“Maveth”
Esta série ainda me vai fazer rebentar um aneurisma.
A construção de tensão e suspense neste episódio é tão bom como sempre, e a série começa a fazer isto parecer fácil.
O episódio começa exactamente onde o anterior acabou, com Coulson a saltar do avião para dentro do portal, e a equipa da S.H.I.E.L.D. a preparar-se para atacar o castelo onde o portal está.
Adorei a progressão lenta de revelações que aconteceram no Planeta Azul.
Temos uma visão impressionante de ruínas de um antiquíssimo templo com a cabeça da Hydra, que levanta novamente a questão de realmente quão antiga é a Hydra.
Coulson acorda no planeta e, depois de um flashback com a Rosalind, dá-nos a melhor piada do episódio:
“I’ll Be damned… Tatooine”
Portanto está confirmado, ouviram-no aqui primeiro, vamos ter um crossover da Marvel com o Star Wars! (não, provavelmente não).
As cenas entre Will e Fitz são tão tensas quanto são pouco espalhafatosas, e mais uma vez fico a adorar Fitz pela maneira madura como ele lida com a situação.
Num momento de tensão crescente muito bem construído, Will começa a descrever o que aconteceu no planeta, explicando que o IT destruiu as civilizações que lá existiam, porque estas resistiram à mudança.
Entretanto Mack, na sua condição de director da S.H.I.E.L.D. planeia o assalto ao castelo inglês.
Foi extremamente divertido ver a interacção entre a equipa de Inumanos. Todos eles, incluindo Daisy, inseguros no seu novo papel.
Adorei a demonstração dos poderes deles, e sobretudo do Joey a derreter balas, com um “Woohoo! I’m bulletproof!”.
As preocupações deles são extremamente lógicas, incluindo a vontade da Daisy de salvar os outros Inumanos que estão presos pela Hydra.
Até a argumentação do Lincoln no fim de que deveriam destruir o Portal e não arriscar que o Deus da Hydra entrasse para a terra é perfeitamente razoável, e torna o problema extremamente real e desligado dos contornos de fantasia que poderia ter.
Jemma liberta Andrew/Lash num momento de auto-preservação, o que leva a que os Inumanos capturados sejam mortos.
Andrew/Lash foge em liberdade, e isso volta a ser um problema para a May.
No preciso momento em que começamos a achar estranho que o Will saiba assim tanta coisa acerca do IT e do que aconteceu no passado longínquo, temos a revelação de que o Will já morreu e foi possuído pelo IT!
Fitz e Will/IT lutam, e no fim Fitz consegue destruir Will.
Se pensarmos no assunto foi a melhor resolução possível para este arco narrativo.
Por um lado tivemos oportunidade de ver Fitz a comportar-se honradamente durante toda a situação, nunca sendo mesquinho ou possessivo da Jemma, sem culpá-la a ela ou ao Will pela situação e a investir honestamente no resgate do Will porque, apesar dos seus sentimentos pessoais, Will é uma boa pessoa que merece ser salva.
E ao mesmo tempo Fitz teve oportunidade de matar o desgraçado ladrão-de-namorada disparando um flare contra as costas dele!
Como fãs, tivemos tudo o que queríamos, e como Will se sacrificou para salvar Jemma, tendo sido na realidade morto pelo IT, Jemma pode libertar-se dessa relação.
Todos abordo do SS Fitz-Simmons!!!
A progressão da personagem do Ward é excelente, e o monólogo dele, a explicar que finalmente compreende o seu papel no mundo, sentindo que é parte de um plano maior, realmente mostra quão irrecuperavelmente mau ele se tornou.
Coulson mata Ward num momento de justiça cósmica, relembrando Rosalind e mostrando realmente quão magoado Coulson ficou.
É um momento extremamente tenso, emocional, e o facto de Coulson decidir matá-lo esmagando-lhe o peito com a mão robótica, que depois deixa para trás, é extremamente significativo.
E, finalmente, a grande revelação da mid-season finale, Ward é possuído pelo IT, o Deus da Hydra!
Isto é tão bom! Deixem-me explicar-vos porquê:
Toda a progressão de personagem do Ward foi um lento revelar de quão mau ele realmente era. Desde os primeiros indícios, passando pela sua ambiguidade ao tentar ajudar Daisy, à medida que vai caindo passo a passo no caminho da Hydra, Ward vai-se tornando um vilão cada vez maior.
No momento em que morre, Ward já é o mais vilão e evil que pode ser.
Apesar de a sua progressão de personagem poder continuar nesse caminho, já seria difícil fazê-lo sem começar a tornar-se repetitivo ou exagerado.
Com a morte dele, e a sua possessão pelo Deus da Hydra, o Ward/IT pode continuar a tornar-se ainda mais EVIL sem que isso seja exagerado ou descabido. De certa forma vai continuar a ser o Ward, porque sabemos que o IT consegue manter memórias do corpo que captura.
Esta mid-season finale é tudo o que podíamos querer, e mais ainda!
Todos os arcos narrativos foram fechados, tivemos revelações bombásticas com imensas consequências para os próximos episódios, tivemos excelentes momentos de acção misturados com comédia e cada uma das personagens teve o seu pequeno momento para brilhar.
Não consigo deixar de enfatizar quão difícil é escrever assim tão bem.
Agents of S.H.I.E.L.D. é a série que todas as outras séries gostavam de ser, mas não conseguem.
Ficamos com várias coisas extremamente interessantes para nos aguçar o apetite até Março, quando a série regressar.
Como é que o Coulson vai ficar, agora que vingou a morte de Rosalind?
Será que Mack vai continuar como director da S.H.I.E.L.D.?
Será que vamos descobrir mais coisas acerca das civilizações que Maveth destruiu?
De que maneira Andrew/Lash vai voltar a ser relevante?
Será que a nova equipa de Inumanos vai ser a principal equipa da S.H.I.E.L.D.?
Qual é a verdadeira extensão dos poderes de Ward?