Fear the Walking Dead
Fear the Walking Dead
Drama, Horror
EUA | 2015
6 episódios
1
AMC
AMC
O que é que o Mundo parecia quando se estava a transformar no apocalipse mostrado em The Walking Dead? Este spinoff, que se passa em Los Angeles e acompanha novos personagens enquanto enfrentam o principio do fim do Mundo, irá responder a essa questão.
Dave Erickson, Robert Kirkman
Kim Dickens, Cliff Curtis, Frank Dillane, Alycia Debnam-Carey, Mercedes Mason, Lorenzo James Henrie, Rubén Blades, Elizabeth Rodriguez
Fear the Walking Dead prometia falar sobre temas mais próximos da realidade. O inicio do vírus, a resposta da sociedade, os dilemas de lidar com algo desconhecido. A série meio que cumpriu o objectivo mas não foi suficiente. Ao invés de termos uma história com um escopo mais alargado somos jogados para micro conflitos humanos, ainda mais personalizados do que a série mãe.
Em Fear the Walking Dead acompanhamos uma família no meio do caos de uma infeção que ninguém sabe explicar e que ninguém consegue controlar. Os problemas desse núcleo familiar dão gás à série que se desenrola sobre um vírus em pano de fundo. Os zombies nunca foram o centro de The Walking Dead, nem é sobre isso que a série fala. Neste derivado as coisas não são diferentes. O estudo comportamental de pessoas a lidar com o desconhecido continua nesta série. A fragilidade da sociedade, a fragmentação entre a ordem e o caos, e os animais que no fundo todos nós somos, são mascarados nos primeiros episódios. À medida que a contaminação avança, os pilares da sociedade vão abaixo. É interessante notar, no entanto, que em Fear the Walking Dead esse cair dos alicerces da civilização acontece aos poucos. Primeiro começamos com falhas de eletricidade, que duram alguns minutos e depois passam a horas. De seguida temos as falhas de redes de comunicação que isolam as pessoas e quebram a unidade que uma sociedade precisa. A partir do momento em que as linhas de comunicação vão abaixo o pânico generaliza-se. De repente já ninguém sabe o que se passa e a isolação torna-se a melhor alternativa. Quando impera a isolação o instinto de sobrevivência vem ao de cima e os humanos tornam-se em animais. Mas a questão é: Os humanos tornam-se em animais ou revelam a sua verdadeira essência?
Essa questão é respondida pela viciado em drogas, Nick. Nick é a ponte entre a civilização e o caos em que o Mundo está agora. Sendo um drogado, Nick já fez de tudo para conseguir sentir a droga a correr nas suas veias. Matou, roubou, manipulou. Nick tem noção da verdadeira condição humana. No fundo todos nós somos animais. Todos nós somos loucos e doentios. Simplesmente estamos adormecidos. Quando o vírus se espalha Nick sente-se vivo pela primeira vez em muitos anos. De repente todos compreendem como ele sempre se sentiu.
Fear the Walking Dead mantém a mesma estética de The Walking Dead. As cores, os planos, é tudo igual. A diferença é que no derivado temos um núcleo de pessoas que são uma família, no verdadeiro sentido da palavra. É interessante acompanhar a dinâmica das relações dentro dessa família. E é aí que está a essência de Fear the walking Dead. Os micro conflitos familiares. Uma família que tem de lidar com o que se está a passar ao mesmo tempo em que tenta manter o pouco de civilização que resta. Enquanto que em The Walking Dead não há espaço para questões de moralidade. O que importa é sobreviver a qualquer custo. Em Fear the Walkinh Dead a moralidade ainda impera e mesmo num Mundo desfeito a moral ainda se faz ouvir.
No entanto o ponto fraco de Fear the Walking Dead é o salto narrativo que faz a meio da temporada. Tudo acontece demasiado rápido. E no fim dos seis episódios ficamos com uma proposta para a segunda temporada muito semelhante a The Walking Dead, deambular à procura de um porto seguro. É aí que o derivado falha redondamente. Tendo a oportunidade de criar um produto diferente, não agarra essa oportunidade e deixa escapar o que poderia ser uma aposta ganha.
Fear the Walking Dead é bastante sólido e não repete os erros de The Walking Dead que demorou para encontrar a sua estética. Nesta série tudo está bem aprimorado. É uma boa série mas não acrescenta nada de diferente ao universo dos walkers.
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Grupo de protagonistas.
O começo da série onde vemos o declinar da sociedade.
Salto temporal demasiado grande.
Não aproveita para ser diferente do material de origem.