“Many Heads, One Tale”
Eu pensaria que não seria possível, sabem? Que não seria possível uma série manter um ritmo alucinante, desenrolar a narrativa em saltos enormes várias vezes por episódio, ao mesmo tempo que desenvolve as personagens de uma forma interessante e satisfatória, enquanto vai dando cenas de ação que são tão fanservice que eu até fico a andar de uma maneira estranha. Esta série não falha uma.
Este episódio foi TÃO BOM!
O Ward continua a conversar com o Gideon Mallick…
Agora, é importante fazermos aqui um parênteses para explicar quem é esta personagem do Gideon Mallick, e já o devíamos ter feito há mais tempo.
O Gideon Mallick, poderão não se lembrar, já tinha aparecido no primeiro Vingadores (2012), como pertencendo ao World Security Council, nos grandes ecrãs, com quem o Nick Fury fala. É ele que dá a ordem para rebentar uma bomba nuclear por cima de Nova Iorque.
Pronto.
O Gideon Mallick sugere ao Ward que o Baron Von Strucker…
O Von Strucker é o antigo grande líder da Hydra que aparece no Age of Ultron, e que tem uma morte tão pouco impressionante, que nem sequer é mostrada no ecrã.
O Gideon Mallick sugere ao Ward que o Baron Von Strucker tinha um segredo muito poderoso, a fonte do poder da HYDRA, e que este estava guardado num cofre extremamente bem escondido. Depois manda uma data de pessoas matarem o Ward, e o Ward despacha-as com uma facilidade cada vez mais impressionante.
O Phil Coulson afinal não sei deixou enganar pelos avanços emocionais da Rosalind, e aproveitou a oportunidade de estarem a enviar o Andrew dentro de uma gaiola espacial da SHIELD para infiltrar o Quartel-General da ATCU. O Phil mostra que é ainda mais esperto do que pensávamos, e ao mesmo tempo convida a Rosalind para vir visitar o Quartel-General da SHIELD para a aprisionar e para a fazer confessar se afinal pertence à HYDRA ou não.
Entretanto, a série transforma-se no Agents of Mission Impossible, e temos o prazer de ver os agentes da SHIELD a infiltrar-se na sede da ATCU. A Daisy e o Mac ficam para trás a gerir a operação, e voltamos a ver o lado hacker da Daisy, só para nos relembrar que ela não é só bad-ass porque tem super-poderes.
Entretanto a May leva o Lincoln a passear no avião para poderem salvar o Hunter e a Bobbi, e o Lincoln aprende importantes lições de vida.
Enquanto isso… FIIIIIITZ!
Não, agora a sério, é tão doloroso. Coitado do rapaz, que ele não tem sorte nenhuma. O relacionamento entre o Fitz e a Simmons parece amaldiçoado, como o próprio Fitz diz. A relação torna-se cada vez mais trágica a cada episódio que passa, e o Fitz continua a investigar a semelhança entre o símbolo da NASA que estava na manga do Will e o símbolo do castelo medieval.
O Hunter e a Bobbi têm a missão de se infiltrar na base propriamente dita. É sempre extremamente divertido ver o Hunter a mentir a toda a gente e a divertir-se demasiado com isso. A Bobbi, ao dirigir-se para a sala onde supostamente o Andrew está preso, descobre que a ATCU está deliberadamente a criar Inumanos! TAN-TAN-TAN-TANNNN!
Vemos uma cena absolutamente espectacular da Bobbi a desancar um Inumano com bastões que voam e voltam para as mãos dela!!! Raios que aquilo é bad-ass!!!
Quando o Coulson confronta a Rosalind acerca disto, tentando provar-lhe que ela lhe está a mentir e que pertence à HYDRA, a Rosalind mostra-se genuinamente confusa, e começam a unir os pontos!
A Rosalind confessa que sempre conheceu o Mallick, que foi ele que a recrutou, e que ele tem controlo sobre a Divisão de Ciência!
Ao mesmo tempo o Fitz e a Simmons descobrem que o símbolo da NASA no braço do Will é um símbolo da HYDRA!!!
O Gideon Mallick basicamente explica ao Ward que o monolito pertencia à Hydra desde a antiguidade, e que a Hydra adorava um Inumano todo-poderoso que tinha sido banido para um planeta através do portal do Monolito, e que o grande objectivo final da Hydra é trazer esse Inumano de volta à terra!
O QUÊ?!
Isto é tão estupendamente surpreendente quanto satisfatório! Isto é tão boa escrita!
Deixem-me explicar-vos porquê!
Para começar é a união de todos os sub-enredos que andam a popular a série desde o início!
O Ward acabou aqui, a Simmons ser engolida pelo monolito acabou aqui, a relação entre o Coulson e a Rosalind acabou aqui, o Lincoln fugido da ATCU e a ser ajudado pela Daisy acabou aqui, o mistério do Lash acabou aqui! Tudo enredos entusiasmantes por si só vieram desembocar fluída e organicamente no conflito central da série, que se revela pela primeira vez!
A HYDRA, que está a infiltrar a ATCU, precisa das ferramentas que a SHIELD desenvolveu para salvar o Inumano que está preso no Planeta Azul, e a SHIELD sabe disso! Este vai ser o grande problema da segunda metade da Temporada e o Inumano preso no planeta vai ser o seu principal vilão!
Ao mesmo tempo, será que isso significa que o Will é HYDRA? Será que isso vai importar para a Simmons? Será que ela e o Fitz vão acabar juntos? Porque é mesmo isso a coisa que mais me entusiasma neste momento!
Para além disso, isto expande o Marvel Cinematic Universe imenso. A HYDRA, que tem sido um dos principais antagonistas em todo o MCU, afinal existe desde muito antes do Red Skull. E faz tanto sentido que a HYDRA, obcecada por salvar um ser super-poderoso de um planeta alienígena, fosse atrás da liderança de alguém como o Red Skull.
E ainda mais para além disso, tinha-nos ficado sempre um mau sabor da boca quando a HYDRA, um dos principais antagonistas do MCU, tivesse aparentemente acabado sem grande estrondo na morte pouco impressionante do Baron Von Strucker. O objectivo do Strucker foi sempre atingir o Planeta Azul. Por isso é que ele estava a estudar tecnologia Chitauri, indivíduos com super-poderes e o ceptro do Loki!
Subitamente, com este episódio e com a revelação de que o Gideon Mallick ainda representa a HYDRA, esta volta a representar uma ameaça ainda mais insidiosa e misteriosa do que antes imaginávamos.
Ou seja, este episódio dá-nos toda uma nova perspectiva sobre eventos que aconteceram no Age of Ultron, e monta um conflito extremamente interessante para o resto da temporada!
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