Ratchet & Clank
Ratchet & Clank
Aventura, Plataforma, Shooter
20 de Abril 2016
EUA | 2016
Playstation 4
Insomniac Games
Sony Interactive Entertainment
O destino acabou por juntar duas "pessoas" que revelaram ser heróis da galáxia...
Em pouco tempo Ratchet passou de um simples mecânico para um Ranger da Galáxia. Acompanhado de Clank - os dois juntaram-se ao grupo de heróis do sistema para salvar os planetas e terminar com os planos diabólicos do Barlg Drek e do temível Dr. Nefarious!
Brian Allgeirer
Todd Fixman
Faz agora quase uma semana que a Sony nos presenteou com um jogo desenvolvido pela Insomniac Games – Ratchet & Clank.
Antes de começares a ler, devo informar-te que este é o primeiro da série que jogo (eu sei, é uma vergonha), pelo que não conseguirei fazer comparações com os episódios anteriores (por um lado, ainda bem!).
Este jogo trata-se de um remake do original (deram-lhe até a designação de “re-imaginado”, devido a certos aspectos que mudaram, aparentemente) que saiu para a Playstation 2 em 2002 – e está de parabéns!
Alguns denominam-no como jogo de aventura, outros plataformas. Eu vou ficar-me pelo Aventura/Plataforma – para quem jogou outros jogos da Insomniac Games, Ratchet & Clank lembra um pouco o Spyro: the Dragon, com algumas melhorias no sistema e com um mundo totalmente diferente, similarmente ao que tínhamos encontrado com o nosso pequeno herói roxo que cospe fogo (Spyro: the Dragon, que saiu para a Playstation em 1998), com os níveis divididos em mundos – no caso de Ratchet & Clank, em planetas.
Cada mundo tem um cenário totalmente diferente e inúmeras coisas por descobrir – o que dá imensa vida e vibração ao jogo – e a arte deste é espectacular: os pormenores em cada canto, os efeitos luminosos, como cada objeto foi colocado… são tantas as coisas que poderia enumerar para descrever o ambiente vivido no jogo… e sinceramente, já há algum tempo que não me sentia assim! O único senão que encontrei foi a falta de missões secundárias, embora haja alguns coleccionáveis (como as Holocards e as Gold Bolts – que nos permitem desbloquear upgrades, segredos e cheats), o que acrescenta horas à nossa experiência!
As aventuras do lombax e do seu companheiro!
“Grandes heróis fazem coisas grandes!” – mas não foi bem assim que começou. O jogo inicia com dois cenários iniciais de modo a apresentarem-nos os personagens.
Começamos por conhecer Ratchet, um lombax (um género de… bem… nem sei o que aquilo é! Uma “raposatigre”?) que vive no mundo deserto de Velden e que trabalha num garagem que faz “upgrades” a veículos espaciais. Ele sempre sonhou em fazer outra coisa além de apertar porcas – ser um Ranger da Galáxia. Muito rapidamente sentimos uma enorme empatia pela personagem, graças ao seu carisma e ao olhar “inocente” que tem (se bem que de inocente não tem nada).
O jogo começa no momento em que ele vê uma publicidade a anunciar que os Rangers da Galáxia viriam a Velden para escolher um novo membro para a equipa deles – era a oportunidade que Ratchet esteve sempre à espera! Após passar pelo percurso de teste criado pelo Capitão Qwark, este é rejeitado pelo mesmo, devido a “não ter o coração de um ranger” e ter cometido algumas infrações no passado (o teu olhar já não engana ninguém!) – voltando para a sua vida de mecânico.
Noutro ponto da galáxia, vemos o nosso pequeno herói mecanizado “nascer” – o Clank. Este pequeno robô aparenta ser mais calmo e racional que Ratchet – na realidade eles fazem a dupla perfeita, completando-se um ao outro!
Clank foi criado no planeta Quartu, pelos Blarg (um género de répteis andantes com uma cabeça em forma de… digamos, cone) que são liderados pelo director Drek – chefe da empresa que cria os robôs no planeta. Após Clank ter sido considerado um “falhanço”, Drek manda destruí-lo. No entanto, este consegue escapar, e com informações importantes para os Rangers da Galáxia – Drek planeava atacar outros planetas com os seus “robôs de guerra” de modo a poder atingir o seu objectivo principal – construir novos planetas para os Blarg (visto que Quartu estava totalmente destruída pela poluição).
Durante a sua fuga, a nave de Clank é atingida por Blargs que o perseguiam, acabando por se despenhar em Velden, onde acaba por ser salvo por Ratchet. Este decide ajudar Clank a chegar até o planeta Kerwan, para entregar os documentos sobre o plano de Drek ao Capitão Qwark, acabando, ao mesmo tempo, por salvar a cidade, que estava a ser atacada pelos “répteis”. Posto isto, Ratchet e Clank são nomeados Rangers da Galáxia, e vão ajudar Qwark e os outros a acabar com os planos do director Drek que, sem se dar de conta, está a ser manipulado pelo temível Dr. Nefarious – inimigo do Capitão Qwark.
A história em si tem a sua consistência, se bem que, como qualquer jogo plataformas, não muito profunda. Cada personagens faz bem o seu papel no jogo – se bem que não há grande destaque em todos os membros dos Rangers da Galáxia – à excepção de Cora, que acompanha os nossos heróis em algumas das missões. Para um jogo de plataformas, confesso que a trama está bem desenvolvida.
A Insomniac Games não se limitou a “para salvar o mundo tens que apanhar todos os cristais, ou todos os artefactos!” como presenciamos em outros do género, como Crash Bandicoot e Spyro The Dragon. O género de jogo evoluiu – algo que se observou com este título, e com outro que saiu mais ou menos ao mesmo tempo, Jak and Daxter (isto falando, claro, quando ambos saíram para a Playstation 2). Por acaso, achei interessante perceber porque é que, no início do jogo, vemos o “ultra herói” da galáxia (Capitão Qwark) preso – para te ser sincero, ele lembrou-me muito o Stan de American Dad: mesma personalidade e mesma proporção corporal.
Ratchet & Clank não se limitou apenas a mostrar-nos o que é tornar-se um herói. Em certos momentos, tornou-se também uma lição de vida – uma lição que nos demonstra até onde somos capazes de ir devido aos ciúmes (vai-te fazer sentido no final), que as nossas diferenças podem ser o trunfo da equipa – isto é, toda gente é importante para que as coisas funcionem bem! – e que por muito maus que tenham sido os nossos erros, devemos tentar perceber, compreender, explicar e perdoar.
Hmmm onde é que vamos agora???
A diversidade é um trunfo deste jogo – há vários planetas com diferentes cenários por explorar, assim como vários mecanismos interessantes. Sempre sonharam em ser campeão de hoverboard? Não há problema! Ouvi dizer que ia começar um torneio em Rilgar! É de salientar que alguns destes planetas são secundários e podem ser desbloqueados ao completarmos objetivos opcionais.
O jogador terá a oportunidade de controlar Ratchet e Clank, em diversas situações: quer seja a correr, mergulhar, voar numa nave espacial (e claro, rebentar com outras!), concorrer em torneios de hoverboard ou fazer um género de slide em carris.
Os cenários foram aproveitados de tal forma que a nossa experiência vai ser única. Como já referenciei anteriormente, cada detalhe dos mapas foi bem pensado e tem um objetivo preciso. Claro que certos sítios são apenas acessíveis após ter recebido um certo gadget ou um upgrade do Clank.
Isto leva-nos a outro ponto: o arsenal e sistema de evolução no jogo. Durante a sua aventura, Ratchet e Clank terão a oportunidade de adquirir novas armas (em troca de dinheiro), como também de evolui-las (quer seja a nível de potência – ganhando experiência matando inimigos -, como em outros atributos, como máximo de balas, área de efeito, entre outros – que são adquiridos com upgrades).
Para além das armas, os gadget também serão um ponto forte neste jogo, visto que para poder alcançar certos sítios iremos precisar de um jetpack ou de uma máscara para respirar debaixo de água – por norma estão espalhados pelos planetas, sendo necessário completar objetivos principais ou secundários para os adquirir (não dá para os comprar). Ratchet também terá a oportunidade de subir de nível, de modo a aumentar o máximo dos seus pontos de vida.
A duração do jogo é aceitável, tendo em conta que podes facilmente completar a história em 6 ou 7 horas, e apresenta um desafio interessante – os bosses foram bem desenhados, e cada um têm uma mecânica diferente, proporcionando um bom desafio ao jogador. O suspiro de alívio que dei quando, finalmente, matei a chata da Ms. Zyrkon – após morrer umas 10 vezes, já não podia ouvir a voz dela! Se formos contar com todos os coleccionáveis (holocards e Gold Bolts) podemos contar com 1 ou 2 horas extra – tendo em conta que em certo ponto do jogo podemos vir a apanhar um gadget que nos desvenda os seus locais no mapa.
Após completar o jogo um novo modo é desbloqueado – o Challenge Mode, supostamente um modo mais difícil que os outros, que nos permite utilizar upgrades únicos para as nossas armas, assim como recolher mais bolts (é o dinheiro no jogo) do que o normal, graças a um sistema de multiplicador – algo que aumenta o valor de voltar a dar uma volta pela galáxia!
Conclusão
Ratchet & Clank é uma verdadeira aventura pela qual podemos nos apaixonar facilmente! O carisma dos nosso heróis cativou-me assim que os conheci – eles são perfeitos para este jogo. Já não jogava um jogo de plataformas há algum tempo e… bem, espero que eles lancem o próximo!
Apesar de ter uma ou duas falhas a nível das animações faciais (de vez em quando não estão bem sincronizadas com a cena) é um jogo que graficamente está muito bem conseguido, e sonoramente também – a banda sonora foi espectacularmente bem pensada dando ainda mais realce ao que estamos a viver!
O que achaste do regresso dos nossos heróis?
Um grande regresso dos nossos heróis
Vários níveis com muito para explorar
Variedade de coleccionáveis
Arsenal de armas e gadgets consistente
Falta de missões secundárias
Algumas personagens pobres