“The Edge of Mystery”, “A Little Song and Dance”
Eu podia habituar-me a isto de ter dois episódios de seguida das minhas séries preferidas! Só tenho pena que isto (juntamente com mais alguns motivos) signifique que provavelmente Agent Carter não vai ter uma terceira temporada, mas não é disso que vamos falar agora.
Vamos sim falar destes dois episódios espectaculares!
Vamos começar por falar do elefante fabuloso na sala. Aquela cena de dança e música deve ser a coisa mais estranha no Universo Marvel até agora, e eu adorei cada momento dela. Desde o build-up lento, às coreografias exageradas, ao cenário minimalista, as roupas e as plumas, tudo naquela sequência estava perfeito. É simultâneamente uma brilhante homenagem ao cinema hollywoodesco da época em que a série se passa, de alguma forma consegue fazer todo o sentido dentro do ambiente da série, dá-nos um vislumbre do mundo interior de Peggy Carter (será que todos os seus sonhos são números musicais?), e é um dos melhores fanservices de sempre. A única coisa que faltou para não haver um único fã com as cuequinhas secas depois disto, era que tivéssemos tido um cameo do Steve Rogers na sequência.
Quem também esteve em grande nestes dois episódios foi James D’Arcy, com a sua fantástica interpretação de Edwin Jarvis. Até agora tinha servido sempre de escape cómico da série, uma personagem masculina algo ofuscada por personagens femininas muito fortes e carismáticas e interpretadas de forma muito intensa, mas depois de no episódio 7 a sua amada Ana ter levado um tiro da Whitney Frost, Jarvis está fora de si. Jarvis devastado à cabeceira de Ana, a a prometer tudo e mais alguma coisa desde que ela acorde, foi dos momentos mais dramáticos em toda esta temporada. A sua raiva fria e impiedade quando dispara sobre Whitney Frost foram assustadoras, e até a sua explosão de raiva e frustração contra Peggy Carter mostram o quão complexa esta personagem na realidade é.
O arco narrativo da Ana Jarvis também atinge aqui o seu fim lógico, provavelmente, transformando-a numa personagem trágica, que apesar de apoiar o seu marido em tudo, acaba por ser uma vítima colateral inocente e incapaz de ter filhos. Por outro lado, este aspecto da infertilidade de Ana e a incapacidade de vir a ter filhos com Jarvis constroem de maneira perfeita a relação que este provavelmente viria a ter com um jovem Tony Stark.
Mas há uma coisa que me está a incomodar, e que até me faz pensar se me escapou alguma coisa. Onde é que está a Dottie Underwood? Continua presa pela Whitney Frost? Nunca mais ouvimos falar dela. Como já disse antes, esta série não é perfeita, e é nestes pormenores que se nota, por pequenos que sejam.
O Jack Thompson, continua a brincar com as minhas emoções já frágeis e não se decide acerca de quem é que quer trair! Jack Thompson tem sido uma personagem muito mais secundária nesta temporada, mas nestes dois episódios vinga-se. Até agora parecia estar a ser uma personagem que só lá estava para ser um fantoche do Arena Club, mas mantendo uma ambiguidade moral, difícil de interpretar mesmo para as pessoas à volta dele, consegue enganar e manipular tudo e todos à volta deles. É um excelente regresso para esta personagem que eu adoro odiar.
Da mesma forma, o Vernon Masters acaba por se tornar numa personagem muito interessante, quando inesperadamente fica do lado dos bons, pelo menos na medida em que isso o beneficia.
E mais uma vez tenho de o repetir: a Whitney Frost é uma personagem excelente. Teve um desenvolvimento fantástico durante esta temporada, começando por ser uma personagem assustada e estando agora quase à beira da loucura, e a ouvir vozes. Vozes essas que o Jason Wilkes afinal também parece ouvir. Tão louca, que chega mesmo ao ponto de fazer rebentar uma bomba atómica para abrir um rift para a Dark Dimension para obter mais Zero Matter. O sofrimento da Whitney quando no fim é o Jason Wilkes que é sugado pelo rift é tão assustador quanto angustiante. Isto também me faz pensar se estas vozes que ouvem terão alguma coisa a ver com entidades cósmicas que tenham alguma coisa a ver com o universo do Dr. Strange.
Por falar no Jason Wilkes, depois de absorver toda a Zero Matter e de ser torturado pela Whitney Frost para a tirar de volta cá para fora, Jason Wilkes tem um ataque de consciência quando a Peggy o vai salvar, e fica para trás. No último momento, quando toda a armadilha do Jack Thompson para finalmente eliminar a Whitney Frost e o Vernon Masters de uma vez só falha, o Jason Wilkes entra na sala e explode, e o episódio acaba abruptamente!
WTFGAAAAH! Raios Marvel! Pára de brincar com as minhas emoções desta maneira!
Na realidade é uma maneira perfeita para terminar este episódio e preparar o Finale da temporada. Nunca tínhamos visto um episódio a acabar desta maneira, e o cliffhanger fica perfeitamente enquadrado. Será que Jason Wilkes sobrevive? Que efeitos terão a explosão da Dark Matter? De que maneira a Whitney Frost vai ser afectada?
Honestamente não faço ideia do que vai acontecer, mas suspeito que vai ser espectacular!