“JSS – Just Survive Somehow”
Só tenho a dizer isto: WOW!!!
Não estava à espera de um episódio tão violento e adorei do princípio ao fim. O meu palpite estava certo, foram os Wolves que tocaram a buzina que fez desviar o mar de zombies, que agora se dirigem para Alexandria. Mas o episódio não é sobre isso, aliás nem vemos o grupo que protagonizou o primeiro episódio.
Neste segundo episódio estamos em Alexandria e acompanhamos o dia a dia da comunidade. Deanna e Maggie estão fora dos muros a planear a expansão da comunidade, Carol está, como de costume, de volta das comidas e diverte-se a mandar vir com as frágeis mulheres que não conhecem o mundo em que vivem e Carl toma conta da irmã. É um dia normal com uma rotina normal.
Carol está a cozinhar e olha pela janela. Lá fora está uma das vizinhas a fumar (está a fumar fora porque a Carol lhe repreendeu por fumar dentro de casa) e de repente BAM aparece um homem do nada e mata-a com uma catana. “O quê? O que está a acontecer?”. Tive de me recompor e deixar absorver o momento. Foi tão inesperado que ainda pensei que fosse um delírio da Carol, mas não, era bem real. Os Wolves estavam dentro dos muros e estavam a matar os residentes de Alexandria.
Instaura-se o caos! Alexandria está indefesa porque os melhores combatentes foram lidar com o mar de zombies que vimos no primeiro episódio. Quem salva o dia são, sem nenhumas surpresas, as pessoas que pertenciam ao grupo do Rick. Aqui notou-se claramente que a restante comunidade não se sabe defender e está completamente a leste do mundo real. Todos os habitantes que são descartáveis à história, morreram. Restam dois pólos, Os inúteis, que agora se aperceberam que o Rick até é um santo, e os combatentes, a que se junta o Morgan que regressa mesmo a tempo.
Os inúteis, onde se inclui a Deanna, que se provou ser uma cobarde juntamente com o seu filho, terão de olhar para o Rick de outra maneira. Ele é louco, doente, psicótico, mas sabe lidar com o mundo actual e segui-lo é a melhor alternativa.
Mas o foco do episódio foi a Carol e o Morgan. Duas filosofias que tiveram constantemente em choque uma com a outra. Por um lado temos a Carol que não hesita em matar e por outro lado temos o Morgan que considera que todas as vidas humanas importam. Os dois se levam ao extremo. A Carol mudou muito mas agora começo a entendê-la. Não pode haver misericórdia. Se não os matarmos eles matam-nos amanha. Estou contigo Carol. É extremismo mas penso que se justifica. O Morgan por outro lado não mata nenhum dos Wolves (que a Carol faz questão de os matar depois) e até deixa fugir alguns ao os avisar que se continuassem em Alexandria seriam mortos. Parece-me que essa decisão vai custar caro a alguém. Eu pensava que o Morgan seria a luz da moralidade no grupo mas agora estou mais inclinado para o cair do pano da sua filosofia e o abraçar da violência. Que é necessária. Não sei, veremos. No fim do episódio parece que o Morgan deixa a sua filosofia para trás e mata um dos Wolves.
A Carol teve um momento de fraqueza e fez cair o muro que construiu à sua volta. Deixa-se ir abaixo e chora. É o primeiro acto de humanidade da Carol em muito tempo. Adorei. Esta temporada promete muito desenvolvimento de personagens. Isso é o que mais gosto em The Walking Dead.
Adorei o episódio. Foi violento (bastante), inesperado, introspectivo e teve bastante suspense. Quem pensava que o Morgan iria ser morto por aquela mulher que ficou ao pé das armas?
No fim ficam muitas perguntas por responder. Os Wolves tinham a mochila que o Aaron perdeu na temporada anterior. Por causa disso conseguiram invadir Alexandria (na mochila estavam fotografias da comunidade). Será que isso terá consequências para o Aaron? Quem é a Enid? Será que é uma espiã dos Wolves? Parecia bastante culpada quando estava com o Carl lá em casa e depois desapareceu do nada. E porquê mostrar o seu passado se ela não é relevante? Será que ela também foi uma expiã na comunidade do Noah e foi essa a causa da mesma ter sido destruída? Porque é que os Wolves não têm armas? Tantas perguntas..
The Walking Dead está com uma qualidade absurda. Esperemos que os restantes episódios não nos desiludam.
Quem é a Enid?
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Pedro Santos