Crítica | I Have no Mouth and I must Scream

Já alguma vez pensaram como seria serem torturados por 109 anos, por um computador que simplesmente decidiu ficar maluco? Possivelmente já e é assim que começa a historia de I Have no Mouth and I Must Scream.

Adaptado de uma short-story escrita em 1967 pelo autor Harlan Ellison, evoluiu em 1995 para um jogo de aventura pelas mãos da empresa The Dreamers Guild uma das aventuras mais aterradores e que ainda continua a permanecer na historia como uma das mais interessantes historia em termos de cyberpunk.

A historia de I Have no Mouth and I Must Scream, passa-se durante a guerra fria que escalou para uma terceira guerra mundial. A guerra estava a ser principalmente disputada entre America, Russia e China e como não podia faltar, estas 3 nações decidem construir um super computador que lhes poderia ajudar em combate, esses super computadores foram chamados de AM ( Allied Mastercomputer ). Um desses computadores torna-se consciente ou ganha a capacidade de pensar por si, esse mesmo absorve os outros dois AMs e toma controlo da guerra tornando a mesma num completo genocídio em que tem a deliciosa ideia de pegar em 5 humanos ( 4 homens e 1 mulher ) para que sejam os seus brinquedos de tortura. Depois de 109 anos de tortura AM decide jogar um jogo com essas cinco pessoas, um jogo perigoso tanto para os últimos humanos como para o próprio AM. Só para complementar a historia do jogo foi escrita pelo próprio autor do conto como forma de poder extender o universo que criou ou dar-lhe um toque diferente ao que já existia.

A historia do jogo divide-se em duas partes, uma que conta a historia de cada personagem individualmente em que as mesmas encontram-se em cenários diferentes e têm de enfrentar os seus próprios medos e enfrentarem o que fizeram de errado no passado. Cada personagem tem que de forma inteligente seguir na historia para que isso seja levado até ao fim, pois temos uma segunda parte que já é mais para o final em que os 5 se juntam numa grande cruzada para tentar derrotar o AM.

I Have no Mouth and I Must Scream, é um jogo do género Point and Click adventure, isto é vamos andar a controlar a nossa personagem com o uso do rato para encontrar items, chaves, falar com pessoas e entre outras acções. Torna-se muito um jogo em que requer analise, pesquisa dos items certos para colocar nos locais certos com saber como falar com as pessoas ou não.

Ao lado esquerdo têm o barómetro psicológico, uma forma de poder avaliar se estão a prosseguir bem ou não, a mesma vai alterado de cor sendo que a mesma inicia com uma cor negra passando por várias fases de verde até branco ( quando chega a branco é que conseguiram o melhor final para a personagem ). Quando magoam ou fazem algo que afecta o estado psicológico da personagem a cor fica mais escura e se estão a resolver ou a enfrentar os medos da personagem a mesma fica mais claro. Apesar do jogo ser simples de se jogar, os seus puzzles podem ser complicados e chegam a um ponto que desafiam um bocado a lógica da pessoa sendo que pode-se utilizar as ferramentas das forma mais estranhas possível sem realmente haver algo concretamente consistente sobre o mesmo e é isso o que o torna bom como também o pode tornar frustrante.

Em termos de soundtrack as musicas no I Have no Mouth and I Must Scream, são basicamente de colocar o jogador no ambiente correto dependendo do local onde se encontram mas grande parte do jogo em si não tem musica e depende mais de sons do que propriamente algo a tocar constantemente que tanto serve para criar um ambiente mais real como também é uma forma de dar espaço para o jogador poder pensar sem ter uma musica a tocar eternamente com em loop. A soundtrack é composta pelo famoso compositor dos filmes de Hollywood, John Ottman.

E agora, estas pronto para viver esta aventura, estas pronto para entrar na barriga do monstro e jogar o seu pequeno e perigoso jogo?