Knock Knock - Perigosas Tentações
Knock Knock
Horror, Mistério, Thriller
M/12
15 de Outubro de 2015
Chile, EUA | 2015
99 min
Evan Webber tem a vida perfeita. Tem uma mulher bonita, dois filhos e uma grande casa moderna. Quando o resto da família decide ir passar o fim-de-semana fora, Evan fica sozinho em casa com o tempo todo para dedicar ao seu trabalho. Mas tudo muda quando subitamente lhe batem à porta. Duas jovens mulheres estão prestes a entrar na vida de Evan e torná-la num pesadelo cada vez mais aterrador.
Eli Roth
Eli Roth, Nicolás López, Guillermo Amoedo
Keanu Reeves, Lorenza Izzo, Ana de Armas, Aaron Burns, Ignacia Allamand
Este é um filme que vai dividir os espectadores, e eu de certeza que me vou picar por isto.
Antes de mais, quero deixar claro que nunca poderão dizer que experienciaram minimamente este filme se não o virem até ao fim, e posto isto aqui vamos nós.
Tratando-se de um filme que se passa sobretudo em interiores, há que dizer que embora não seja nada fantasioso e excepcional, a cenografia de Fernando Alé e Marichi Palaciospro proporciona-nos um design versátil e moderno, que reflecte o ambiente artístico essencial da história, e que é ao mesmo tempo incrivelmente confortante; já a fotografia, capaz de captar alguns planos avassaladores, mantém no geral um nível bastante razoável.
A produção parece querer demonstrar que tinha pano para mangas para fazer o que quisesse no filme, mas simplesmente não tinha mais guião em que trabalhar. Por outro lado, a realização de Eli Roth, embora persistentemente razoável, ficou mais à quem das minhas expectativas: entre sequências confusas, demasiados movimentos de câmara, e planos muito repetidos, que só vieram reforçar ainda mais a monotonia do guião, estive sempre à espera de vê-la melhorar, mas até ao final não proporcionou ao espectador uma visão mais aberta da acção, e tirando a cena de sexo e o build-up no final, não revelou muita criatividade durante o filme inteiro. Chegamos a ver repetir-se o mesmo long shot ainda no início no filme desnecessariamente. A ideia estava lá – descrever o espaço da casa -, que quando se veio a repetir no fim, é que deu realmente para se valorizar, mas repetir 3 vezes a mesma piada foi demasiado!
Há que mencionar a boa edição de Diego Macho Gómez pois conseguiu criar tempos suficientemente bons para cortar os planos a um bom ritmo e deixar o espectador misturar-se muito bem com a acção… A realização deveria ter-se aproveitado melhor da edição, em vez de andar com a câmara a passear!
Acreditem que este filme, de horror, não têm nada!
A nível do enredo, grande parte do guião só vai servir para encher chouriços, e por isso não culpo os outros críticos de se deixarem dormir. Este thriller tem, sobretudo, um ritmo cíclico e embalador, em que se notam os esforços por quebrar a sua monotonia e previsibilidade. No entanto, se virem o filme com um olho aberto e outro fechado, serão capazes de se deparar com a clareza e imparcialidade com que este nos convida a tomar uma posição no enredo, com a forma crua com que joga com diferentes facetas das personagens, e com pequenas acções, tiques, detalhes, pistas que nos levam a saber exactamente o que se passa na cabeça de Evan, de Bel e de Genesis.
Assim sendo, o público começa rapidamente a julgar as personagens e a tirar conclusões, como se de facto fossemos todos os juízes deste processo, mas a controvérsia deste filme tem um trunfo na manga.. Inevitavelmente, este filme abre a discussão sobre quem é que afinal foi a vítima e quem é que foi o predador. As opiniões dividem-se, com fortes razões a suportar ambas as posições, e eu não quero “spoilar” nada.
Na actuação, o nosso choosen one desaponta-nos. Keanu aparece sempre pouco à vontade na sua personagem, sem nunca se destacar no ecrã. O actor interpreta o papel de um arquitecto casado com uma artista plástica. O casal vive um relacionamento muito saudável e com duas crianças adoráveis, numa casa que inspira a prosperidade. Mas, certa noite, recebe no conforto da sua casa duas raparigas que se perderam no meio da tempestade, e que serão a partir daí um teste à fidelidade da sua família. Todos sabemos que ele acaba por falhar esse teste, e por isso as raparigas Bel e Genesis vão certificar-se de que ele se sente torturado por isso.
Já Lorenzza Izzo e Ana das Armas trouxeram muito mais vivacidade e energia às suas personagens perversas e insanas, em qualquer uma das suas cenas, que Reeves, que em toda a extensão do filme parece realmente necessitar de fumar aquele charro…e cortar aquele cabelo.
Se viste o filme, achas que Genesis terá dito a verdade na sua última deixa, ou será Evans um injustiçado?
-Cenografia
-Produção
-Edição
-Grande parte do guião só serve para encher choriços e demonstra pouca criatividade.