor as motivações de cada um. Os arcos apresentados nesta temporada e que se vão estender pela quarta temporada são bons e fazem sentido. Não nos podemos esquecer que todo o mal que existe no Mundo está concentrado na cidade de Banshee. Até admira que alguém queira lá viver. Por isso falta de material é algo de que a série não sofre.

Houve uma clara mudança criativa em relação à série. Já não temos tantos momentos irrelevantes, que eram inseridos para agradar aos espectadores acéfalos, e temos uma profundidade maior na história e nas personagens. Com isso a série consegue manter o espectador acéfalo interessado e agrada o espectador que quer mais densidade dramática.

Vejam o tom da temporada como uma extensão do episódio cinco da segunda temporada, The Truth About Unicorns. O tom é muito mais contemplativo do que era antes. Os momentos de silêncio, grandes planos aos actores, inserts com as emoções dos personagens. Tudo isso é abundante na terceira temporada. É uma tentativa de dar mais carga dramática à série. Consegue? Meh. Consegue dentro do que é Banshee, mas a série continua a ser chunga e não há forma de fugir a isso.

As personagens continuam vazias e incongruentes. Todas, sem excepção. As personagens viram o que convém à história. Se antes era um betinho, agora é uma máquina de guerra, só porque sim. A embalagem não disfarça o conteúdo. Mas é Banshee, quero lá saber do conteúdo, quero é ver a embalagem!

O sadismo das personagens, e estou a falar dos “bons” também, aumentou muito. E isso não importa nada, até é bem vindo. É  por isso que vemos Banshee. Violência a dar com um pau e sexo. Bem, quanto a sexo, falta um pouco de vaselina à temporada. Não se pode ter tudo…

As cenas de sexo foram riscadas do cardápio. Maminhas há poucas nesta terceira temporada. Violência no entanto foi elevada a estrela Michelin. A série está violenta!!!! Põe pontos de exclamação nisso.

Dito isto, a terceira temporada continua a ser fiel às suas origens. Chunga, violenta, mas que ao mesmo tempo ambiciona ser mais. Tenta sair da zona de conforto do seu público alvo, e consegue, dando mais carga dramática às personagens. E é por isso que a série é tão boa e muito bem feita. É a melhor naquilo que pretende ser e entrega aquilo que promete, ao contrário de muitas séries de pedigree. Eu adoro desligar o cérebro por uma hora e ver Banshee. E se a qualidade se mantiver neste patamar, o meu cérebro terá muitos anos de descanso.

O que achaste desta terceira temporada?

Classificação: 5/5

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