Dragon Quest Heroes: The World Tree's Woe and the Blight Below
ドラゴンクエストヒーローズ 闇竜と世界樹の城
Musou
M/12
Japão | 2015
Playstation 4, PC
Square-Enix
Um outrora pacifico mundo entre humanos e monstros é invadido por estranhas nuvens negras. Desde esse momento os monstros revoltam-se e começam a atacar os seres humanos. Através de Luceus ou Aurora, e alguns heróis de Dragon Quest, cabe ao jogador descobrir a causa destes acontecimentos.
Yuji Horii
Tori Matsuzaka, Mirei Kiritani, Banjo Ginga, Mikako Komatsu, Rie Kugimiya, Hikaru Midorikawa, Shoko Nakagawa, Miyuki Sawashiro, Marina Inoue, Hiroshi Kamiya, Kana Hanazawa, Ayana Taketatsu, Fumihiko Tachiki, Daisuke Ono, Ainosuke Kataoka
São cada vez mais as franchises que passam pelo tratamento musou. Desde o lançamento em 2000, que a ainda outrora Koei e o seu estúdio interno Omega Force, trouxeram-nos inúmeras entregas Dynasty Warriors. Com o passar do tempo a série foi-se estagnando, muito pela sua jogabilidade repetitiva, tecnologicamente rudimentar e conceitos pouco desenvolvidos. Até que em 2007 a Koei decidiu aventurar-se implementando a sua jogabilidade e elementos numa outra franchise de enorme sucesso. Dynasty Warriors Gundam que embora não tenha sido um sucesso de vendas na Europa e América, foi um grande êxito no país do sol nascente, e devido a esse facto a Koei finalmente encontrou a sua fórmula, ou seja expandir os seus elementos até outras Propriedades Intelectuais, também conhecidas por IPs.
Também, com o passar dos tempos, a tecnologia foi avançando o que permitiu a Omega Force apostar e aventurar-se em águas mais perigosas. Podemos dizer que o fenómeno musou explodiu com a chegada de Hyrule Warriors, o popular titulo da Nintendo Wii U, que coloca Link, Zelda e todo o universo The Legend of Zelda a batalhar contra grandes exércitos. Desde então os fãs especulam e sonham que a Tecmo Koei e a Omega Force peguem nos seus IPs favoritos transportem-nos e moldem-nos para um universo musou. A empresa nipónica voltou a surpreender-nos com uma franchise tradicional e muitíssimo popular no Japão, tanto que existiu mesmo uma lei laboral quanto a esta série. Um jogo Dragon Quest nunca podia sair num dia da semana, porque os seus empregados e funcionários faltariam ao seu emprego para adquirem um novo jogo. Contudo estamos a falar em matéria de Jrpg, mas então como será o resultado num ambiente musou? Eu posso dizer-vos que não só, agradavelmente, descobri como joguei o que considero um dos jogos de 2015 para a consola da Sony.
A história de Dragon Quest Heroes: The World Tree’s Woe and the Blight Below passa-se no reino de Alba. Este reino é conhecido pelo facto de humanos e monstros coexistirem e ajudarem-se mutuamente. Durante a tradicional feira anual, encontrarmos as nossas personagens principais num momento de lazer, Luceus (Akuto) e Aurora (Mea). Tudo parecia correr dentro da normalidade até que nuvens negras começaram a espalhar-se pelo reino, e subitamente os monstros começaram a atacar os seres humanos. Luceus e Aurora, juntamente com Helix (Homiron), um cure slime que misteriosamente não ficou afectado. O trio parte em socorro do Rei de Alba, Doric (Diruku) juntos e com ajuda de diversos heróis espalhados ao longo de todas as entregas de Dragon Quest têm a missão e o dever de descobrir o porquê da súbita mudança no comportamento dos monstros e saber quem está por detrás de tudo. Achei agradavelmente surpreendente estar na presença de um musou com uma história coerente, elaborada dentro dos padrões Dragon Quest, e muito melhor do que algumas mesmo ambientadas num mundo Jrpg hoje em dia.
O primeiro indicador que tiramos de Dragon Quest Heroes: The World Tree’s Woe and the Blight Below é o quanto tradicional e fiel é a toda a série. Com este facto o valor de Dragon Quest Heroes pôde elevar-se e destacar-se do nosso comum musou. É certo que enfrentamos centenas de inimigos vezes sem conta, mas o jogo de uma forma muito inteligente faz com que o jogador tenha sempre um propósito para visitar determinada localização ou combater determinados inimigos. Isto porque eu não senti Dragon Quest Heroes como um musou, mas sim como algo muito próximo de um título Dragon Quest. Até vou mais longe considerando muito mais Dragon Quest Heroes uma entrega mais fiel à série, do que Dragon Quest X. Na nossa base aérea, Stonecloud temos todos os elementos comuns a um Dragon Quest e em especial num Jrpg. Temos o Rei Flaminio que troca Mini medalhas de ouro por itens raros, o Alchemy pot que conhecemos de Dragon Quest VIII, no qual podemos fabricar acessórios, combinar e elevar os seus estatutos.
Uma loja de armamento, uma loja de Orbs que conferem stats adicionais. Um balcão onde uma assistente fornece-nos quests, e onde podemos trocar o nosso extermínio de monstros e troféus PSN desbloqueados por Mini Medals. Um posto dos correios e finalmente a igreja, que como em qualquer Dragon Quest e RPG clássico salvamos a nossa sessão de jogo. Isto é só relativamente à entrada porque ainda podemos visitar o bar da Patty (que regressa de Dragon Quest IX) e trocar os membros da nossa equipa. Como se ainda não fosse suficiente temos níveis nas nossas personagens, onde adquirimos skill points, permitindo adquirir e desenvolver novas habilidades. Todos estes elementos contribuíram para uma experiência de jogo bem diferente, como já vos disse do que conhecemos de um musou.
Também fora da nossa base Dragon Quest Heroes pôde orgulhar-se de trazer dinamismo e frescura a este género. Podemos controlar qualquer uma das personagens mas consoante escolhemos de início, quer seja Luceus ou Aurora, estes têm de estar sempre presentes na nossa equipa. Embora as suas personalidades sejam distintas, Luceus prefere atuar a base de táticas e estratégias, enquanto Aurora salta imediatamente para o combate. As personagens principais são basicamente as mesmas respeitantes a jogabilidade daí que a nossa escolha inicial não trará impacto neste ponto. Quanto ao resto dos heróis, esses sim são diferentes e muito fieis ao que conhecemos nos seus jogos. Jessica e Yangus, muito possivelmente as personagens mais conhecidas por nós, porque Dragon Quest VIII foi o primeiro jogo Dragon Quest na Europa. Enquanto a voluptuosa jovem ruiva especializa-se em ataques mágicos, e de apoio à equipa, Yangus, o auto proclamado bandido tornado herói, é o nosso tanker de serviço também com um foco enorme nos ataques físicos. Contudo as minhas personagens favoritas foram a Alina (Dragon Quest IV), uma poderosa princesa guerreira, e Terry (Dragon Quest VI) um espadachim mágico. Convém referir que estas personagens tornam-se mais únicas quando adquirimos ataques característicos do que conhecemos nos seus jogos.
Cada personagem tem um combo normal e quatro habilidades distintas, que podem ir desde ataques físicos ou mágicos passando por magias curativas e de suporte. Quando a nossa barra de tensão está ao máximo podemos entrar num estado de alta tensão, desferir golpes sem consumo de MP, e ataques poderosos. Mais uma vez todos estes fatores permitiram a Dragon Quest Heroes passar de um musou normal e aproximar-se mais de um RPG de ação.
Todo o potencial da jogabilidade de Dragon Quest Heroes é explorado nos combates contra bosses, muito deles únicos neste género de jogos e semelhantes de títulos como The Legend of Zelda especialmente nas batalhas a solo.
Muitos de vocês conhecem as séries da Omega Force também com um leve foco na estratégia, será que este elemento ficou fora de Dragon Quest Heroes? A resposta é não, porque através das Monster Medals que surgem ocasionalmente num combate, podemos recrutar monstros outrora inimigos para a nossa causa. Desde ataques mágicos, físicos, passando por aumentos dos nossos parâmetros temporariamente, e acabando por permanecer num determinado posto. Aqui temos o que já conhecemos dos nossos lieutenants nas séries Dynasty Warriors, e evidentemente adiciona mais elementos estratégicos ao jogo.
Graficamente não explora todo o poderio da mais recente consola da Sony, claro que temos de ter bem presente que este jogo também foi lançado para a PS3 exclusivamente no Japão. O que fez com que não tenham sido aproveitadas ao máximo as capacidades da nossa máquina. Contudo tanto os monstros como as personagens desenhadas pelo criador de Dragon Ball, Akira Toriyama, são simples e nada realistas o que também contribuiu para um grafismo simples e cartoonesco, no entanto tanto personagens como ambientes estão bem próximos do que imaginamos de um Dragon Quest HD. Toda a ação corre a 1080p nuns 30 fps sólidos, disparando por vezes para 60fps e muito curiosamente em ambientes caóticos.
A banda sonora é bem característica de um título Dragon Quest. Podemos encontrar remixes de faixas de combate de outros jogos da série. É impossível não sorrir quando surge uma fase com a faixa de combate de Dragon Quest VIII. Outras também devem ser conhecidas como o bar da Patty de Dragon Quest IX ou a genial música de combate de Dragon Quest IV. Embora seja um Dragon Quest temos diálogos falados na história principal e nos vídeos, que na minha ótica deviam ter sido animados ao estilo Dragon Ball. Fora desse ambiente e à semelhança da série da Nintendo, The Legend of Zelda, muitos resumem-se apenas a risos e grunhidos, acredito que seja para preservar o espírito Dragon Quest, retro mas com muito orgulho.
Evidentemente que Dragon Quest Heroes tem pontos negativos e alguns deles nem fazem parte do jogo em si mas sim da sua localização. Não consigo perceber porque mudaram os nomes de algumas personagens como Julietta que é chamada de Isla, Akuto para Luceus e de Meer para Aurora. Também a escolha de monstros devia ser mais variada, temos uns 15 modelos de monstros base, que tornam-se diferentes com uma simples troca de cores ou de tamanho, é despontante quando temos noção que na série Dragon Quest temos centenas de monstros variados e muito carismáticos e muito divertidos. Nunca é de mais referir que a jogabilidade também é repetitiva, afinal este título embora não pareça é um musou. Também gostava que as missões apresentassem mais variedade, muitas delas basicamente resumem-se a eliminar X monstros ou proteger X elemento.
Dragon Quest Heroes mesmo com os seus males muito menores é uma experiência de jogo bem agradável e muito divertida. Um título que eleva ainda mais a fasquia do género musou nos videojogos. Tanto que gostaria que mais RPG de ação a tomarem este rumo e iniciativas.
Também ficaste ansioso pelo segundo jogo?
Um título "Warriors" muito bem adaptado.
História elaborada.
Excelente banda Sonora.
Próximo de um Rpg de ação.
Repetitivo.
Jogabilidade simples.
O Grafismo e ambiente retro pode afastar alguns.