Velocidade Furiosa 7
Furious Seven
Ação, Crime, Thriller
M/14
2 de Abril de 2015
EUA, Japão | 2015
137 min.
Universal Pictures
Depois de derrotarem Owen Shaw e sua gangue, Dominic Toretto, Brian O'Conner, Letty Ortiz e restante equipa ponderam regressar aos Estados Unidos e recomeçar as suas vidas de forma legal, mas sobrepõe-se a isso a vontade do irmão mais velho de Owen de vingar a sua morte...
Vin Diesel (Dominic Toretto), Paul Walker (Brian O'Conner), Jason Statham (Deckard Shaw), Michelle Rodriguez (Letty), Jordana Brewster (Mia), Tyrese Gibson (Roman), Ludacris (Te ) e Dwayne Johnson (Hobbs)
A série Velocidade Furiosa é curiosa. Quanto mais se afasta da sua essência mais sucesso tem. Não teria problema nenhum com isso se a qualidade acompanhasse a mudança, mas não é o caso.
Estávamos em 2001 quando estreou Velocidade Furiosa. O filme explodiu cabeças dentro do público alvo. Tuning, corridas de rua, uma boa história e personagens carismáticas. Era algo novo e diferente. O sucesso veio rápido e os actores aproveitaram essa onde de boa sorte. Ironia das ironias, Vin Diesel foi o primeiro a abandonar o barco, ficando o Paul Walker a comandar a série. O segundo filme veio logo a seguir e continuou com a mesma temática. Velocidade + Furiosa não teve o sucesso desejado e no terceiro filme começaram do zero. Novos personagens, local e temática. O tuning e as corridas de rua continuaram presentes mas o drifting era o rei do filme. Velocidade Furiosa – Ligação Tóquio alavancou no Box Office e o Vin Diesel, com a sua carreira estagnada, apercebeu-se da asneira que fez em 2001 e regressou em força para a série. Desde então ele e a sua “família” nunca mais pararam.
A partir do quarto filme tudo começou a mudar. Ao contrário do que a série apregoa (mantém-te fiel às origens e à família) os restantes filmes desvirtuaram tudo o que Velocidade Furiosa significava e afastaram-se o mais possível da sua origem. O tuning foi riscado, as corridas de rua foram riscadas, e ficaram apenas os carros e, obviamente, as belas moças. Com o tempo até os carros foram substituídos por carros de origem. Tudo isso leva-nos ao sétimo filme da série, Velocidade Furiosa 7.
Velocidade Furiosa 7 começa imediatamente depois de Velocidade Furiosa 6. Deckard Shaw procura vingança pelo que Hobs, Toretto e a sua equipa fizeram ao seu irmão, em Londres. Basicamente é isso. A história do filme nas restantes duas horas é nula.
Deckard é-nos apresentado como um ex agente secreto super poderoso, que até o MI5 e CIA têm medo dele. É tão badass que consegue entrar num hospital fortemente guardado como se fosse à mercearia da esquina comprar bananas. Depois temos Hobs, que está mais besta que nos filmes anteriores, e ganhou poderes de indestrutibilidade. Ele basicamente é mais forte que o Hulk. Toretto vem logo a seguir. Este ganhou, literalmente, a imortalidade. O gajo simplesmente não morre, mesmo que um prédio caia em cima dele. A restante família transformou-se num bando de super heróis, cada um com o seu poder. O sonho do Vin Diesel é transformar a série em filmes de super heróis. Caminha para lá e até tenho medo do que vem para aí nos filmes 8, 9, 10, 34.
A história não faz sentido nenhum. Deckard matou Han (numa jogada brilhante dos argumentistas) e agora quer matar todos os outros. Mas Deckard é um fantasma, e para o conseguir localizar, a família tem de viajar pelo mundo para deitar as mãos a um programa que consegue aceder em tempo real a todas as câmaras do mundo. Tudo muito bonito, excepto pelo facto de que o Deckard está sempre atrás do grupo. Os reencontros são muitos ao longo do filme, mas por uma razão inexplicável nunca se dá o confronto entre Toretto e Deckard. Se o Deckard está sempre a aparecer porque é que eles precisam do programa para o localizar? Fuck this! I’m out.
Onde o filme merece o sucesso que está a ter é nas cenas de acção. Ok que são completamente estapafúrdias mas são muito bem feitas e agarram o espectador. James Wan mostra que entende os filmes de género. Depois de ter revitalizado o género de terror e torture porn, pegou num filme de acção e realizou-o sem falhas. Eu não vou mentir, gostei do filme. Acção muito bem feita e bons momentos de comédia. Ri muito durante as duas horas.
Filmes que são sucessos devido à morte de actores é comum e é uma faceta menos bonita de Hollywood. O sucesso que este filme está a ter é estratosférico. Obviamente que a morte do Paul Walker contribui em 70% do sucesso. Muito à semelhança do sucesso que O Cavaleiro das Trevas teve com a morte do Heath Ledger. A diferença é que O Cavaleiro das Trevas é um bom filme.
Por fim tenho a dizer que a homenagem ao Paul Walker foi simplesmente linda. De uma subtileza gigante e feita com muito carinho. Foi o ponto alto do filme.
Velocidade Furiosa 7 é um mau filme. Ponto. É triste dizer isto, mas se o Paul Walker não tivesse morrido não teríamos visto as filas e filas que se viu nas primeiras semanas de estreia. O filme é mau mas entretém. Mais uma vez digo que gostei do filme, mas é algo que depois de escrever esta crítica desaparece da minha memória instantaneamente. Tenho saudades da verdadeira Velocidade Furiosa. Ainda bem que anda por aí o Need for Speed: O Filme, e o segundo já vem a caminho!
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