“Utopia”
A três episódios do fim da temporada, fiquei com a sensação que nunca mais chegamos perto de Safe Hold, e começo a pensar se a temporada vai acabar com o problema da Ellcrys resolvido. Este episódio foi um pouco diferente dos anteriores, porque durante a maioria do tempo, ficámos parados em Utopia, um lugar muito peculiar, que pessoalmente gostava de ter conhecido melhor.
Como é que lá fomos parar? Os raptores que ficaram com a Eretria já lá iam habitualmente vender “coisas” que encontravam, como livros, papeis, objectos… isto porque Utopia é um género de povoamento de humanos que procuram adquirir o máximo de conhecimento sobre a civilização antes da Grande Guerra (ou seja, o nosso tempo actual), e coleccionam e estudam livros, mapas, e implementam aquilo que vão descobrindo, como electricidade, têm armas de fogo, um hospital, exibem filmes tipo cinema, e conhecem estilos de música “modernos”, sabem dançar. É um mundo à parte de tudo o resto que já conhecemos até agora na série, porque parece mais realista para nós espectadores, e não tão “fantasia”, porque ali não me pareceu que houvesse magia, e as pessoas aparentam ser normais (até nas roupas que usam) e não está tudo sempre em guerra uns com os outros, excepto num pormenor. Como querem viver em “paz”, e existem trolls por todo o lado, volta e meia têm de sacrificar pessoas ou criaturas (que são trazidas pelos raptores, por exemplo), pondo-as à disposição dos trolls para eles se alimentarem.
Por outro lado, é difícil de perceber porque é que eles têm tantos conhecimentos e os outros habitantes do mundo não. E como é que de destroços de papéis e livros ressuscitam a electricidade e a medicina, que diria serem algo complexas. Esta vertente da série de ligação com o mundo antes da guerra aparece um bocado desgarrada e sem grandes explicações também. Dá-me ideia que é daquelas coisas que nos livros deve ser muito mais explorada, mas como é muito descritiva, não perdem tempo com isso na série, e acaba por parecer ou forçada, ou meramente decorativa.
Aquele povoamento tem tantas atracções, incluindo o líder, que a Eretria depois de lá passar um tempo no hospital a curar-se e a conhecê-lo parecia que já estava rendida aos encantos. Não se percebe se estaria mesmo, ou se estava a fingir. Com a Eretria não percebemos quando é que fala a sério ou está a mentir… é confuso. Parece estar toda animada com a Utopia, mas ao mesmo tempo tenta procurar o Will e a Amberle. E é durante uma festa que eles aparecem, e são colocados como alimento para os trolls, sendo salvos por Eretria e Cephalo, que no final sacrifica a vida para os outros três fugirem.
Entretanto, no Palácio em Arborlon, o druida anda aterefado. Primeiro, vê-se a braços com o Ander hesitante em assumir o trono. Mas basta um discurso género treinador, que aparece logo o Ander a fazer um discurso à líder todo poderoso perante os seus súbditos e a ser coroado. Depois do Ander tratado, vai para o Bandon, e tenta convencê-lo do seu destino de se tornar druida, e que precisa de ser treinado por ele para alcançar o seu potencial total. O Bandon parece um bocado estranho. Apesar de dizer que está bem, depois de ter sido “prisioneiro” do Dagda Mor, há qualquer coisa ali que não joga bem. Se calhar a história dele e o destino de ser druida foi um bocado forçado e apressado. Não é muito explicado porquê e como é que ele tem esse potencial… basta ser “seer“? Será que em dois episódios que nos faltam vamos vê-lo já a fazer alguma coisa druidesca? Há tanta coisa que parece faltar acontecer que não sei como vão encaixar tudo no pouco tempo que nos resta.
O episódio acabou quando o trio Will-Amberle-Eretria parte novamente em direcção a Safe Hold, munidos com o tal mapa que encontraram na gruta, no episódio passado.